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Jemima Pompeu
VIZINHOS DE ÚTERO (Gêmeos)
O único acervo online no Brasil, dedicado aos gêmeos adultos e familiares, criado em março de 2010 com o propósito de reunir todos os tipos de histórias de gêmeos (adotados, sobreviventes, univitelinos, bivitelinos, siameses etc). O principal objetivo é encontrar gêmeos desaparecidos. Você é gêmeo (a) ou tem gêmeos na família? Envie sua história por e-mail: vizinhosdeutero@gmail.com
domingo, outubro 13, 2013
sexta-feira, outubro 11, 2013
Família faz apelo no Facebook à procura do filho desaparecido
João Rafael |
Foram apenas alguns minutos de distração, mas foi o suficiente para que João Rafael Kovalski, de 2 anos, desaparecesse da casa onde morava com a família no interior do Paraná. O drama da família começou no dia 24 de agosto. Sem recursos para uma investigação própria, Lorena e Lucas, os pais do garoto, começaram uma campanha no Facebook e já conseguiram denunciar o desaparecimento do filho em todo o Brasil, Estados Unidos e Europa.
Lorena Kovalski conta que a família e amigos fizeram uma busca em toda a região, incluindo em um rio próximo da casa, mas nada foi encontrado, o que levou a polícia a suspeitar de sequestro internacional de crianças. Dados mais recentes divulgados pela Associação Brasileira de Busca e Defesa de Crianças Desaparecidas (ABCD) mostram que mais de sete mil pessoas, entre crianças, adolescentes e adultos, estão desaparecidos no Brasil, sendo que 23 no Paraná.
Tanto a associação, organizada por mães que buscam seus filhos desaparecidos, quanto o governo federal brasileiro através da Secretaria de Direitos Humanos, não tem dados atualizados. No Paraná, os dados mais recentes são de 2011. De acordo com a mãe, as possibilidades de João Rafael ter ido sozinho até o rio são mínimas já que ele ainda anda com dificuldades e precisaria atravessar uma área de difícil acesso. "Ele não teria como chegar lá em tão pouco tempo, sem cair pelo caminho e se machucar", acredita. Lucas Kovalski acredita que a polícia já tenha pistas, mas para não atrapalhar as investigações a família não é informada dos detalhes. "Depois do que aconteceu com a gente ficamos sabendo que isso ocorre no Paraná, e em casos envolvendo crianças pequenas a primeira suspeita é de tráfico internacional de crianças", revela.
A família lembra que eram onze da manhã quando o menino que brincava no quintal da casa dos avós decidiu ir procurar a mãe. As duas casas dividem o mesmo muro e João, assim como sua irmã gêmea e dois outros irmãos são acostumados a transitar entre os dois quintais, mas o garoto nunca chegou à casa dos pais. A família mora na zona rural de Adrianópolis, a 130 quilômetros de Curitiba. O caso aconteceu cinco dias antes do menino e sua irmã gêmea completarem dois anos.
Lorena e o marido também estão preparando uma passeata na cidade de São Paulo no dia 12 de outubro (sábado) "Dia das Crianças" para lembrar as autoridades brasileiras de que as buscam por João Rafael devem continuar. Outras mães que passam pelo mesmo drama no Brasil também estão participando na página criada no Facebook e contando suas histórias.
Por Joselina Reis / Achei USA
"Louca Por Você" Por Michelle Leighton
Triângulo amoroso entre mulher e gêmeos revela segredo perigoso
Olivia Townsend é uma jovem que leva uma vida normal. Sua principal preocupação é estudar, formar-se e voltar para casa para ajudar seu pai a tocar o negócio da família. Bonita, simpática e inteligente, Olivia parece hipnotizar todos os homens ao seu redor com seus belos olhos verdes. A jovem tem seus planos e não pretende abandoná-los. O que ela não sabe é que tudo vai mudar quando conhece Cash e Nash Davenport. Eles são irmãos. Eles são gêmeos.
Ambos vão gostar de Olivia. Cash é charmoso e irresponsável. Um bad boy popular dono de uma boate, que dá beijos incríveis, beijos que fazem Olivia esquecer-se por que ele não é um bom partido para ela. Ele quer levá-la para a cama desesperadamente. Nash é um advogado responsável e extremamente bem-sucedido, o oposto do irmão, e namora Marissa, a prima com quem Olivia divide apartamento. Nash também é tudo que Olivia deseja em um homem. Para ela é muito difícil resistir às investias de Cash. Tampouco deixa de lado as intenções do romântico Nash.
Os gêmeos têm personalidades completamente distintas, mas, apesar disso, dividem uma coisa em comum: o desejo incontrolável por Olivia. Esse triângulo amoroso terá um desfecho inesperado quando um segredo, prestes a vir à tona, colocará a vida de Olivia em perigo. Ela percebe que os gêmeos escondem algo que a faz suspeitar que deve afastar-se dos dois o mais rápido possível. Só que ela quer os dois. Ambos fazem seu coração tremer, ambos colocam o seu corpo em chamas, ambos a fazem enlouquecer. Agora ela terá de escolher entre um deles. Será que vai conseguir?
Este é o primeiro livro da trilogia de M. Leighton.
Por Ligia Braslauskas / Portal R7
Olivia Townsend é uma jovem que leva uma vida normal. Sua principal preocupação é estudar, formar-se e voltar para casa para ajudar seu pai a tocar o negócio da família. Bonita, simpática e inteligente, Olivia parece hipnotizar todos os homens ao seu redor com seus belos olhos verdes. A jovem tem seus planos e não pretende abandoná-los. O que ela não sabe é que tudo vai mudar quando conhece Cash e Nash Davenport. Eles são irmãos. Eles são gêmeos.
Ambos vão gostar de Olivia. Cash é charmoso e irresponsável. Um bad boy popular dono de uma boate, que dá beijos incríveis, beijos que fazem Olivia esquecer-se por que ele não é um bom partido para ela. Ele quer levá-la para a cama desesperadamente. Nash é um advogado responsável e extremamente bem-sucedido, o oposto do irmão, e namora Marissa, a prima com quem Olivia divide apartamento. Nash também é tudo que Olivia deseja em um homem. Para ela é muito difícil resistir às investias de Cash. Tampouco deixa de lado as intenções do romântico Nash.
Os gêmeos têm personalidades completamente distintas, mas, apesar disso, dividem uma coisa em comum: o desejo incontrolável por Olivia. Esse triângulo amoroso terá um desfecho inesperado quando um segredo, prestes a vir à tona, colocará a vida de Olivia em perigo. Ela percebe que os gêmeos escondem algo que a faz suspeitar que deve afastar-se dos dois o mais rápido possível. Só que ela quer os dois. Ambos fazem seu coração tremer, ambos colocam o seu corpo em chamas, ambos a fazem enlouquecer. Agora ela terá de escolher entre um deles. Será que vai conseguir?
Este é o primeiro livro da trilogia de M. Leighton.
Por Ligia Braslauskas / Portal R7
quinta-feira, outubro 10, 2013
Dentinho e Dani Souza serão pais de gêmeos!
Dani e Dentinho |
O casal já tem um filho, Bruno Lucas, de 1 ano. Eles moram na Ucrânia, onde Dentinho joga pelo Besiktas emprestado pelo Shakhtar. (Fonte: Ego)
Tiago e Diego Homci em "Além do Horizonte"
Mariana Rios entre os gêmeos Tiago e Diego Homci |
Na rede social, a atriz escreveu: "Com os meus gêmeos preferidos! @tiagohomci e @diegohomci são maravilhosos!". Na trama, os irmãos vão interpretar os personagens gêmeos João José e José João. (Fonte: O Fuxico)
Joseni e Zeni, separadas por 40 anos! (Bahia)
Joseni de Jesus e sua irmã gêmeas Zeni da Conceição |
Joseni de Jesus e Zeni da Conceição foram separadas há mais de 40 anos, ainda na infância, e se reencontraram nesta quarta-feira (9). Uma delas fez um apelo no quadro Desaparecidos, Bahia Meio Dia, jornal da TV Bahia, achando que a irmã estava longe, mas a gêmea vive hoje a menos de 10 km da casa da irmã, no bairro de Sussuarana, em Salvador.
Antes de sair de casa, Joseni de Jesus não escondeu a ansiedade para o encontro com a irmã. "Meu coração está bem rápido para encontrar logo a minha irmã", disse. A família vivia na cidade de Ipirá, mas, depois que a mãe das meninas morreu, Joseni, com oito anos, foi morar com a tia na capital baiana, e a irmã, Zeni da Conceição, ficou com a avó. O último contato que elas tiveram aconteceu por telefone, quando tinham doze anos. "Quero ver você entrando aqui por essa porta, nos abraçando. Eu quero encontrá-la onde ela estiver. Ela é o amor da minha vida", disse Joseni emocionada.
O reencontro, emocionado, acontece na casa de Zeni. "Eu já chorei muito por ela, viu? Eu ficava pensando, meu Deus, eu já não tenho mãe...", afirmou. Joseni conheceu os cinco sobrinhos e apresentou o filho mais velho para a irmã.
(Fonte: G1)
quarta-feira, outubro 09, 2013
"Twin Ambitions" Por Mo Farah
Mo Farah (pai de gêmeas) e o irmão gêmeo Hassan Farah (casado com uma gêmea) |
"Sempre que as pessoas me perguntam como é ser gêmeo, sempre digo que é uma conexão especial. Sempre sinto quando meu irmão Hassan está chateado ou doente e ele sente o mesmo sobre mim e me liga, ou eu ligo. Difícil explicar essa conexão pra quem não é gêmeo. Somos melhores amigos desde quando nascemos. Meus pais se conheceram quando meu pai voltou do Reino Unido, onde estudava. Logo que ele chegou à Somália, eles se casaram e nós nascemos. Hassan nasceu primeiro. Vinte nove anos depois, minha esposa concebeu gêmeas. Hassan se casou com uma gêmea. Acho que nossa vida está marcada por gêmeos!
As pessoas descrevem minha infância como pobre e cercada por guerra, mas na verdade na minha cidade natal não tinha soldados e éramos sortudos por termos o necessário. Quando tínhamos cinco anos de idade, minha mãe disse que iríamos morar com nossos avós e o meu pai voltaria para estudar e trabalhar no Reino Unido. Cresci acostumado a não ter a presença do meu pai. Entendia o motivo por qual ele era ausente, mas não aceitava. Um ano depois da mudança, a guerra estourou e liquidou cidades. Tivemos sorte por escapar vivos. Gostava muito de ver desenho e sempre procurava um vizinho com televisão para poder assistir, isso se não tivesse queda de energia na rua. Aí eu corria pra outra casa com luz acesa e a energia caía de novo e lá eu corria de novo para a próxima casa para terminar de ver meu desenho, acho que essa corrida toda já foi preparando meu caminho.
Aos cinco anos entramos na escola que era bastante rígida - qualquer mau comportamento apanhávamos com vara. Os estudos basicamente era o Alcorão, francês e um pouco de história. Tudo era muito difícil pra mim, pois sofria de dislexia. Então eu decorava minha lição antes e fingia ler na classe. Mas Hassan era muito inteligente e aprendia rápido. Essa é uma das poucas diferenças entre nós. Depois que meu avô faleceu, minha avó decidiu se mudar para a Holanda e morar com uma tia minha. Fiquei inconsolável. Depois de Hassan, minha avó era a pessoa mais próxima que tinha e estava determinado a me mudar com ela e Hassan. Minha mãe disse que íamos nos mudar também para Europa e antes iríamos visitar nosso pai em Londres.
Muitos especulam como fomos separados por 12 anos, mas dias antes de viajar para Londres, Hassan ficou muito doente e impossibilitado de viajar. Então fomos eu, minha mãe e irmãos mais novos e Hassan ficou com parentes até melhorar e ir também. Achava que ficaria sem ver Hassan por só alguns dias, mas se soubesse que passaria tanto tempo ser ver meu irmão gêmeo, ficaria devastado. A Inglaterra era muito diferente da minha cidade natal e achava que estaria perto da Holanda e seria fácil visitar minha avó. Experimentei chocolate pela primeira vez e era o melhor gosto do mundo...também tinha muitos brinquedos e um quarto só pra mim! Apesar de gostar da privacidade, nunca me acostumei a dormir sozinho.
Eu iria começar a estudar em Londres e meu pai explicou que não poderia visitar minha avó por hora. Ele também ficou de trazer Hassan, mas não trouxe. Percebi que meus pais começaram a se distanciar. Eu tinha oito anos. Anos depois descobri que meu pai procurou meus parentes e Hassan em nossa cidade natal, mas eles não foram localizados e meu pai precisou desistir da busca. Eu sempre culpei e ressenti meu pai por me separar do meu irmão gêmeo. Meus pais se divorciaram e eu quis morar com uma tia, já que tinha feito muita amizade com um primo e não queria passar pelo trauma da separação de novo. Minha mãe voltou depois pra Somália para procurar meu irmão gêmeo e investigou vilarejo por vilarejo em sol ardente. Depois de nove anos de busca, nos reencontramos.
Em 2003, Hassan se casou e achei que seu casamento era o momento certo para voltar. Consegui férias do treino e juntar dinheiro suficiente para a viagem e presente de casamento. Meu irmão foi me buscar no aeroporto e pela primeira vez em anos, não senti mais o vazio que sentia. Eu e meu irmão somos parte da mesma pessoa. Meu sonho é agora conviver com nossas famílias juntas, nossas esposas e nossas crianças brincando". (Texto traduzido por Olivia Pompeu)
O atleta Mo Farah, nasceu em Mogadishu, na Somalia em 1983. Quando criança, ele passou um tempo em Djibouti antes de se mudar para a Inglaterra. Mo Farah vive em Portland, Oregon com sua esposa Tania e suas três filhas Rhianna, e as gêmeas Aisha e Amana.
Bebês aprendem a calcular e a reagir aos movimentos ainda no útero
Sequência de imagens 4D de pesquisa britânica mostra fetos reagindo ao toque ainda no útero. Nas imagens do topo, feto de 25 semanas abre a boca depois de tocar parte lateral da cabeça com sua mão. Mas, quando atinge 32 semanas de gestação (abaixo), o feto já consegue antecipar seu movimento e abrir a boca antes de levantar a mão esquerda.
Bebês aprendem a calcular movimentos e a entender as consequências desses atos ainda no útero materno, aponta pesquisa das universidades de Durham e Lancaster, na Inglaterra, que usou escâneres de tecnologia 4D. A descoberta inédita foi publicada nesta terça-feira (8) no periódico Developmental Psychobiology. Por meio da tecnologia, os cientistas constataram que os fetos são capazes de executar ações coordenadas, como abrir a boca ao levar a mão até a cabeça, prevendo as consequências de seus movimentos.
Saber disso pode enriquecer o que se sabe sobre bebês, em especial dos nascidos prematuramente, suas habilidades de interagir socialmente e a capacidade de acalmarem a si mesmos ao chupar o dedo, afirma o grupo. "O aumento no número de gestos mirando a boca em fetos pode ser um indicador do desenvolvimento cerebral necessário para um crescimento saudável, incluindo o preparo para o contato social, o ato de acalmar a si mesmo e a alimentação", diz Nadja Reissland, pesquisadora do departamento de psicologia de Durham. Para chegar à descoberta, os cientistas fizeram, mês a mês, 60 escaneamentos em 15 fetos, todos com tempo de gestação entre 24 a 36 semanas.
Dos fetos analisados, oito eram do sexo feminino e sete, do sexo masculino. O estudo nota que fetos em estágios menos avançados de gestação costumam tocar mais áreas superiores e laterais de suas cabeças, ao passo que fetos em estágios mais avançados de gestação tendem a tocar áreas mais sensíveis de seus rostos, como a boca. Na 36ª semana de gestação, perto do nascimento, parte dos fetos analisados já abrem a boca ao levar a mão a ela, sugerindo que neste estágio já estão aptos a antecipar a necessidade de abrir a boca para receber a mão, e não apenas reagindo ao toque como se pensava antes do estudo.
O estudo dá sequência a outra pesquisa realizada pelas duas universidades e divulgada no fim do ano passado. Nela, os pesquisadores descobriram que fetos já realizam expressões faciais e até bocejam no útero, no que pode ser uma preparação para a comunicação após o nascimento. (Fonte: UOL Ciência)
Bebês aprendem a calcular movimentos e a entender as consequências desses atos ainda no útero materno, aponta pesquisa das universidades de Durham e Lancaster, na Inglaterra, que usou escâneres de tecnologia 4D. A descoberta inédita foi publicada nesta terça-feira (8) no periódico Developmental Psychobiology. Por meio da tecnologia, os cientistas constataram que os fetos são capazes de executar ações coordenadas, como abrir a boca ao levar a mão até a cabeça, prevendo as consequências de seus movimentos.
Saber disso pode enriquecer o que se sabe sobre bebês, em especial dos nascidos prematuramente, suas habilidades de interagir socialmente e a capacidade de acalmarem a si mesmos ao chupar o dedo, afirma o grupo. "O aumento no número de gestos mirando a boca em fetos pode ser um indicador do desenvolvimento cerebral necessário para um crescimento saudável, incluindo o preparo para o contato social, o ato de acalmar a si mesmo e a alimentação", diz Nadja Reissland, pesquisadora do departamento de psicologia de Durham. Para chegar à descoberta, os cientistas fizeram, mês a mês, 60 escaneamentos em 15 fetos, todos com tempo de gestação entre 24 a 36 semanas.
Dos fetos analisados, oito eram do sexo feminino e sete, do sexo masculino. O estudo nota que fetos em estágios menos avançados de gestação costumam tocar mais áreas superiores e laterais de suas cabeças, ao passo que fetos em estágios mais avançados de gestação tendem a tocar áreas mais sensíveis de seus rostos, como a boca. Na 36ª semana de gestação, perto do nascimento, parte dos fetos analisados já abrem a boca ao levar a mão a ela, sugerindo que neste estágio já estão aptos a antecipar a necessidade de abrir a boca para receber a mão, e não apenas reagindo ao toque como se pensava antes do estudo.
O estudo dá sequência a outra pesquisa realizada pelas duas universidades e divulgada no fim do ano passado. Nela, os pesquisadores descobriram que fetos já realizam expressões faciais e até bocejam no útero, no que pode ser uma preparação para a comunicação após o nascimento. (Fonte: UOL Ciência)
terça-feira, outubro 08, 2013
O desfile das gêmeas D’Lila Star e Jessie James
Foto John Parra / Petite Parade |
Parece que as irmãs já aprenderam com os pais como lidar com os holofotes. Claro que, os pais (Diddy e Kim), estavam orgulhosos sentados na primeira fila para aplaudir as meninas. Too Cute! Por Jennifer Chan / The Trend
Nascimento de Gêmeos: Parto Normal ou Cesárea?
Riscos são praticamente os mesmos na cesárea e no parto normal de gêmeos. Conclusão veio após pesquisadores analisarem mais de 2,8 mil gestações desse tipo. Para especialistas, a constatação reduz a importância dada às cirurgias.
Quando decidiu engravidar, a arquiteta Grasiella Drumond, 33 anos, já tinha algumas noções do que era o parto humanizado e acreditava ser a melhor forma de ter o primeiro filho. Mas a ideia ganhou um tom de incerteza quando ela descobriu que, em vez de um, teria as gêmeas Iolanda e Margarida. "A primeira coisa que pensei foi se poderia ter o parto normal. Se existia algum tipo de implicação que prejudicasse a segurança delas", lembra.
O primeiro médico — indicado por fazer partos humanizados — disse que não faria o procedimento. "Achei que teria alguém para me apoiar. Nunca fui radical, mas busquei informações e sabia que era possível". O segundo obstetra confirmou a convicção de Grasiella. "Eu queria respeitar o nascimento delas, esse era o ponto primordial. Sabia de algumas complicações e de que precisaria ficar atenta".
Diferentemente do que domina o imaginário popular e do que pregam alguns profissionais, os riscos de mortalidade e morbidade (incidência de doença) fetal ou materna em partos de gêmeos ou múltiplos, não diferem significativamente entre o parto vaginal e a cesariana planejada, em situações ideais. Cientistas de 25 países, inclusive o Brasil, formaram o Grupo Colaborativo do Estudo de Nascimento de Gêmeos. O esforço internacional teve como objetivo reunir um número substancial de gestantes em condições ambientais diferenciadas para que os dados pudessem representar os riscos reais dessa população. Entre os poucos requisitos, a gravidez múltipla deveria estar entre 32 semanas e 38 semanas e 6 dias — período ideal para o parto de gêmeos. O primeiro bebê também precisava estar em posição cefálica — quando a cabeça do feto se encontra mais próxima da bacia materna —, vivo e com peso médio entre um quilo e meio e quatro quilos.
Foram selecionadas e acompanhadas 2.804 mulheres entre dezembro de 2003 e abril de 2011. Dessas, 414 eram do Brasil. Um total de 1.398 era do grupo que faria a cesariana planejada e as outras 1.406, o parto vaginal. Entre as do primeiro grupo, 89,9% foram submetidas a cesariana para ambos os filhos, 0,8% combinou parto vaginal e cesárea e 9,3% tiveram apenas o parto vaginal. Já as mães do segundo grupo, 56,2% mantiveram o que foi planejado inicialmente, apenas o parto normal, e 4,2% combinaram o parto vaginal e a cesárea. As mulheres restantes (39,6%) só foram submetidas à cesárea. A comparação dos dados mostrou que a cesariana planejada não reduziu o risco de morte fetal ou neonatal ou morbidade neonatal grave quando comparada com o parto vaginal planejado. Por Bruna Sensêve / Correio Braziliense
Quando decidiu engravidar, a arquiteta Grasiella Drumond, 33 anos, já tinha algumas noções do que era o parto humanizado e acreditava ser a melhor forma de ter o primeiro filho. Mas a ideia ganhou um tom de incerteza quando ela descobriu que, em vez de um, teria as gêmeas Iolanda e Margarida. "A primeira coisa que pensei foi se poderia ter o parto normal. Se existia algum tipo de implicação que prejudicasse a segurança delas", lembra.
O primeiro médico — indicado por fazer partos humanizados — disse que não faria o procedimento. "Achei que teria alguém para me apoiar. Nunca fui radical, mas busquei informações e sabia que era possível". O segundo obstetra confirmou a convicção de Grasiella. "Eu queria respeitar o nascimento delas, esse era o ponto primordial. Sabia de algumas complicações e de que precisaria ficar atenta".
Diferentemente do que domina o imaginário popular e do que pregam alguns profissionais, os riscos de mortalidade e morbidade (incidência de doença) fetal ou materna em partos de gêmeos ou múltiplos, não diferem significativamente entre o parto vaginal e a cesariana planejada, em situações ideais. Cientistas de 25 países, inclusive o Brasil, formaram o Grupo Colaborativo do Estudo de Nascimento de Gêmeos. O esforço internacional teve como objetivo reunir um número substancial de gestantes em condições ambientais diferenciadas para que os dados pudessem representar os riscos reais dessa população. Entre os poucos requisitos, a gravidez múltipla deveria estar entre 32 semanas e 38 semanas e 6 dias — período ideal para o parto de gêmeos. O primeiro bebê também precisava estar em posição cefálica — quando a cabeça do feto se encontra mais próxima da bacia materna —, vivo e com peso médio entre um quilo e meio e quatro quilos.
"Dois Rios" Por Tatiana Salem Levy
Obra mostra infortúnios de irmãos gêmeos
"Dois Rios" é o mais recente livro da jovem escritora Tatiana Salem Levy, que já foi publicado na Itália e em Portugal. O mar permeia a obra, que descreve as belezas naturais das praias de Dois Rios, litoral do Rio de Janeiro, e de uma ilha em Córsega, localizada no sul da França. "O mar tem uma relação com o tempo, no mar o tempo não é das horas", reflete Tatiana. São nesses dois ambientes que se desenrola o triângulo entre os irmãos gêmeos Joana e Antônio e a francesa de cabelos revoltos Marie-Ange.
Narrado em primeira pessoa, o livro é dividido em duas partes. Na primeira, a irmã conta a história; na segunda, o irmão. De um lado, Joana vive refém da culpa e presa a uma mãe obsessiva; do outro, Antonio viaja pelo mundo trabalhando como fotógrafo profissional. Em ambos os relatos nota-se o constante retorno ao passado como forma de explicar a solidão e a angústia vivida pelos irmãos. "Existe uma relação de amor muito forte entre eles. São irmãos gêmeos que depois da morte do pai passam por um episódio não dito que permeia o futuro deles e que acaba por separá-los", conta Tatiana.
Já a personagem francesa age como um objeto de libertação para as causas que mais perturbam Joana e Antônio, a libertação e a espera, respectivamente. "Ela meio que existe, meio que não existe. Ela é como se fosse o 'Outro', o desconhecido que te transforma", explica a escritora.
A questão do tempo é outra característica presente na obra, pois as histórias contadas pelos irmãos acontecem ao mesmo tempo. "A ideia de que as coisas não podem acontecer na vida ao mesmo tempo é impossível, mas na literatura podem. Isso me chama muito a atenção", conta.
Processo criativo - Tatiana vive um momento fértil em sua vida profissional. Atualmente, adotou Lisboa como sua cidade inspiradora e desenvolve seu terceiro livro, ainda sem título. Para a escritora, o processo de criação é peculiar e constante. Ela começa sempre escrevendo os romances em terceira pessoa, mas rasga tudo e reescreve fazendo uso de um personagem-narrador. Foi assim em seu primeiro livro, "A Chave da Casa" e também em "Dois Rios". "Ao escrever em primeira pessoa, eu me sinto mais confortável, pois posso explorar mais a personalidade dos personagens", conta. Por Vinícius Lacerda / O Tempo
A escritora e tradutora Tatiana Salem Levy nasceu em Lisboa, dia 24 de janeiro de 1979. Descendente de judeus turcos, ela nasceu durante a Ditadura Militar, quando a família estava exilada em Portugal. Nove meses depois do nascimento, voltaram para o Brasil, beneficiados pela Lei da Anistia brasileira.
"Dois Rios" é o mais recente livro da jovem escritora Tatiana Salem Levy, que já foi publicado na Itália e em Portugal. O mar permeia a obra, que descreve as belezas naturais das praias de Dois Rios, litoral do Rio de Janeiro, e de uma ilha em Córsega, localizada no sul da França. "O mar tem uma relação com o tempo, no mar o tempo não é das horas", reflete Tatiana. São nesses dois ambientes que se desenrola o triângulo entre os irmãos gêmeos Joana e Antônio e a francesa de cabelos revoltos Marie-Ange.
Narrado em primeira pessoa, o livro é dividido em duas partes. Na primeira, a irmã conta a história; na segunda, o irmão. De um lado, Joana vive refém da culpa e presa a uma mãe obsessiva; do outro, Antonio viaja pelo mundo trabalhando como fotógrafo profissional. Em ambos os relatos nota-se o constante retorno ao passado como forma de explicar a solidão e a angústia vivida pelos irmãos. "Existe uma relação de amor muito forte entre eles. São irmãos gêmeos que depois da morte do pai passam por um episódio não dito que permeia o futuro deles e que acaba por separá-los", conta Tatiana.
Já a personagem francesa age como um objeto de libertação para as causas que mais perturbam Joana e Antônio, a libertação e a espera, respectivamente. "Ela meio que existe, meio que não existe. Ela é como se fosse o 'Outro', o desconhecido que te transforma", explica a escritora.
A questão do tempo é outra característica presente na obra, pois as histórias contadas pelos irmãos acontecem ao mesmo tempo. "A ideia de que as coisas não podem acontecer na vida ao mesmo tempo é impossível, mas na literatura podem. Isso me chama muito a atenção", conta.
