
“A espera” Por Flávia Cintra
“Havíamos acabado de voltar da maternidade. Era domingo e fomos direto para casa da minha mãe almoçar. A noite tinha sido longa: contrações, ansiedade, espera, muita emoção, um ponta de medo e felicidade transbordando por todos os meus poros. Faltava pouco para ter meus bebês nos braços. O desafio naquele momento era conseguir adiar o parto por mais 24h para que o corticóide fizesse efeito. Com 33 semanas de gestação, isso era importante para os pulmões deles amadurecerem. Mas, eles queriam nascer logo!
Depois do almoço na minha mãe, viemos descansar em casa. Eu já disse aqui que nunca foi tão prazeroso comer e dormir em toda minha vida! Nesses últimos dias de gravidez, dormir já não era tão fácil, pois demorava muito tempo até que nós 3 encontrássemos uma posição confortável. Quando eu conseguia tirar o pezinho da Mariana da minha costela, o Mateus cutucava do outro lado. Quando ele se ajeitava, era eu que não conseguia mais achar uma boa posição. Hoje eu sinto saudade dessa comunicação corporal que eu nem dimensionava a importância enquanto acontecia.

Flávia Cintra, Jornalista, ativista de direitos humanos, mãe dos gêmeos Mateus e Mariana, filha da dona Carmem, neta da dona Izabel e autora do site Mãe Cadeirante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário