
Clínicas especializadas em fertilização seguem seus próprios protocolos, podendo optar pelo congelamento de embriões ou de óvulos. Em média, são retirados e fecundados oito óvulos de cada paciente, e quatro são utilizados em tentativas de engravidar. Os demais ficam congelados e representavam em 2009 uma "multidão" de 8.058 embriões somente no Brasil, segundo dados da Anvisa.
Segundo o médico especialista em reprodução humana e diretor da clínica Ferticlin, Raul Nakano, esse acúmulo se deve ao dilema das mães que passam pelo tratamento de fertilização, pois é delas a decisão sobre o material excedente. "Se por acaso eu tenho oito embriões, transfiro três ou quatro e congelo o restante. Se a paciente não engravidar, tem mais quatro pra colocar.
Mas se ela engravidar de gêmeos, por exemplo, e não quiser mais (filhos) vai estar com um dilema. Ou ela doa, ou ela deixa na clínica pra colocar de novo, mais para a frente. É um dilema que até eu não gosto de passar por ele. É um dilema que a clinica vai sofrer e que a paciente vai passar dificuldade em resolver. E é por isso que as clínicas têm embriões sobrando. Nem as pacientes sabem o que fazer".
Para contornar o dilema, há clínicas que preferem congelar óvulos. De acordo com Raul Nakano existe um "movimento internacional" neste sentido. "O óvulo é uma célula viva, é como se fosse um espermatozóide, você não está infringindo nem a ética, nem a religião.
Não está infringindo nada, porque todo o mês a mulher desperdiça um óvulo também. E dentro dessa ótica, a gente também prefere guardar o óvulo. Se a mulher engravidar de gêmeos ou trigêmeos, ela não necessitaria utilizar mais nenhum", diz Nakano"
*Artigo completo de Angela Joenck Pinto no Portal Terra.
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