Autora: Tatiana Salem Levy |
A escritora e tradutora Tatiana Salem Levy nasceu em Lisboa, dia 24 de janeiro de 1979. Descendente de judeus turcos, ela nasceu durante a Ditadura Militar, quando a família estava exilada em Portugal. Nove meses depois do nascimento, voltaram para o Brasil, beneficiados pela Lei da Anistia brasileira.
segunda-feira, outubro 07, 2013
Péricles de Freitas Druck, pai das gêmeas Caetana e Mariana
Péricles Druck / Foto Fernando Gomes - Agência RBS |
Patricia Fossati, ex-mulher de Péricles Druck com as filhas gêmeas Mariana e Caetana |
Às vezes, do céu ao inferno são apenas alguns passos. E a vida pode mudar rapidamente. Mesmo. Péricles de Freitas Druck era um dos empresários mais badalados do Estado na década de 1980. Frequentava altas rodas e tinha a confiança dos gaúchos. Seu banco, Habitasul, chegou a ter 1,6 milhão de cadernetas de poupança. Habitué de colunas sociais e alvo do noticiário econômico, enfrentou uma reviravolta em 1985 quando o sistema financeiro gaúcho quase quebrou – com ele como um dos protagonistas. Depois da intervenção no Sulbrasileiro, mais tarde estatizado e transformado no Meridional, quebraram também Habitasul, Maisonnave e instituições menores.
A crise foi tão grande que foi preciso que um avião aterrissasse no Salgado Filho carregado de dinheiro. Nem isso foi suficiente para fazer frente à corrida de poupadores e correntistas, temerosos de novas quebras.
Pela primeira vez em 28 anos, o advogado e jornalista porto-alegrense fala sobre detalhes do episódio que marcou a história econômica do Estado e o impediu de atuar no mercado financeiro por décadas e dos processos que sofreu. No mesmo escritório de onde acompanhou a intervenção do Banco Central, com uma bela vista do Guaíba, no centro de Porto Alegre, concedeu longa entrevista a ZH, dividida em dois dias. Conta que 1985 ainda lhe reservaria uma dor maior, impensável para qualquer pai ou mãe. No final do ano, a filha Adriana, 18 anos, morreu em um acidente de carro. E comenta a prisão "midiática" por outro caso – denúncias de venda de licenças ambientais em Florianópolis. Aos 72 anos, tem os filhos Péricles e Andrea para dirigir as indústrias e o empreendimento de Jurerê (SC). Ainda passa tempo com as filhas gêmeas de nove anos Caetana e Marina e os cinco netos.
"Bidivorciado" e hoje sem namorada, tem projetos imobiliários bilionários no Estado e em Santa Catarina. Diz que sua "reconstrução", pessoal e profissional, segue até hoje. Afirma ter vendido 80% de seu patrimônio para pagar dívidas. Mas ainda comanda um grupo empresarial dividido em negócios industriais e imobiliários que empregam 3,2 mil funcionários em quatro Estados.
A matéria completa de Maria Isabel Hammes, você lê na íntegra no Zero Hora
*Empresário, advogado e jornalista, Péricles de Freitas Druck nasceu em 1941, na cidade de Porto Alegre / RS.
Demanda por barrigas de aluguel cria 'fábrica de bebês' na Índia
O comércio de barrigas de aluguel na Índia movimenta mais de US$ 1 bilhão (R$ 2,2 bilhões) por ano. Além de transformar o país em uma referência mundial nessa prática, ele ajudou a fomentar a criação de um organizado sistema em que as mulheres que alugam suas barrigas vivem em dormitórios supervisionados por médico, que críticos chamam de 'fábricas de bebê'. Estas mulheres proporcionam aos casais sem filhos a chance de ter a família que sempre desejaram. Mas como é a vida destas mulheres que carregam o filho de outra pessoa por dinheiro? "Na Índia, as famílias são muito próximas. Você está certo em fazer qualquer coisa pelos filhos", disse Vasanti, que tem 28 anos. "Eu alugo a minha barriga para ver meus filhos terem tudo o que eu sempre sonhei."
RESPONSABILIDADE - Vasanti está grávida, mas não de um filho seu. Ela está gerando o filho de um casal japonês. Para isso ela vai receber US$ 8 mil (R$ 17,7 mil), o suficiente para construir uma casa nova e mandar seus dois filhos, que tem cinco e sete anos, para uma escola onde se fala inglês, algo que ela nunca imaginou ser possível. "Eu estou feliz do fundo do meu coração", disse Vasanti. Ela teve os embriões do casal japonês implantados na pequena cidade de Anand, na província de Gujarat, no noroeste da Índia, e passará os próximos nove meses vivendo em um dormitório com outras 100 mães de aluguel, todas pacientes de uma médica chamada Nayna Patel. Há no máximo dez mães de aluguel em cada quarto, onde as mulheres recebem suas refeições e vitaminas para que possam descansar. Vasanti, no entanto, não consegue ficar quieta.
"À noite eu ando por aí porque eu não consigo dormir. A medida que a barriga aumenta e o bebê cresce eu vou ficando muito entediada", disse Vasanti. "Eu agora quero ir logo para casa e ficar com os meus filhos e marido." As regras da casa proíbem as mulheres de ter relações sexuais durante a gravidez, e enfatizam que nem os médicos, nem a clínica, nem o casal que contratou a barriga de aluguel, são responsáveis por qualquer complicação. Se a mulher estiver grávida de gêmeos ela recebe uma quantia um pouco maior, U$ 10 mil (R$ 22 mil). Se ela sofrer um aborto espontâneo nos primeiros três meses, ela recebe U$ 600 (R$1,331 mil). O casal paga cerca de U$ 28 mil pela gravidez que resulta em um nascimento bem sucedido.
TRABALHO OFENSIVO - Patel, que coordena a clínica de fertilização in vitro e o dormitório, e é responsável por fazer os partos, reconhece que muitas pessoas acham seu trabalho ofensivo. "Eu já fui criticada. Ainda sou e vou continuar sendo, porque isso, para muitos, é um assunto polêmico. Há muitos que dizem que isso é apenas um negócio, uma fábrica de fazer e vender bebês, e isso machuca.", diz ela. Alguns dizem que essas mães de aluguel estão sendo exploradas, mas Patel argumenta que o mundo dos grandes negócios, do glamour e da política é muito pior. "Eu acho que nesse mundo as pessoas estão sempre usando umas as outras", disse Patel. Em sua opinião, as mães estão participando de um negócio justo.
"Essas mulheres que alugam a barriga estão fazendo o trabalho físico, e elas estão sendo pagas para isso. Elas sabem que não tem como ganhar sem trabalhar," defende ela. Enquanto elas ficam na casa, Patel diz que as mulheres aprendem novas habilidades, como por exemplo o bordado, para que elas possam ter uma profissão quando forem embora. E a quantia que elas recebem é enorme em comparação aos salários locais. O pagamento de Vasanti, que ela recebe em parcelas, torna o salário mensal de US$ 40 (R$ 88) de seu marido em algo insignificante.
QUESTÃO LEGAL - Algumas mulheres voltam depois de parir. Mas Patel só permite que cada mulher retorne três vezes. Há diversas razões para que a Índia seja vista como "polo mundial das barrigas de aluguel", diz ela. Tecnologias medicinais de qualidade estão disponíveis, e o custo é comparativamente baixo. Mas a situação legal também é favorável, Patel argumenta. "A mãe de aluguel não tem direito algum sobre o bebê, o que torna as coisas mais fáceis. Já no Ocidente a mulher que dá à luz é considerada a mãe, e a certidão de nascimento leva o seu nome." Não ter o nome da mãe de aluguel na certidão de nascimento torna mais difícil para a criança descobrir sua identidade. Um terço das pessoas mais pobres do mundo está na Índia, e críticos dizem que a pobreza é o fator que mais influencia a decisão dessas mulheres em alugar a barriga. "Há muitas mulheres na Índia em estado de necessidade. Elas precisam de comida, abrigo, roupa e remédio, e assistência médica não é de graça para todos. As pessoas têm que se arranjar de alguma forma", diz Patel.
HOSTILIDADE - Patel diz que encoraja as mulheres a usar o dinheiro com responsabilidade. Vasanti e seu marido estão construindo uma nova casa. "A casa onde eu moro no momento é alugada. A nova será muito melhor," diz seu marido, Ashok. "Meus pais vão ficar felizes por que seu filho e sua nora conseguiram construir uma casa. O nosso status na sociedade vai subir, o que será uma coisa boa." Mas a casa nova vem com um preço. Não será construída na mesma área da antiga, por hostilidade dos vizinhos. "Se ficamos em casa todos ficam sabendo que essa é uma barriga de aluguel, que é um bebê de proveta, e eles (vizinhos) falam mal. Por isso não podemos ficar lá com segurança", disse Vasanti.
UM MENINO - À medida que a data para o nascimento se aproximava, Vasanti se tornava mais ansiosa sobre o parto. "Eu não sei se o casal vem pegar o bebê assim que ele nascer, ou se ele vai ficar comigo pelos primeiros 15, 20 dias. É possível que eu nem o veja", disse ela. Vasanti foi para o hospital, e depois de um longo tempo em trabalho de parto, Patel decidiu fazer uma cesária. É um menino, o que costuma ser motivo de comemoração na Índia, mas Vasanti ficou preocupada porque o casal japonês originalmente queria uma menina. O bebê foi levado direto para o hospital neonatal em que os pais estavam aguardando para pegar o recém-nascido e levá-lo para o Japão.
"Eu o vi quando fiz a cesariana. Eu vi o meu filho, mas depois o tiraram de mim. Eu devo ter visto ele por cinco segundos, quando o levaram. O casal queria uma menina, e é um menino. É bom sendo um menino ou uma menina, o que importa é que eles finalmente têm um filho," diz Vasanti um pouco emocionada. Enquanto o menino que ela carregou por nove meses começa sua nova vida, Vasanti está começando a dela. Ela mora em sua nova casa com sua família, e seus filhos frequentam a escola onde se fala inglês. "Meus filhos estão crescendo todos os dias, e nós queremos um bom futuro. Foi para isso que nós fizemos isso (barriga de aluguel), e eu não quero nunca que a minha filha seja uma mãe de aluguel.", finalizou ela. (Fonte: BBC Brasil / Folha de São Paulo)
RESPONSABILIDADE - Vasanti está grávida, mas não de um filho seu. Ela está gerando o filho de um casal japonês. Para isso ela vai receber US$ 8 mil (R$ 17,7 mil), o suficiente para construir uma casa nova e mandar seus dois filhos, que tem cinco e sete anos, para uma escola onde se fala inglês, algo que ela nunca imaginou ser possível. "Eu estou feliz do fundo do meu coração", disse Vasanti. Ela teve os embriões do casal japonês implantados na pequena cidade de Anand, na província de Gujarat, no noroeste da Índia, e passará os próximos nove meses vivendo em um dormitório com outras 100 mães de aluguel, todas pacientes de uma médica chamada Nayna Patel. Há no máximo dez mães de aluguel em cada quarto, onde as mulheres recebem suas refeições e vitaminas para que possam descansar. Vasanti, no entanto, não consegue ficar quieta.
"À noite eu ando por aí porque eu não consigo dormir. A medida que a barriga aumenta e o bebê cresce eu vou ficando muito entediada", disse Vasanti. "Eu agora quero ir logo para casa e ficar com os meus filhos e marido." As regras da casa proíbem as mulheres de ter relações sexuais durante a gravidez, e enfatizam que nem os médicos, nem a clínica, nem o casal que contratou a barriga de aluguel, são responsáveis por qualquer complicação. Se a mulher estiver grávida de gêmeos ela recebe uma quantia um pouco maior, U$ 10 mil (R$ 22 mil). Se ela sofrer um aborto espontâneo nos primeiros três meses, ela recebe U$ 600 (R$1,331 mil). O casal paga cerca de U$ 28 mil pela gravidez que resulta em um nascimento bem sucedido.
TRABALHO OFENSIVO - Patel, que coordena a clínica de fertilização in vitro e o dormitório, e é responsável por fazer os partos, reconhece que muitas pessoas acham seu trabalho ofensivo. "Eu já fui criticada. Ainda sou e vou continuar sendo, porque isso, para muitos, é um assunto polêmico. Há muitos que dizem que isso é apenas um negócio, uma fábrica de fazer e vender bebês, e isso machuca.", diz ela. Alguns dizem que essas mães de aluguel estão sendo exploradas, mas Patel argumenta que o mundo dos grandes negócios, do glamour e da política é muito pior. "Eu acho que nesse mundo as pessoas estão sempre usando umas as outras", disse Patel. Em sua opinião, as mães estão participando de um negócio justo.
"Essas mulheres que alugam a barriga estão fazendo o trabalho físico, e elas estão sendo pagas para isso. Elas sabem que não tem como ganhar sem trabalhar," defende ela. Enquanto elas ficam na casa, Patel diz que as mulheres aprendem novas habilidades, como por exemplo o bordado, para que elas possam ter uma profissão quando forem embora. E a quantia que elas recebem é enorme em comparação aos salários locais. O pagamento de Vasanti, que ela recebe em parcelas, torna o salário mensal de US$ 40 (R$ 88) de seu marido em algo insignificante.
QUESTÃO LEGAL - Algumas mulheres voltam depois de parir. Mas Patel só permite que cada mulher retorne três vezes. Há diversas razões para que a Índia seja vista como "polo mundial das barrigas de aluguel", diz ela. Tecnologias medicinais de qualidade estão disponíveis, e o custo é comparativamente baixo. Mas a situação legal também é favorável, Patel argumenta. "A mãe de aluguel não tem direito algum sobre o bebê, o que torna as coisas mais fáceis. Já no Ocidente a mulher que dá à luz é considerada a mãe, e a certidão de nascimento leva o seu nome." Não ter o nome da mãe de aluguel na certidão de nascimento torna mais difícil para a criança descobrir sua identidade. Um terço das pessoas mais pobres do mundo está na Índia, e críticos dizem que a pobreza é o fator que mais influencia a decisão dessas mulheres em alugar a barriga. "Há muitas mulheres na Índia em estado de necessidade. Elas precisam de comida, abrigo, roupa e remédio, e assistência médica não é de graça para todos. As pessoas têm que se arranjar de alguma forma", diz Patel.
