
Lembro das viagens que marcaram minha infância. Eu e minha irmã gêmea fomos algumas vezes com ele ao estado de Minas Gerais. Entre as cidades que conhecemos, estão São Tomás de Aquino, São Sebastião do Paraíso e Passos. Biscoito de polvilho, doce de leite, queijo mineiro...Só trem bão! Foi em Minas Gerais que me esbaldei embaixo de um pé de ingá carregado e cometi o pecado da gula. Foi lá que montei num cavalo pela primeira vez e me diverti a beça numa cachoeira que devia ter uns 30 metros de queda d’água. Uma maravilha da natureza escondida no meio da mata.
Conheci coisas típicas do mundo rural. Lá, eu aprendi o que é monjolo, moinho, embornal, pinguela, curral, pilão etc. (Pois é leitor, eu sou da geração X. Na minha infância não existia tanta tecnologia, então eu brincava com aquilo que meus pais apresentavam. Hoje, as crianças já nascem com o mouse na mão. São outros tempos, outras gerações, mas tudo bem...)
Voltando. A paçoca que papai fazia no pilão era primorosa. Lembro que enquanto ele socava o amendoim, contava uns causos interessantes que mexiam com a minha imaginação lúdica. Era uma delicia ouvir suas histórias e comer aquela paçoca produzida com tanto capricho. Papai tinha caráter firme, hombridade e lisura. Com ele aprendemos que honestidade nunca foi virtude – sempre foi obrigação. Papai nos ensinou o jogo do contente, sem nunca ter lido “Pollyanna” de Eleanor H. Porter.
Enfim, parafraseando Rolando Boldrin, papai foi embora 'fora do combinado' em maio de 1996. Dele herdei o senso de humor e a capacidade de rir de mim mesma. Ele deixou bons conselhos e um deles eu guardo com muito carinho. "Filha, seja feliz nem que for por teimosia!"
Obrigada papai, eu me tornei uma pessoa muito teimosa!
Lindo Je. Do jeitinho que me lembro.
ResponderExcluirA saudade bateu aqui.
Grande beijo.
Alessandra Rebouças.