
Ela defende a ideia de que eles lembram do contato com outro feto, no útero da mãe, embora não tenham memória consciente do fato. E as próprias mães muitas vezes também não sabem que estiveram grávidas de gêmeos porque perderam o feto em fases muito precoces da gravidez, pensando tratar-se de uma simples hemorragia.
No entanto, para o gêmeo que sobrevive, a perda é real e tem consequências na infância e na fase adulta. Angústia, sentimento de perda, rejeição, sentimento de abandono, insatisfação, amigos imaginários e até medo do escuro, são alguns dos muitos sintomas típicos dos gêmeos sobreviventes.
A perda deixa marcas psicológicas no gêmeo sobrevivente, uma vez que o fato de terem coexistido no útero permitiu que se estabelecesse um vínculo. Althea Hayton atribui o fato de haver tantas pessoas que não conseguem desenvolver o seu potencial, que tem medo de se desenvolver, que tem dificuldade para o auto conhecimento à quebra precoce do vínculo com um gêmeo.
Cláudia Pires de Lima, psicóloga e terapeuta familiar, diz que a intervenção psicológica só deve entrar em ação depois de se comprovar que houve um registro de que se trata mesmo de um sobrevivente de gravidez gemelar. Ou seja, com crianças ou adultos, é fundamental falar da perda do irmão gêmeo, desde sempre, e nunca fazer segredo disso. Fazer o luto de um irmão é imprescindível, ressalta ela.
Por Maria Jorge Costa / Revista Pais & Filhos - Portugal
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