HOSTILIDADE - Patel diz que encoraja as mulheres a usar o dinheiro com responsabilidade. Vasanti e seu marido estão construindo uma nova casa. "A casa onde eu moro no momento é alugada. A nova será muito melhor," diz seu marido, Ashok. "Meus pais vão ficar felizes por que seu filho e sua nora conseguiram construir uma casa. O nosso status na sociedade vai subir, o que será uma coisa boa." Mas a casa nova vem com um preço. Não será construída na mesma área da antiga, por hostilidade dos vizinhos. "Se ficamos em casa todos ficam sabendo que essa é uma barriga de aluguel, que é um bebê de proveta, e eles (vizinhos) falam mal. Por isso não podemos ficar lá com segurança", disse Vasanti.
UM MENINO - À medida que a data para o nascimento se aproximava, Vasanti se tornava mais ansiosa sobre o parto. "Eu não sei se o casal vem pegar o bebê assim que ele nascer, ou se ele vai ficar comigo pelos primeiros 15, 20 dias. É possível que eu nem o veja", disse ela. Vasanti foi para o hospital, e depois de um longo tempo em trabalho de parto, Patel decidiu fazer uma cesária. É um menino, o que costuma ser motivo de comemoração na Índia, mas Vasanti ficou preocupada porque o casal japonês originalmente queria uma menina. O bebê foi levado direto para o hospital neonatal em que os pais estavam aguardando para pegar o recém-nascido e levá-lo para o Japão.
"Eu o vi quando fiz a cesariana. Eu vi o meu filho, mas depois o tiraram de mim. Eu devo ter visto ele por cinco segundos, quando o levaram. O casal queria uma menina, e é um menino. É bom sendo um menino ou uma menina, o que importa é que eles finalmente têm um filho," diz Vasanti um pouco emocionada. Enquanto o menino que ela carregou por nove meses começa sua nova vida, Vasanti está começando a dela. Ela mora em sua nova casa com sua família, e seus filhos frequentam a escola onde se fala inglês. "Meus filhos estão crescendo todos os dias, e nós queremos um bom futuro. Foi para isso que nós fizemos isso (barriga de aluguel), e eu não quero nunca que a minha filha seja uma mãe de aluguel.", finalizou ela. (Fonte: BBC Brasil / Folha de São Paulo)
Rua em Havana tem doze pares de gêmeos (Cuba)
Rua em Havana tem doze pares de gêmeos / Foto BBC |
Alguns atribuem à água local, outros dizem que se trata da alta concentração de energia na região ou mesmo a vegetação cubana e em especial a presença de uma árvore nativa, a siguaraya. Devido à proximidade e à coincidência, os gêmeos de Buena Vista brincam entre si como se fossem todos de uma grande família Assista ao vídeo! (Fonte: G1)
quinta-feira, outubro 03, 2013
"O Mordomo da Casa Branca" Por Lee Daniels
Oprah Winfrey e Forest Whitaker em cena "The Butler" |
O filme é inspirado no artigo do Washington Post "Um mordomo bem servido por esta eleição", escrito por Wil Haygood em 2008, que contava a vida real do mordomo da Casa Branca, Eugene Allen, que morreu em 2010, aos 90 anos. A trilha sonora é assinada pelo músico português Rodrigo Leão. No elenco estão: Forest Whitaker, Cuba Gooding Jr., Terrence Howard, Oprah Winfrey e Lenny Kravitz, Robin Williams, James Marsden, Liev Schreiber, John Cusack, Alan Rickman, Vanessa Redgrave, Melissa Leo, Jane Fonda e a cantora Mariah Carey.
Lee Daniels é gay assumido e adotou como filhos, seus sobrinhos gêmeos Clara e Liam |
Pesquisadores induzem crescimento de óvulos e nascimento de bebê em mulher infértil
Novo método permitiu que cinco mulheres com insuficiência ovariana primária voltassem a produzir óvulos. Uma das voluntárias deu à luz e outra está no meio da gravidez
Uma nova técnica desenvolvida por pesquisadores de universidades americanas e japonesas foi capaz de fazer com que os ovários de cinco mulheres até então consideradas inférteis voltassem a produzir óvulos. Todas elas sofriam com insuficiência ovariana primária, uma condição que faz as mulheres pararem de ovular antes de chegar à menopausa. Após passarem pelo procedimento, uma delas já engravidou e deu à luz a um bebê saudável, e outra está no meio da gravidez.
A técnica, que os investigadores chamaram de "ativação in vitro", requer que o ovário seja removido cirurgicamente da mulher, receba um tratamento fora de seu corpo e seja, em seguida, reimplantado. Vinte e sete voluntárias no Japão participaram do estudo experimental. A pesquisa que detalha o procedimento foi publicada na revista PNAS.
As mulheres costumam nascer com centenas de milhares de folículos em seus ovários, estruturas a partir das quais irão se desenvolver os óvulos. Normalmente, apenas um folículo atinge a maturidade por mês, liberando apenas um óvulo na trompa e dando início ao ciclo reprodutivo mensal feminino. No entanto, cerca de 1% das mulheres em idade reprodutiva experimenta a insuficiência ovariana primária, o que significa que seus folículos não liberam os óvulos de maneira regular. "As mulheres com insuficiência ovariana primária entram na menopausa muito cedo na vida, antes de completar 40 anos. Pesquisas anteriores haviam sugerido que essas mulheres possuíam folículos muito pequenos e que ainda podiam passar por alguma espécie de tratamento. Nossos resultados nos trazem esperança para tratar essas pacientes", diz Aaron Hsueh, pesquisador da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, e autor do estudo.
Caminhos da reprodução — O novo estudo se baseia em trabalhos anteriores que descobriram uma via de sinalização composta por diversas proteínas, incluindo um chamado PTEN, que controla o crescimento dos folículos no ovário. Esse controle é importante pois as mulheres têm um número finito de óvulos, e a maioria dos folículos devem permanecer dormentes por anos ou até décadas para garantir que elas possam se reproduzir durante a maior parte de sua vida. Em 2010, os cientistas demonstraram que o bloqueio da atividade da PTEN em ratos e ovários humanos foi suficiente para fazer com que folículos latentes crescessem e produzissem óvulos.
"Para as pacientes com insuficiência ovariana primária, a doação de óvulos costuma ser a única opção para ter um bebê. Elas estão ansiosas para encontrar uma maneira de engravidar com seus próprios óvulos. Quando fomos bem sucedidos na obtenção de óvulos a partir do bloqueio da proteína PTEN, ganhamos a confiança de que esta abordagem poderia funcionar clinicamente", diz Kazuhiro Kawamura, pesquisador da Escola de Medicina da Universidade de St. Marianna, no Japão.
O tratamento divulgado nesta segunda-feira combina essa nova técnica com uma muito mais antiga. Os cientistas sabem há décadas que, se realizarem pequenos cortes ou perfurações nos ovário de algumas mulheres, eles podem ser estimulados a desenvolver folículos dormentes. Esta abordagem foi bastante utilizada no passado para tratar mulheres com uma condição conhecida como síndrome dos ovários policísticos, mas os pesquisadores não sabiam exatamente por que ela funcionava.
Os pesquisadores conseguiram responder a essa questão durante o estudo, ao demonstrar que o corte do ovário interrompe uma outra via de sinalização, conhecida como Hippo. Esse mecanismo foi originalmente identificado em moscas, mas já se sabia que era compartilhado por muitos animais. A via de sinalização Hippo é conhecida por controlar o crescimento de muitos órgãos do corpo — mantendo-os do tamanho certo para cada espécie. No ovário, ela ajuda a garantir que apenas alguns folículos cheguem à maturidade a cada momento, de modo a conservar a oferta de óvulos ao longo da vida da mulher. Ao testar as duas técnicas em conjunto, primeiro em ratos de laboratório e depois em fragmentos do ovário humano, os cientistas descobriram que ela era viável, ativando muitos mais folículos do que qualquer um dos tratamentos isoladamente.
Ovulação e gravidez — Os pesquisadores então decidiram utilizar a técnica diretamente em mulheres inférteis. Eles usaram procedimentos minimamente invasivos para remover ambos os ovários de 27 mulheres com insuficiência ovariana primária. A média de idade entre as mulheres foi de 37 anos, e elas haviam parado de menstruar, em média, 6,8 anos antes do estudo. Ao analisar os ovários, eles descobriram que 13 das voluntárias ainda possuíam folículos residuais. Em seguida, os ovários foram cortados pelos pesquisadores e tratados com drogas que bloqueiam a via de sinalização PTEN. Pequenos pedaços dos órgãos foram transplantados de volta para o corpo das mulheres, perto de suas trompas de Falópio. O crescimento folicular foi observado em oito dessas voluntárias, que passaram as receber um tratamento com hormônios para estimular a ovulação.
Cinco delas desenvolveram óvulos maduros que foram coletados para fertilização in vitro. Após serem fertilizados com o esperma de seus parceiros, os embriões foram transferidos para o útero. Entre as cinco mulheres, uma recebeu um embrião, mas não conseguiu engravidar. Outras duas ainda estão se preparando para a transferência de embriões e uma já está no meio da gravidez.
Uma quinta recebeu dois embriões e foi capaz de estabelecer uma gravidez bem sucedida, que resultou em um único bebé aparentemente saudável. "Embora eu acreditasse que o procedimento iria funcionar, acompanhei a gravidez de perto e, quando chegou a hora do parto, eu mesmo realizei a cesariana", diz Kazuhiro Kawamura. "Eu não consegui dormir na noite anterior à operação, mas quando vi o bebê saudável, minha ansiedade virou encanto. O casal de pais se abraçou em lágrimas. Espero que a técnica seja capaz de ajudar pacientes com insuficiência ovariana primária ao redor de todo o mundo".
Os pesquisadores afirmam, no entanto, que ainda devem demorar alguns anos para que a o procedimento se torne uma rotina, como a fertilização in vitro. Nesse meio tempo, eles querem testar sua eficácia em pacientes com outras causas de infertilidade, como menopausa precoce causada por quimioterapia ou radiação e mulheres inférteis entre as idades de 40 e 45. (Fonte: Revista Veja)
Uma nova técnica desenvolvida por pesquisadores de universidades americanas e japonesas foi capaz de fazer com que os ovários de cinco mulheres até então consideradas inférteis voltassem a produzir óvulos. Todas elas sofriam com insuficiência ovariana primária, uma condição que faz as mulheres pararem de ovular antes de chegar à menopausa. Após passarem pelo procedimento, uma delas já engravidou e deu à luz a um bebê saudável, e outra está no meio da gravidez.
A técnica, que os investigadores chamaram de "ativação in vitro", requer que o ovário seja removido cirurgicamente da mulher, receba um tratamento fora de seu corpo e seja, em seguida, reimplantado. Vinte e sete voluntárias no Japão participaram do estudo experimental. A pesquisa que detalha o procedimento foi publicada na revista PNAS.
As mulheres costumam nascer com centenas de milhares de folículos em seus ovários, estruturas a partir das quais irão se desenvolver os óvulos. Normalmente, apenas um folículo atinge a maturidade por mês, liberando apenas um óvulo na trompa e dando início ao ciclo reprodutivo mensal feminino. No entanto, cerca de 1% das mulheres em idade reprodutiva experimenta a insuficiência ovariana primária, o que significa que seus folículos não liberam os óvulos de maneira regular. "As mulheres com insuficiência ovariana primária entram na menopausa muito cedo na vida, antes de completar 40 anos. Pesquisas anteriores haviam sugerido que essas mulheres possuíam folículos muito pequenos e que ainda podiam passar por alguma espécie de tratamento. Nossos resultados nos trazem esperança para tratar essas pacientes", diz Aaron Hsueh, pesquisador da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, e autor do estudo.
Caminhos da reprodução — O novo estudo se baseia em trabalhos anteriores que descobriram uma via de sinalização composta por diversas proteínas, incluindo um chamado PTEN, que controla o crescimento dos folículos no ovário. Esse controle é importante pois as mulheres têm um número finito de óvulos, e a maioria dos folículos devem permanecer dormentes por anos ou até décadas para garantir que elas possam se reproduzir durante a maior parte de sua vida. Em 2010, os cientistas demonstraram que o bloqueio da atividade da PTEN em ratos e ovários humanos foi suficiente para fazer com que folículos latentes crescessem e produzissem óvulos.
"Para as pacientes com insuficiência ovariana primária, a doação de óvulos costuma ser a única opção para ter um bebê. Elas estão ansiosas para encontrar uma maneira de engravidar com seus próprios óvulos. Quando fomos bem sucedidos na obtenção de óvulos a partir do bloqueio da proteína PTEN, ganhamos a confiança de que esta abordagem poderia funcionar clinicamente", diz Kazuhiro Kawamura, pesquisador da Escola de Medicina da Universidade de St. Marianna, no Japão.
O tratamento divulgado nesta segunda-feira combina essa nova técnica com uma muito mais antiga. Os cientistas sabem há décadas que, se realizarem pequenos cortes ou perfurações nos ovário de algumas mulheres, eles podem ser estimulados a desenvolver folículos dormentes. Esta abordagem foi bastante utilizada no passado para tratar mulheres com uma condição conhecida como síndrome dos ovários policísticos, mas os pesquisadores não sabiam exatamente por que ela funcionava.
Os pesquisadores conseguiram responder a essa questão durante o estudo, ao demonstrar que o corte do ovário interrompe uma outra via de sinalização, conhecida como Hippo. Esse mecanismo foi originalmente identificado em moscas, mas já se sabia que era compartilhado por muitos animais. A via de sinalização Hippo é conhecida por controlar o crescimento de muitos órgãos do corpo — mantendo-os do tamanho certo para cada espécie. No ovário, ela ajuda a garantir que apenas alguns folículos cheguem à maturidade a cada momento, de modo a conservar a oferta de óvulos ao longo da vida da mulher. Ao testar as duas técnicas em conjunto, primeiro em ratos de laboratório e depois em fragmentos do ovário humano, os cientistas descobriram que ela era viável, ativando muitos mais folículos do que qualquer um dos tratamentos isoladamente.
Ovulação e gravidez — Os pesquisadores então decidiram utilizar a técnica diretamente em mulheres inférteis. Eles usaram procedimentos minimamente invasivos para remover ambos os ovários de 27 mulheres com insuficiência ovariana primária. A média de idade entre as mulheres foi de 37 anos, e elas haviam parado de menstruar, em média, 6,8 anos antes do estudo. Ao analisar os ovários, eles descobriram que 13 das voluntárias ainda possuíam folículos residuais. Em seguida, os ovários foram cortados pelos pesquisadores e tratados com drogas que bloqueiam a via de sinalização PTEN. Pequenos pedaços dos órgãos foram transplantados de volta para o corpo das mulheres, perto de suas trompas de Falópio. O crescimento folicular foi observado em oito dessas voluntárias, que passaram as receber um tratamento com hormônios para estimular a ovulação.
Cinco delas desenvolveram óvulos maduros que foram coletados para fertilização in vitro. Após serem fertilizados com o esperma de seus parceiros, os embriões foram transferidos para o útero. Entre as cinco mulheres, uma recebeu um embrião, mas não conseguiu engravidar. Outras duas ainda estão se preparando para a transferência de embriões e uma já está no meio da gravidez.
Uma quinta recebeu dois embriões e foi capaz de estabelecer uma gravidez bem sucedida, que resultou em um único bebé aparentemente saudável. "Embora eu acreditasse que o procedimento iria funcionar, acompanhei a gravidez de perto e, quando chegou a hora do parto, eu mesmo realizei a cesariana", diz Kazuhiro Kawamura. "Eu não consegui dormir na noite anterior à operação, mas quando vi o bebê saudável, minha ansiedade virou encanto. O casal de pais se abraçou em lágrimas. Espero que a técnica seja capaz de ajudar pacientes com insuficiência ovariana primária ao redor de todo o mundo".
Os pesquisadores afirmam, no entanto, que ainda devem demorar alguns anos para que a o procedimento se torne uma rotina, como a fertilização in vitro. Nesse meio tempo, eles querem testar sua eficácia em pacientes com outras causas de infertilidade, como menopausa precoce causada por quimioterapia ou radiação e mulheres inférteis entre as idades de 40 e 45. (Fonte: Revista Veja)
quarta-feira, outubro 02, 2013
Ex-siamesas, as gêmeas Kerolyn e Kauany foram separadas há um ano!
Kerolyn e Kauany, de um ano e oito meses, nasceram siamesas e
foram separadas dia 02 de outubro de 2012 / Foto: Diogo Zanatta
Um ano depois da cirurgia de separação, gêmeas siamesas vivem fase de descobertas e sorrisos. Depois de acompanhar as filhas por um ano e 19 dias no hospital, os pais consideram cada descoberta grandes acontecimentos. Quando a habitual brincadeira no pátio da nova casa foi interrompida por um espirro da irmã gêmea, Kerolyn fez um esforço para caminhar e pegar uma toalha. Com o pano, limpou o rosto da irmã sob os olhos apaixonados da mãe: 'Limpa, limpa' dizia para a gêmea Kauany.
A cumplicidade das meninas, que hoje moram em Cruz Alta, no Noroeste, é a maior vitória da vida de Adriana Ribeiro, 32 anos. No quinto mês de gravidez, a mãe ouviu da médica um diagnóstico assustador: elas eram siamesas. Um ultrassom revelou que as gêmeas nasceriam unidas pelo abdômen e compartilhando órgãos essenciais, como fígado, intestino e bexiga. Um caso raro na medicina, que ocorre a cada 50 mil nascimentos. Depois da consulta, Adriana conta que correu para a internet pesquisar o que aquilo significava. E, ao conhecer a história de outros irmãos siameses, ficou ainda mais temerosa: "Eu li que na maioria dos casos os médicos não conseguiam salvar os dois irmãos. Tive muito medo de perder uma das meninas. Vê-las brincando hoje, me enche de orgulho".
Vinte profissionais estudaram os procedimentos cirúrgicos - A gestação de risco levou a mãe e o marido, Juliano do Amaral e Silva, 24 anos, a peregrinarem quase diariamente de Marau, onde moravam na época, para Passo Fundo, distante 40 quilômetros. O motivo era a busca por um tratamento mais adequado em uma instituição de alta complexidade, o Hospital São Vicente de Paulo. Após o parto, no dia 31 de janeiro de 2012, as meninas passaram nove meses unidas. Elas precisavam ganhar peso para enfrentar a delicada cirurgia de separação, que completará um ano no dia 2 de outubro. Vinte profissionais estudaram o procedimento, realizado pelo cirurgião pediátrico Gustavo Pileggi Castro e outros cinco médicos: "O fato de hoje elas estarem bem é uma vitória para toda a equipe. Ficamos muito felizes" relata o responsável pela cirurgia, que durou nove horas.
Depois da separação, as meninas ainda passaram outros quatro meses no hospital. Elas receberam alta em 19 de fevereiro e foram para a casa em Marau. Há três meses, a família decidiu mudar-se para Cruz Alta por motivos financeiros. Foi lá que Juliano conseguiu um emprego na área da manutenção industrial. Com a mulher ocupada com as gêmeas e as outras duas filhas do casal, Kemely, 10 anos, e Thauany, três anos, ele é único responsável pelo sustento da família. Apesar das dificuldades, a saúde das meninas é a recompensa do casal. Pela má formação do intestino, elas ainda precisam passar por pelo menos duas cirurgias. Em outubro, elas serão avaliadas novamente.
Os primeiros passos e palavras - Depois de acompanhar as filhas por um ano e 19 dias no hospital, os pais consideram cada descoberta das meninas grandes acontecimentos. Mais agitada, Kerolyn caminha e fala algumas palavras com clareza, enquanto Kauany ensaia os primeiros passos e palavras. As meninas hoje dormem em berços separados, mas no quarto dos pais. Costumam brincar no pátio e na sala da casa e, como a maioria dos irmãos, elas também brigam pelos brinquedos. A mãe conta que a motoca é o principal motivo de desavenças. "É só uma pegar a motoca que a outra começa a chorar. Mas, em seguida, uma já consola a outra e, às vezes, nem preciso interferir. Elas se entendem muito bem", conta Adriana.
Caso Delicado - Adriana descobriu que estava grávida de gêmeas siamesas no quinto mês da gestação. Segundo o cirurgião pediátrico Gustavo Pileggi Castro, há um caso de gêmeos desse tipo a cada 50 mil nascimentos. Por causa da gravidez de risco, a mãe teve de realizar ecografias de 15 em 15 dias, enquanto outras fazem o exame uma vez por mês. O resultado dos exames possibilitou o estudo do parto, realizado no Hospital São Vicente de Paulo, em Passo Fundo. As meninas nasceram unidas pelo abdômen, compartilhando órgãos como fígado, intestino e bexiga. Nove meses depois, quando estavam com 11 quilos, os médicos decidiram realizar a operação. A cirurgia foi realizada no dia 2 de outubro de 2012, com dois anestesistas, dois médicos e dois residentes. Depois de quatro meses do procedimento, as meninas receberam alta no dia 19 de fevereiro de 2013. Desde que nasceram elas passaram um ano e 19 dias no hospital. Por Fernanda da Costa / Cruz Alta / Zero Hora
DNA e a identidade das pessoas não estão tão entrelaçados quanto se pensava
Cientistas têm descoberto que é muito comum um indivíduo ter vários genomas.
Das aulas de biologia ao "CSI", ouvimos repetidamente que o nosso genoma é o cerne da nossa identidade. Basta ler as sequências dos cromossomos de uma única célula e aprendemos tudo sobre a informação genética de uma pessoa – ou, como a 23andMe, uma importante empresa de testes genéticos, diz em seu site, "Quanto mais você sabe sobre o seu DNA, mais você sabe sobre si mesmo." Existência de múltiplos genomas em um indivíduo pode causar grande impacto na medicina. Entretanto, os cientistas estão descobrindo que - em um nível surpreendente - nós contemos multidões genéticas. Não muito tempo atrás, os pesquisadores pensavam que era raro as células de uma única pessoa saudável diferirem geneticamente de forma significativa. Contudo, os cientistas têm descoberto que é muito comum um indivíduo ter vários genomas. Algumas pessoas, por exemplo, têm grupos de células com mutações que não são encontradas no resto do corpo. Algumas têm genomas que vieram de outras pessoas.
"Correm rumores a respeito disso há anos, até mesmo décadas, mas apenas sob a forma de hipóteses", disse Alexander Urban, geneticista da Universidade de Stanford. Mesmo há três anos, sugerir que existia uma variação genética generalizada em um único corpo era algo recebido com ceticismo, disse ele. "Seria bater de frente com o consenso". Não obstante, uma série de artigos recentes de Urban e outros pesquisadores demonstrou que esses rumores não eram apenas hipotéticos. A variação entre os genomas encontrados em uma única pessoa era demasiado grande para ser ignorada. "Agora sabemos que ela existe", disse Urban, "e estamos mapeando esse novo continente".
O Dr. James R. Lupski, um dos maiores especialistas em genoma humano da Faculdade de Medicina Baylor, escreveu em uma análise publicada recentemente na revista Science que a existência de múltiplos genomas em um indivíduo pode causar um impacto considerável sobre a prática da medicina. "Isso mudou a forma como eu penso", disse ele em uma entrevista. Os cientistas estão encontrando relações de vários genomas com certas doenças raras, e começando a investigar variações genéticas para lançar luz sobre doenças mais comuns. As mudanças na visão da ciência também estão levantando questões acerca de como os cientistas forenses devem usar as evidências de DNA para identificar pessoas. Também têm colocado desafios para os consultores genéticos, que não têm como presumir que a informação genética de uma célula pode revelar informações do DNA de todo o corpo de uma pessoa.
Modelo Humano - Quando um óvulo e um espermatozoide mesclam seu DNA, o genoma que produzem contém todas as informações necessárias para a construção de um novo ser humano. À medida que o óvulo vai se dividindo para formar um embrião, ele produz novas cópias desse genoma original. Há décadas, os geneticistas têm explorado como um embrião pode usar as instruções presentes em um único genoma para desenvolver os músculos, os nervos e as muitas outras partes do corpo humano. Eles também usam o sequenciamento para compreender as variações genéticas que podem aumentar o risco de certas doenças. Os consultores genéticos podem examinar os resultados de exames genéticos para ajudar os pacientes e suas famílias a enfrentar essas doenças - modificando a sua alimentação, por exemplo, se eles não possuem o gene de uma enzima crucial.
O preço de um sequenciamento total de genoma caiu tão drasticamente nos últimos 20 anos - custando hoje apenas alguns milhares de dólares, tendo começado em cerca de 3 bilhões de dólares na época da parceria público-privada que sequenciou o primeiro genoma humano - que os médicos estão começando a sequenciar todo o genoma de alguns pacientes. (O sequenciamento pode ser feito em menos de 50 horas.) E eles estão identificando ligações entre mutações e doenças que nunca foram vistas antes. No entanto, todos esses testes potentes são baseados no pressuposto de que, dentro do nosso corpo, um genoma é um genoma que é um genoma. Os cientistas acreditavam que podiam examinar o genoma de células retiradas como amostra bucal e aprender a respeito dos genomas de células do cérebro ou do fígado ou de qualquer outra parte do corpo.
Em meados do século XX, os cientistas começaram a ter pistas de que isso nem sempre é verdade. Em 1953, por exemplo, uma britânica doou um litro de sangue. Descobriu-se que parte do seu sangue era do tipo O e parte era do tipo A. Os cientistas que estudaram a mulher concluíram que ela havia retido um pouco do sangue de seu irmão gêmeo no útero, incluindo os genomas das suas células sanguíneas. O quimerismo, como tais condições vieram a ser conhecidas, por muitos anos pareceram ser uma raridade. Todavia, "ele pode ser mais comum do que achávamos", disse Linda Randolph, pediatra do Hospital Infantil de Los Angeles, autora de uma análise do quimerismo publicada no The American Journal of Medical Genetics em julho.
Irmãos gêmeos podem acabar tendo um fornecimento misto de sangue quando adquirem nutrientes no útero através do mesmo conjunto de vasos sanguíneos. Em outros casos, dois ovos fertilizados podem se fundir. Essas pessoas, as chamadas quimeras embrionárias, podem viver a vida toda alegremente, inconscientes de sua origem. Em um dos casos, uma mulher descobriu que era uma quimera apenas aos 52 anos de idade. Precisando de um transplante de rim, ela passou por um teste para saber se poderia encontrar um doador compatível. Os resultados indicaram que ela não era mãe de dois de seus três filhos biológicos. Descobriu-se que ela tinha se originado de dois genomas. Um deles deu origem ao seu sangue e alguns de seus óvulos; outros óvulos tinham um genoma diferente. As mulheres também podem adquirir genomas de seus filhos. Depois que um bebê nasce, ele pode deixar algumas células fetais para trás no corpo da mãe, onde elas podem viajar para outros órgãos e ser absorvidas por esses tecidos. "É muito provável que toda mulher que esteve grávida seja uma quimera", disse Randolph.
Em toda parte - Ao começarem a procurar quimeras sistematicamente - ao invés de esperar que elas se transformassem em exames médicos intrigantes - os cientistas identificaram tais características em um fração surpreendentemente alta de pessoas. Em 2012, cientistas canadenses realizaram autópsias em cérebros de 59 mulheres. Eles descobriram neurônios com cromossomos Y em 63 por cento delas. Os neurônios provavelmente se desenvolveram a partir de células originárias de seus filhos de sexo masculino. No The International Journal of Cancer, em agosto, Eugen Dhimolea, do Instituto Dana-Farber do Câncer, em Boston, e sua equipe relataram que células masculinas também podem se infiltrar no tecido mamário. Quando verificaram a presença do cromossomo Y em amostras de tecido mamário, descobriram que havia incidência dele em 56 por cento das mulheres que investigaram.
Um século atrás, os geneticistas descobriram uma das maneiras pelas quais as pessoas podem adquirir novos genomas. Eles estavam estudando "animais mosaicos", criaturas raras com manchas estranhamente coloridas na pele. Os animais não herdaram os genes dessas manchas dos pais. Em vez disso, enquanto eram embriões, adquiriram uma mutação em uma célula da pele que se dividiu para produzir uma mancha colorida. Era difícil estudar o mosaicismo, como essa condição passou a ser conhecida, em seres humanos antes da era do sequenciamento de DNA. Os cientistas só conseguiam descobrir casos em que as mutações e os efeitos eram realmente notáveis.
Em 1960, pesquisadores descobriram que existe uma forma de leucemia que é resultado do mosaicismo. Uma hemácia se transforma espontaneamente à medida que vai se dividindo, levando uma grande porção de um cromossomo para outro. Estudos posteriores reforçaram a ideia de que o câncer resulta de mutações em células específicas. Porém, os cientistas não sabiam ao certo como os casos mais comuns de mosaicismo iam além do câncer. "Nós não tínhamos uma tecnologia que permitisse pensar sistematicamente sobre eles. Agora estamos no meio de uma revolução." disse o Dr. Christopher Walsh, um geneticista do Hospital Infantil de Boston que recentemente publicou uma análise sobre o mosaicismo e doenças na revista Science.
Diferenças benignas - As últimas descobertas deixam claro que o mosaicismo é bastante comum – mesmo em células saudáveis. Urban e seus colegas, por exemplo, investigaram mutações em células chamadas fibroblastos, que são encontradas no tecido conjuntivo. Eles procuraram especialmente casos em que um segmento de DNA se repetiu ou suprimiu acidentalmente. Como relataram no ano passado, 30 por cento dos fibroblastos tinham, pelo menos, uma dessas mutações. Michael Snyder, da Universidade de Stanford, e seus colegas procuraram casos de mosaicismo realizando autópsias em seis pessoas que morreram de causas que não fossem o câncer. Em cinco das seis pessoas que passaram pela autópsia, relataram os cientistas em outubro do ano passado, eles encontraram células em diferentes órgãos que tinham trechos de DNA que haviam sido acidentalmente duplicados ou apagados.
Agora que os cientistas estão começando a tomar conhecimento de como o quimerismo e o mosaicismo são comuns, eles estão investigando os efeitos dessas condições sobre a nossa saúde. "Isso ainda está em aberto, na verdade, porque estamos no começo", disse Urban. Em contrapartida, disse Walsh, "é seguro dizer que muitas dessas mutações serão benignas". Estudos recentes a respeito das quimeras sugerem que esses genomas adicionais podem inclusive ser benéficos. Células quiméricas de fetos parecem buscar o tecido danificado e ajudar a curá-lo, por exemplo. Entretanto, os cientistas também estão começando a encontrar casos em que mutações presentes em células específicas ajudam a dar origem a outras doenças que não o câncer. Walsh, por exemplo, estuda uma doença infantil no cérebro chamada hemimegalencefalia, em que um dos lados do cérebro cresce mais do que o outro, causando convulsões devastadoras. "As crianças não têm chance de ter uma vida normal sem passar por uma cirurgia terrível para remover metade do cérebro", disse ele.
Walsh estudou o genoma de neurônios removidos durante as cirurgias. Ele e seus colegas descobriram que alguns neurônios presentes no maior dos dois hemisférios apresentavam mutações em um gene. Duas outras equipes de cientistas identificaram mutações em outros genes, os quais ajudam a controlar o crescimento de neurônios. "Nós temos como verificar o mecanismo da doença", disse Walsh. Agora outros pesquisadores estão investigando se o mosaicismo é um fator presente em doenças mais comuns, como a esquizofrenia. "Isso deve avançar ao longo dos próximos cinco ou 10 anos", disse Urban, que está estudando o assunto com colegas.
Avançando com cautela - Os investigadores médicos não são os únicos cientistas interessados nas nossas multidões de genomas pessoais. Os cientistas forenses também estão. Quando tentam identificar criminosos ou vítimas de homicídio por meio de uma correspondência de DNA, eles procuram evitar ser enganados pela variedade de genomas que existe dentro de uma única pessoa. No ano passado, por exemplo, os cientistas forenses da Divisão do Laboratório Criminal da Patrulha de Estado de Washington descreveram como uma amostra de saliva e uma amostra de esperma do mesmo suspeito em um caso de agressão sexual não coincidiam.
Os transplantes de medula óssea também podem confundir os cientistas forenses. Pesquisadores da Universidade Médica de Innsbruck, na Áustria, retiraram amostras da face de 77 pessoas que receberam transplantes até nove anos antes. Em 74 por cento das amostras, eles descobriram uma mistura de genomas – tanto seus quanto dos doadores de medula óssea, relataram os cientistas neste ano. As células-tronco transplantadas não tinham apenas substituído as hemácias, mas também tinham se tornado células que revestem a bochecha.
Embora o risco de confusão seja real, é possível gerenciá-lo, disseram especialistas. "Isso não deveria preocupar tanto os especialistas forenses", disse Manfred Kayser, professor de Biologia Molecular Forense da Universidade Erasmus, em Roterdã. Os cientistas forenses podem esclarecer nos casos em que o mosaicismo ou o quimerismo causa confusão por outros meios. No estudo austríaco, por exemplo, os cientistas não encontraram genomas dos doadores de medula no cabelo dos destinatários.
Para os consultores genéticos que ajudam os clientes a compreenderem os testes de DNA, os nossos muitos genomas representam mais desafios graves. Um teste de DNA que utiliza hemácias pode não registrar mutações causadoras de doença nas células de outros órgãos. "Nós temos mais como dizer o que está acontecendo", disse Nancy B. Spinner, geneticista da Universidade da Pensilvânia que publicou uma análise das implicações do mosaicismo para o aconselhamento genético na edição de maio da Nature Reviews Genetics. Isso pode mudar conforme os cientistas forem desenvolvendo formas mais poderosas de investigar nossos diferentes genomas e aprendendo mais acerca de como elas se conectam com as doenças. "Não vai ser de uma hora para a outra que poderemos ir a um consultório médico e perceber que eles pensam dessa maneira. Vai levar algum tempo", disse Lupski.
The New York Times / Último Segundo Ciência
Das aulas de biologia ao "CSI", ouvimos repetidamente que o nosso genoma é o cerne da nossa identidade. Basta ler as sequências dos cromossomos de uma única célula e aprendemos tudo sobre a informação genética de uma pessoa – ou, como a 23andMe, uma importante empresa de testes genéticos, diz em seu site, "Quanto mais você sabe sobre o seu DNA, mais você sabe sobre si mesmo." Existência de múltiplos genomas em um indivíduo pode causar grande impacto na medicina. Entretanto, os cientistas estão descobrindo que - em um nível surpreendente - nós contemos multidões genéticas. Não muito tempo atrás, os pesquisadores pensavam que era raro as células de uma única pessoa saudável diferirem geneticamente de forma significativa. Contudo, os cientistas têm descoberto que é muito comum um indivíduo ter vários genomas. Algumas pessoas, por exemplo, têm grupos de células com mutações que não são encontradas no resto do corpo. Algumas têm genomas que vieram de outras pessoas.
"Correm rumores a respeito disso há anos, até mesmo décadas, mas apenas sob a forma de hipóteses", disse Alexander Urban, geneticista da Universidade de Stanford. Mesmo há três anos, sugerir que existia uma variação genética generalizada em um único corpo era algo recebido com ceticismo, disse ele. "Seria bater de frente com o consenso". Não obstante, uma série de artigos recentes de Urban e outros pesquisadores demonstrou que esses rumores não eram apenas hipotéticos. A variação entre os genomas encontrados em uma única pessoa era demasiado grande para ser ignorada. "Agora sabemos que ela existe", disse Urban, "e estamos mapeando esse novo continente".
O Dr. James R. Lupski, um dos maiores especialistas em genoma humano da Faculdade de Medicina Baylor, escreveu em uma análise publicada recentemente na revista Science que a existência de múltiplos genomas em um indivíduo pode causar um impacto considerável sobre a prática da medicina. "Isso mudou a forma como eu penso", disse ele em uma entrevista. Os cientistas estão encontrando relações de vários genomas com certas doenças raras, e começando a investigar variações genéticas para lançar luz sobre doenças mais comuns. As mudanças na visão da ciência também estão levantando questões acerca de como os cientistas forenses devem usar as evidências de DNA para identificar pessoas. Também têm colocado desafios para os consultores genéticos, que não têm como presumir que a informação genética de uma célula pode revelar informações do DNA de todo o corpo de uma pessoa.
Modelo Humano - Quando um óvulo e um espermatozoide mesclam seu DNA, o genoma que produzem contém todas as informações necessárias para a construção de um novo ser humano. À medida que o óvulo vai se dividindo para formar um embrião, ele produz novas cópias desse genoma original. Há décadas, os geneticistas têm explorado como um embrião pode usar as instruções presentes em um único genoma para desenvolver os músculos, os nervos e as muitas outras partes do corpo humano. Eles também usam o sequenciamento para compreender as variações genéticas que podem aumentar o risco de certas doenças. Os consultores genéticos podem examinar os resultados de exames genéticos para ajudar os pacientes e suas famílias a enfrentar essas doenças - modificando a sua alimentação, por exemplo, se eles não possuem o gene de uma enzima crucial.
O preço de um sequenciamento total de genoma caiu tão drasticamente nos últimos 20 anos - custando hoje apenas alguns milhares de dólares, tendo começado em cerca de 3 bilhões de dólares na época da parceria público-privada que sequenciou o primeiro genoma humano - que os médicos estão começando a sequenciar todo o genoma de alguns pacientes. (O sequenciamento pode ser feito em menos de 50 horas.) E eles estão identificando ligações entre mutações e doenças que nunca foram vistas antes. No entanto, todos esses testes potentes são baseados no pressuposto de que, dentro do nosso corpo, um genoma é um genoma que é um genoma. Os cientistas acreditavam que podiam examinar o genoma de células retiradas como amostra bucal e aprender a respeito dos genomas de células do cérebro ou do fígado ou de qualquer outra parte do corpo.
Em meados do século XX, os cientistas começaram a ter pistas de que isso nem sempre é verdade. Em 1953, por exemplo, uma britânica doou um litro de sangue. Descobriu-se que parte do seu sangue era do tipo O e parte era do tipo A. Os cientistas que estudaram a mulher concluíram que ela havia retido um pouco do sangue de seu irmão gêmeo no útero, incluindo os genomas das suas células sanguíneas. O quimerismo, como tais condições vieram a ser conhecidas, por muitos anos pareceram ser uma raridade. Todavia, "ele pode ser mais comum do que achávamos", disse Linda Randolph, pediatra do Hospital Infantil de Los Angeles, autora de uma análise do quimerismo publicada no The American Journal of Medical Genetics em julho.
Irmãos gêmeos podem acabar tendo um fornecimento misto de sangue quando adquirem nutrientes no útero através do mesmo conjunto de vasos sanguíneos. Em outros casos, dois ovos fertilizados podem se fundir. Essas pessoas, as chamadas quimeras embrionárias, podem viver a vida toda alegremente, inconscientes de sua origem. Em um dos casos, uma mulher descobriu que era uma quimera apenas aos 52 anos de idade. Precisando de um transplante de rim, ela passou por um teste para saber se poderia encontrar um doador compatível. Os resultados indicaram que ela não era mãe de dois de seus três filhos biológicos. Descobriu-se que ela tinha se originado de dois genomas. Um deles deu origem ao seu sangue e alguns de seus óvulos; outros óvulos tinham um genoma diferente. As mulheres também podem adquirir genomas de seus filhos. Depois que um bebê nasce, ele pode deixar algumas células fetais para trás no corpo da mãe, onde elas podem viajar para outros órgãos e ser absorvidas por esses tecidos. "É muito provável que toda mulher que esteve grávida seja uma quimera", disse Randolph.
Em toda parte - Ao começarem a procurar quimeras sistematicamente - ao invés de esperar que elas se transformassem em exames médicos intrigantes - os cientistas identificaram tais características em um fração surpreendentemente alta de pessoas. Em 2012, cientistas canadenses realizaram autópsias em cérebros de 59 mulheres. Eles descobriram neurônios com cromossomos Y em 63 por cento delas. Os neurônios provavelmente se desenvolveram a partir de células originárias de seus filhos de sexo masculino. No The International Journal of Cancer, em agosto, Eugen Dhimolea, do Instituto Dana-Farber do Câncer, em Boston, e sua equipe relataram que células masculinas também podem se infiltrar no tecido mamário. Quando verificaram a presença do cromossomo Y em amostras de tecido mamário, descobriram que havia incidência dele em 56 por cento das mulheres que investigaram.
Um século atrás, os geneticistas descobriram uma das maneiras pelas quais as pessoas podem adquirir novos genomas. Eles estavam estudando "animais mosaicos", criaturas raras com manchas estranhamente coloridas na pele. Os animais não herdaram os genes dessas manchas dos pais. Em vez disso, enquanto eram embriões, adquiriram uma mutação em uma célula da pele que se dividiu para produzir uma mancha colorida. Era difícil estudar o mosaicismo, como essa condição passou a ser conhecida, em seres humanos antes da era do sequenciamento de DNA. Os cientistas só conseguiam descobrir casos em que as mutações e os efeitos eram realmente notáveis.
Em 1960, pesquisadores descobriram que existe uma forma de leucemia que é resultado do mosaicismo. Uma hemácia se transforma espontaneamente à medida que vai se dividindo, levando uma grande porção de um cromossomo para outro. Estudos posteriores reforçaram a ideia de que o câncer resulta de mutações em células específicas. Porém, os cientistas não sabiam ao certo como os casos mais comuns de mosaicismo iam além do câncer. "Nós não tínhamos uma tecnologia que permitisse pensar sistematicamente sobre eles. Agora estamos no meio de uma revolução." disse o Dr. Christopher Walsh, um geneticista do Hospital Infantil de Boston que recentemente publicou uma análise sobre o mosaicismo e doenças na revista Science.
Diferenças benignas - As últimas descobertas deixam claro que o mosaicismo é bastante comum – mesmo em células saudáveis. Urban e seus colegas, por exemplo, investigaram mutações em células chamadas fibroblastos, que são encontradas no tecido conjuntivo. Eles procuraram especialmente casos em que um segmento de DNA se repetiu ou suprimiu acidentalmente. Como relataram no ano passado, 30 por cento dos fibroblastos tinham, pelo menos, uma dessas mutações. Michael Snyder, da Universidade de Stanford, e seus colegas procuraram casos de mosaicismo realizando autópsias em seis pessoas que morreram de causas que não fossem o câncer. Em cinco das seis pessoas que passaram pela autópsia, relataram os cientistas em outubro do ano passado, eles encontraram células em diferentes órgãos que tinham trechos de DNA que haviam sido acidentalmente duplicados ou apagados.
Agora que os cientistas estão começando a tomar conhecimento de como o quimerismo e o mosaicismo são comuns, eles estão investigando os efeitos dessas condições sobre a nossa saúde. "Isso ainda está em aberto, na verdade, porque estamos no começo", disse Urban. Em contrapartida, disse Walsh, "é seguro dizer que muitas dessas mutações serão benignas". Estudos recentes a respeito das quimeras sugerem que esses genomas adicionais podem inclusive ser benéficos. Células quiméricas de fetos parecem buscar o tecido danificado e ajudar a curá-lo, por exemplo. Entretanto, os cientistas também estão começando a encontrar casos em que mutações presentes em células específicas ajudam a dar origem a outras doenças que não o câncer. Walsh, por exemplo, estuda uma doença infantil no cérebro chamada hemimegalencefalia, em que um dos lados do cérebro cresce mais do que o outro, causando convulsões devastadoras. "As crianças não têm chance de ter uma vida normal sem passar por uma cirurgia terrível para remover metade do cérebro", disse ele.
Walsh estudou o genoma de neurônios removidos durante as cirurgias. Ele e seus colegas descobriram que alguns neurônios presentes no maior dos dois hemisférios apresentavam mutações em um gene. Duas outras equipes de cientistas identificaram mutações em outros genes, os quais ajudam a controlar o crescimento de neurônios. "Nós temos como verificar o mecanismo da doença", disse Walsh. Agora outros pesquisadores estão investigando se o mosaicismo é um fator presente em doenças mais comuns, como a esquizofrenia. "Isso deve avançar ao longo dos próximos cinco ou 10 anos", disse Urban, que está estudando o assunto com colegas.
Avançando com cautela - Os investigadores médicos não são os únicos cientistas interessados nas nossas multidões de genomas pessoais. Os cientistas forenses também estão. Quando tentam identificar criminosos ou vítimas de homicídio por meio de uma correspondência de DNA, eles procuram evitar ser enganados pela variedade de genomas que existe dentro de uma única pessoa. No ano passado, por exemplo, os cientistas forenses da Divisão do Laboratório Criminal da Patrulha de Estado de Washington descreveram como uma amostra de saliva e uma amostra de esperma do mesmo suspeito em um caso de agressão sexual não coincidiam.
Os transplantes de medula óssea também podem confundir os cientistas forenses. Pesquisadores da Universidade Médica de Innsbruck, na Áustria, retiraram amostras da face de 77 pessoas que receberam transplantes até nove anos antes. Em 74 por cento das amostras, eles descobriram uma mistura de genomas – tanto seus quanto dos doadores de medula óssea, relataram os cientistas neste ano. As células-tronco transplantadas não tinham apenas substituído as hemácias, mas também tinham se tornado células que revestem a bochecha.
Embora o risco de confusão seja real, é possível gerenciá-lo, disseram especialistas. "Isso não deveria preocupar tanto os especialistas forenses", disse Manfred Kayser, professor de Biologia Molecular Forense da Universidade Erasmus, em Roterdã. Os cientistas forenses podem esclarecer nos casos em que o mosaicismo ou o quimerismo causa confusão por outros meios. No estudo austríaco, por exemplo, os cientistas não encontraram genomas dos doadores de medula no cabelo dos destinatários.
Para os consultores genéticos que ajudam os clientes a compreenderem os testes de DNA, os nossos muitos genomas representam mais desafios graves. Um teste de DNA que utiliza hemácias pode não registrar mutações causadoras de doença nas células de outros órgãos. "Nós temos mais como dizer o que está acontecendo", disse Nancy B. Spinner, geneticista da Universidade da Pensilvânia que publicou uma análise das implicações do mosaicismo para o aconselhamento genético na edição de maio da Nature Reviews Genetics. Isso pode mudar conforme os cientistas forem desenvolvendo formas mais poderosas de investigar nossos diferentes genomas e aprendendo mais acerca de como elas se conectam com as doenças. "Não vai ser de uma hora para a outra que poderemos ir a um consultório médico e perceber que eles pensam dessa maneira. Vai levar algum tempo", disse Lupski.
The New York Times / Último Segundo Ciência
terça-feira, outubro 01, 2013
Iraquiana com sete filhos está grávida de 13 bebês!
Foto Ilustrativa |
(Fonte: Notícias ao Minuto)
Gêmeo parasita se desenvolve no estômago de bebê (China)
Um menino de dois anos de idade foi submetido a uma cirurgia após ser diagnosticado como grávido. O caso ocorreu em Huaxi, na China.
Xiao Feng foi levado ao hospital depois que seu estômago ficou muito dilatado. Ele havia começado a sofrer com dificuldades respiratórias. Os médicos tiraram raios X e fizeram ressonâncias magnéticas no pequeno, descobrindo que ele estava com o feto de seu próprio gêmeo dentro do estômago. Uma cirurgia teve de ser realizada às presas. O caso é conhecido como 'Gêmeo Parasita' ou 'Fetus in Fetu'.
O feto retirado media algo em torno de 20 cm, e já tinha uma coluna e membros completamente formados, como mãos e pés. Ele teria se desenvolvido no irmão, e se tornou tão grande que aumentou em quase dois terços o tamanho do estômago da criança. Segundo Dr. Jonathan Fanaroff, neonatologista no Hospital Infantil de Cleveland, alguns gêmeos siameses podem sobreviver como 'parasitas', mas não quando um gêmeo absorve o outro. Depois da delicada operação, a criança recebeu alta do hospital. (Fonte: Primeira Edição)
Xiao Feng foi levado ao hospital depois que seu estômago ficou muito dilatado. Ele havia começado a sofrer com dificuldades respiratórias. Os médicos tiraram raios X e fizeram ressonâncias magnéticas no pequeno, descobrindo que ele estava com o feto de seu próprio gêmeo dentro do estômago. Uma cirurgia teve de ser realizada às presas. O caso é conhecido como 'Gêmeo Parasita' ou 'Fetus in Fetu'.
O feto retirado media algo em torno de 20 cm, e já tinha uma coluna e membros completamente formados, como mãos e pés. Ele teria se desenvolvido no irmão, e se tornou tão grande que aumentou em quase dois terços o tamanho do estômago da criança. Segundo Dr. Jonathan Fanaroff, neonatologista no Hospital Infantil de Cleveland, alguns gêmeos siameses podem sobreviver como 'parasitas', mas não quando um gêmeo absorve o outro. Depois da delicada operação, a criança recebeu alta do hospital. (Fonte: Primeira Edição)
Dona Carmélia já trouxe mais de duas mil crianças ao mundo
Dona Carmélia conta que até hoje é solicitada para realizar partos / Foto Genival Moura |
Aos 88 anos de idade, a aposentada Carmélia de Carvalho Santiago, conta com orgulho, os casos de maior destaque, entre as mais de duas mil crianças que ajudou a dar à luz, na Região do Vale do Juruá, no interior do Acre. Atualmente, morando na zona urbana de Cruzeiro do Sul (AC), a parteira ainda é procurada, mas a saúde debilitada a impede de realizar novos partos. Dona Carmélia aprendeu o ofício aos 18 anos de idade. Ela conta que se deparou sozinha, com uma mulher em trabalho de parto, na época em que morava em um seringal do Rio Paraná dos Mouras, afluente do Rio Juruá. Diante da necessidade foi obrigada a fazer o parto da vizinha, o procedimento foi um sucesso. Daí em diante, foi atendendo novos casos, até se tornar uma parteira referência por toda região.
A aposentada lembra quando fez o parto do desembargador aposentado, Arquilau de Castro Melo, ocorrido no Seringal Tamburiaco, no Rio Juruá Mirim. O desembargador que nasceu em 26 de dezembro de 1952, confirma que a parteira ajudou no seu nascimento. "Uma mulher dessas prestou um grande serviço e era solicitada por toda aquela região. No ano passado, eu tive o prazer de conhecê-la e tirar fotos com ela, inclusive são fotografias que ajudaram a enriquecer o meu arquivo pessoal", comenta o desembargador.
Ajuda espiritual - Casos de mulheres com hemorragia, crianças fora da posição para nascer e outras situações difíceis, ajudaram a parteira Carmélia, a adquirir cada vez mais conhecimento tradicional e buscar força espiritual para realizar os procedimentos. "Eu fazia uma oração antes de sair de casa, se eu errasse aquela reza, não adiantava nem ir, porque a criança não escapava. Às vezes ficavam insistindo comigo e quando eu chegava ao lugar, encontrava uma mulher cheia de problemas", comenta.
Há cerca de um ano, dona Carmélia teve um derrame que deixou sequelas. A idosa tem dificuldades para caminhar e uma dicção pouco entendível, porém, está lúcida e parece esquecer os problemas da vida, quando narra parte de suas incontáveis histórias. São inúmeras as dicas e receitas para uma gravidez saudável e remédios com uma boa mistura de superstições. "Ontem mesmo veio aqui uma mulher chorando e dizendo que estava para abortar, respondi que com fé em Deus ela ia segurar a criança. Eu disse, volte e quando seu marido chegar em casa, passe água na barba dele e beba, se o menino for dele, tudo vai se normalizar. Ela está boazinha e o problema era porque tinha brigado com o marido. Não se pode brigar com o esposo com quatro meses de grávida", diz sorrindo.
Desafios na floresta - A missão da parteira durante várias décadas exigiram esforço e coragem para salvar vidas. A qualquer hora da madrugada, independente do clima, ela era solicitada para atender mulheres em trabalho de parto. A viagem poderia demorar dias de barco, ou horas por trilhas no meio da mata. A parteira lembra que resistiu a vários choques de peixe elétrico (poraquê) ao atravessar a pé áreas de represas. Foi picada por uma cobra surucucu (serpente venenosa) e chegou a sofrer o ataque de uma sucuri enquanto atravessava um lago. "Eu estava indo com um rapaz que veio me chamar para atender um parto. De repente, a cobra laçou as pernas dele e ele foi perdendo as forças. Mergulhei e arrastei a cobra que quase quebra a minha mão, mas ela soltou. Eu tive que chamar o meu marido para resgatar o rapaz que ficou doente por muito tempo, mas depois se recuperou", narra.
Casos marcantes - Ao longo dos anos, dona Carmélia foi ganhando cada vez mais experiência, a ponto de fazer praticamente um exame de ultrassonografia, apenas apalpando a barriga de uma gestante com as mãos. Um pouco de talco para deixar a barriga macia, e mãos à obra. Foi assim que ela descobriu que uma de suas clientes estava grávida de trigêmeos. Em outro caso, relembra ela, percebeu que a criança não tinha os dois braços. "Esse parto das três crianças foi complicado, mas deu tudo certo, já são homens e hoje moram em Rio Branco. A situação mais difícil que passei foi com esse caso do menino sem braço. Sabe que uma pessoa para levantar de uma rede tem que usar os braços, da mesma forma uma criança ajuda no nascimento. Tem médicos ou parteiras que puxam a criança, eu não faço isso, sempre consegui usando apenas o jeito", explica.
A aposentada destaca ainda um parto de gêmeos siameses que auxiliou no Seringal Belo Monte, Rio Paraná dos Mouras. Conforme a parteira, os dois meninos eram ligados na altura do ombro. "Foi difícil o parto e quando nasceram, eu mesma fiz a operação. Separei os dois com uma navalha, passei azeite doce na navalha para não ferir muito e fiz o corte, graças a Deus que eles cresceram saudáveis e até hoje devem estar vivos", pressupõe.
Atendimento na cidade - Ao mudar-se do seringal para a zona urbana de Cruzeiro do Sul, numa data que não sabe precisar, dona Carmélia passou a ser ainda mais procurada e nos cálculos dela, realizou mais partos na cidade do que em comunidades ribeirinhas. Sua casa simples no Bairro do Telégrafo chegou a se transformar em uma maternidade do saber tradicional. A servidora aposentada da justiça, Lindaura da Silva Pinheiro, que trabalhou durante 40 anos, no cartório de registro de nascimento em Cruzeiro do Sul, conta que em alguns dias, registrava mais crianças de partos realizados por dona Carmélia, do que pela maternidade. "Quando o parto é feito fora da maternidade, a parteira precisa comparecer na hora do registro. Houve dias no cartório, em que de cinco crianças que a gente ia registrar, três tinham nascido de partos conduzidos por dona Carmélia. Um dia fiz uma visita na casa dela e vi que tinham de cinco camas só para atender as parturientes", afirma à aposentada.
Frustração como mãe - O conhecimento e o sucesso como parteira não conseguiram evitar as frustrações de dona Carmélia, como mãe. Dos oito filhos que deu à luz, apenas um, sobreviveu. Quatro morreram logo após o nascimento, os outros três ficavam doentes e morriam antes dos seis meses de vida. "Eles ficavam com manchas roxas pelo corpo e morriam. Podia ser mal de criança, mas acho que é porque fui mordida de cobra, quando eu amamentava eles adoeciam e morriam. Só escapou o mais novo que cuida de mim, junto com os meus netos", agradece.
Trabalho voluntário - Apesar do esforço e das noites de sono que perdeu, a parteira Carmélia faz questão de ressaltar que não cobrava pelos atendimentos, o trabalho era voluntário. "Pelo contrário, muitas vezes as mulheres não tinham o que comer e mesmo sem muitas condições, eu comprava leite e conseguia comida. Fiz muita caridade por esse mundo", conta.
Com a saúde debilitada e morando em uma casa de madeira bem envelhecida, dona Carmélia entende que pessoas como ela, deveriam ter um melhor reconhecimento e ajuda do governo. "Tinham que ter um pouco mais de atenção com a gente, ganho uma aposentadoria, mais é muito pouco, não posso ajeitar nem essa casa velha. Hoje não estou fazendo o mesmo trabalho, por causa da doença, não é pela idade", conclui. Por Genival Moura / G1 Acre
Coleção "Os Gêmeos" Por Machado da Graça
O jornalista moçambicano Machado da Graça escreveu uma coleção que compreende os livros:
Os Gêmeos e os Ladrões de Tesouros (2003)
Os Gêmeos e os Traficantes (2003)
Os Gêmeos e a Feiticeira (2005)
Todos ilustrados por Lurdes Faife e lançados pela Editora Promédia em Maputo, capital de Moçambique. (Fonte http://ma-schamba.com)
Os Gêmeos e os Ladrões de Tesouros (2003)
Os Gêmeos e os Traficantes (2003)
Os Gêmeos e a Feiticeira (2005)
Todos ilustrados por Lurdes Faife e lançados pela Editora Promédia em Maputo, capital de Moçambique. (Fonte http://ma-schamba.com)
"Fertilização in Vitro" Por Dra Paula Bortolai Martins
Não há quem resista aos encantos de um bebê. E quando são gêmeos ou trigêmeos, o fascínio se multiplica. Além de esbanjarem fofura, os filhos múltiplos são desejados por muitas mulheres, sejam pelo desejo de ter dois ou mais bebês ao mesmo tempo ou por quererem engravidar uma única vez.
A gestação múltipla pode ocorrer por fatores genéticos hereditários ou por meio das técnicas de Reprodução Assistida, entre elas, a Fertilização In Vitro (FIV), conhecida popularmente como o método do bebê de proveta. Segundo a ginecologista especialista em Reprodução Humana da Criogênesis, Dra. Paula Bortolai Martins, este tratamento pode ser a solução para casais que não conseguem gerar filhos de forma natural, com chances em torno de 25% de uma gravidez de gêmeos. "De cada quatro gestações com FIV, uma é múltipla. Com a fertilização natural, a probabilidade é de 1%", explica.
A especialista acrescenta que a gravidez de múltiplos, durante os tratamentos de FIV, sempre foram mais frequentes porque os médicos tinham por hábito implantar mais de um embrião durante o procedimento. No entanto, as novas normas médicas do Conselho Federal de Medicina (CFM) tendem a reverter esta estatística, pois determinam a quantidade de óvulos fecundados - embriões que uma mulher poderá receber no tratamento. "Antigamente, transferia-se até quatro embriões para o útero da futura mamãe, mesmo as mais jovens. Hoje, mulheres de até 35 anos podem receber, no máximo, dois embriões. Quando a faixa etária é de 36 a 40 anos, poderá receber até três embriões. No caso de mulheres que têm mais de 40 anos, o número máximo de células transferidas sobe para quatro", esclarece Dra. Paula. A tendência mundial é que cada vez mais se opte por transferir apenas um embrião de maior qualidade.
Apesar de todos os encantos de uma gravidez gemelar, é importante que o casal esteja preparado para maiores cuidados, uma vez que a gestação de múltiplos pode trazer consigo certos riscos. "De maneira geral, cada feto a mais no útero corresponde, no geral, um mês a menos de gravidez. Ou seja, os gêmeos podem nascer ao redor de 36 semanas ou perto de 2,5 kg. No caso de trigêmeos, a partir da 32ª semana ou quase nos 2,0 kg, já é preciso estar com as malas prontas, pois os bebês podem chegar a qualquer momento", ressalta a médica.
Em qualquer gestação múltipla a prematuridade pode ser um fator com consequências para os bebês. Pode ocorrer também um fator predisponente para doenças na fase adulta como diabetes, hipertensão, entre outras. Além disso, existe o risco de rotura prematura de membranas (a bolsa das águas), hipertensão e diabetes gestacional. O tempo de internação para a mãe dos bebês é mais prolongado com necessidade de retaguarda de UTI Neonatal.
Para que a gestação múltipla possa prosseguir sem maiores problemas é indispensável que a mãe siga todas as instruções do seu médico, realize o pré-natal detalhado, faça um acompanhamento nutricional e tenha repouso nos últimos meses da gestação. "A futura mamãe de múltiplos terá muito mais consultas do que uma gravidez de apenas um feto. Além disso, é importante que fique atenta ao peso, que se alimente adequadamente, e que não consuma grandes quantidades de sal ou comidas ricas em açúcar, que possam elevar o colesterol. E claro, sempre informe ao seu médico o que está sentido", orienta Dra. Paula.
Por Gisele Gomes / Paraná Shop
Obs: O que difere os univitelinos dos bivitelinos é a zigosidade e não a quantidade de placenta. Zigosidade é condição genética de um zigoto.
A gestação múltipla pode ocorrer por fatores genéticos hereditários ou por meio das técnicas de Reprodução Assistida, entre elas, a Fertilização In Vitro (FIV), conhecida popularmente como o método do bebê de proveta. Segundo a ginecologista especialista em Reprodução Humana da Criogênesis, Dra. Paula Bortolai Martins, este tratamento pode ser a solução para casais que não conseguem gerar filhos de forma natural, com chances em torno de 25% de uma gravidez de gêmeos. "De cada quatro gestações com FIV, uma é múltipla. Com a fertilização natural, a probabilidade é de 1%", explica.
A especialista acrescenta que a gravidez de múltiplos, durante os tratamentos de FIV, sempre foram mais frequentes porque os médicos tinham por hábito implantar mais de um embrião durante o procedimento. No entanto, as novas normas médicas do Conselho Federal de Medicina (CFM) tendem a reverter esta estatística, pois determinam a quantidade de óvulos fecundados - embriões que uma mulher poderá receber no tratamento. "Antigamente, transferia-se até quatro embriões para o útero da futura mamãe, mesmo as mais jovens. Hoje, mulheres de até 35 anos podem receber, no máximo, dois embriões. Quando a faixa etária é de 36 a 40 anos, poderá receber até três embriões. No caso de mulheres que têm mais de 40 anos, o número máximo de células transferidas sobe para quatro", esclarece Dra. Paula. A tendência mundial é que cada vez mais se opte por transferir apenas um embrião de maior qualidade.
Apesar de todos os encantos de uma gravidez gemelar, é importante que o casal esteja preparado para maiores cuidados, uma vez que a gestação de múltiplos pode trazer consigo certos riscos. "De maneira geral, cada feto a mais no útero corresponde, no geral, um mês a menos de gravidez. Ou seja, os gêmeos podem nascer ao redor de 36 semanas ou perto de 2,5 kg. No caso de trigêmeos, a partir da 32ª semana ou quase nos 2,0 kg, já é preciso estar com as malas prontas, pois os bebês podem chegar a qualquer momento", ressalta a médica.
Em qualquer gestação múltipla a prematuridade pode ser um fator com consequências para os bebês. Pode ocorrer também um fator predisponente para doenças na fase adulta como diabetes, hipertensão, entre outras. Além disso, existe o risco de rotura prematura de membranas (a bolsa das águas), hipertensão e diabetes gestacional. O tempo de internação para a mãe dos bebês é mais prolongado com necessidade de retaguarda de UTI Neonatal.
Para que a gestação múltipla possa prosseguir sem maiores problemas é indispensável que a mãe siga todas as instruções do seu médico, realize o pré-natal detalhado, faça um acompanhamento nutricional e tenha repouso nos últimos meses da gestação. "A futura mamãe de múltiplos terá muito mais consultas do que uma gravidez de apenas um feto. Além disso, é importante que fique atenta ao peso, que se alimente adequadamente, e que não consuma grandes quantidades de sal ou comidas ricas em açúcar, que possam elevar o colesterol. E claro, sempre informe ao seu médico o que está sentido", orienta Dra. Paula.
Por Gisele Gomes / Paraná Shop
Obs: O que difere os univitelinos dos bivitelinos é a zigosidade e não a quantidade de placenta. Zigosidade é condição genética de um zigoto.
Policiais gêmeos são detidos por suspeita de liderar tráfico na Bahia
Os gêmeos Jailton e Jair de Oliveira Brandão estão presos. |
Maurício e Claudemir Barbosa Almeida suspeitos de triplo homicídio |
O crime, que teria sido motivado pela rivalidade entre quadrilhas, teve como vítimas os traficantes Fabrício Magno Ferreira, Rodolfo Souza de Oliveira e Elinaldo Leandro Santos, mortos com diversos disparos de arma de fogo. Maurício e Claudemir foram flagrados, na sexta-feira (27), por equipes das polícias Civil e Militar em um imóvel na Boca do Rio. No imóvel, havia 900 gramas de cocaína e R$ 1,4 mil em espécie.
Os dois são integrantes de uma quadrilha que tem origem na Boca do Rio, atua em vários bairros da capital e é liderada pelos irmãos gêmeos Jailton e Jair de Oliveira Brandão, de 42 anos, ambos também presos, na sexta-feira, em cumprimento de mandado de prisão temporária. Segundo a assessoria de comunicação da Polícia Civil, Jailton é investigador da Polícia Civil lotado na Delegacia para o Adolescente Infrator (DAI) e Jair é sargento da 10ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Candeias).
A pistola ponto 40 e dois coletes balísticos da Polícia Civil, que estavam em poder do investigador, foram apreendidos. Os irmãos gêmeos já estão custodiados em suas respectivas Corregedorias, que acompanharam, desde o início, o trabalho de investigação. Nas casas de Jailton e Jair, também na Boca do Rio, foram apreendidos ainda um Meriva, de cor cinza, e outro da mesma marca, de cor branca. Um Corsa Sedan cinza, que estava em uma oficina mecânica, no bairro do Bom Juá, também foi apreendido. Todos os veículos eram roubados.
De acordo com o titular da Delegacia de Homicídios Múltiplos (DHM), delegado Odair Carneiro, os dois Meriva possuem as mesmas características dos veículos utilizados em incursões veladas, feitas pela Polícia Militar. "O objetivo do bando ao usar estes carros era atrapalhar as investigações e responsabilizar a PM pelas mortes", afirmou o delegado. Outro crime atribuído ao grupo é o duplo homicídio de Daniel de Jesus Santos e Fabrício Silva Sacramento, no dia 23 de setembro. Maurício e Claudemir foram autuados em flagrante por tráfico de drogas.
Jailton e Jair foram indiciados por homicídio e também por tráfico. As drogas e os veículos apreendidos foram encaminhados para exames periciais no Departamento de Polícia Técnica (DPT). A apresentação foi conduzida pelos delegados Odair Carneiro, titular da Delegacia de Homicídios Múltiplos (DHM), Glauber Uchiyama, do Departamento de Narcóticos (Denarc), Daniel Menezes, do DHPP, e Rogéria Araújo, titular da 9ª DT/Boca do Rio. (Fonte: Correio 24 Horas)
segunda-feira, setembro 30, 2013
Morre Oscar Castro-Neves, um dos pais da bossa nova
Oscar Castro-Neves nasceu trigêmeo em 1940 |
Sem a sofisticação de cabeças como a de Oscar, formada por encadeamentos do jazz de Dizzie Gillespie e de Charlie Parker, a bossa nova seria reconhecida como um sambinha de luxo. Oscar não ficou como o nome de frente da turma por sua discrição – e por opção. Depois do histórico show da bossa nova no Carnegie Hall de NY, em 1962, ele foi um dos que preferiu não voltar ao Brasil.
De Nova York, ele partir para a Califórnia, onde seguiu em excursão com o quinteto de Dizzie Gillespie, depois com o trio de Lalo Schifrin, o quarteto de Stan Getz e o quarteto de Laurindo de Almeida. Gravaria depois com Quincy Jones, com Ella Fitzgerald, com Herbie Hanckock, com Barbra Streisand e até com Michael Jackson. Ausente de sua terra veria de longe a bossa ganhar muitos pais. João Gilberto, Tom Jobim, Baden Powell, Vinicius de Morais, Carlos Lyra, Roberto Menescal. Talvez o menos lembrado seja Oscar Castro-Neves.
Seu instrumento era o violão e sua cabeça era de maestro. Cantava, mas não se considerava um cantor. Sentia-se muito mais em casa quando se apresentava como compositor, arranjador, produtor e instrumentista. Sempre esteve bem acompanhado, desde o nascimento, quando veio ao mundo trigêmeo, em 15 de maio de 1940. Não havia quem não tocasse um instrumento em sua casa. Era tanta informação que o menino de 16 anos já tinha música demais querendo sair de sua cabeça. A primeira delas foi Chora Tua Tristeza, a estreia de um adolescente como gente grande. Ela lhe veio quando ele estava dentro de uma Kombi, uma lotação, no Rio de Janeiro. Guardou cada um dos acordes imaginários na memória até chegar em casa, pegar o violão correndo e dar vida àquela criatura.
Formou um grupo com os irmãos até descobrir que a turma da zona sul do Rio de Janeiro tinha as mesmas intenções que ele. Correu para lá. De parceria em parceria, ganhou nome o bastante para ser designado o homem que ensaiaria todo mundo para a apresentação estelar do Carnegie Hall de 1962. A bossa nova atracou nos mares da MPB e Oscar Castro-Neves seguiu em frente, retornando ao Brasil algumas vezes até estabelecer-se de vez nos Estados Unidos. Já tinha nome suficiente quando os anos 1970 chegaram. A indústria de filmes o descobriu como autor de trilhas sonoras e o contratou par fazer Blame it On Rio; Gabriela; LA Story; He Said, She Said; Larger Than Life.
Fez valer as aulas de instrumentação e arranjo que um dia teve com Moacir Santos, tornando-se também diretos de musicais e produtor de discos. Em 1999, associou-se ao violoncelista Yo Yo Ma e dele produziu Soul of Tango, com o qual voltaria ao calor dos holofotes conquistando o prêmio de "melhor crossover clássico". Assinou ainda, durante seis anos, a noite brasileira do super evento norte-americano Hollywood Bowl, em Los Angeles. Contudo, era definido por seus próximos como um gentleman. Por Julio Maria / Estadão
Sylvia Telles ao piano e os irmãos Castro Neves (1960) |
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