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sábado, maio 15, 2010

Beatriz e Augusto Paz

“A minha infância foi muito legal, é sempre bom ter alguém pra você conversar. Eu não era lá muito afetiva com o meu irmão, mas eu sempre gostei muito dele, só não sabia direito como mostrar isso. Era bem estranho.

Sempre tivemos personalidades diferentes, eu jogava futebol e ele falava com as meninas. Mas eu acho que esse nosso contraste nos aproxima muito. Apesar de tudo, a gente se divertia demais, seja subindo em entulhos quando a nossa casa estava em reforma, seja se trocando correndo na frente da Tv pra assistir Sailor Moon.

O lado negativo de ter um gêmeo é que você se apega a ele - quer queira, quer não. E ele te entende. Ter um irmão gêmeo é como ficar casado desde a barriga da sua mãe, a diferença é que se você consumar o matrimônio – vai pra cadeia. Você o vê todo o dia e toda a hora, tem vezes que você quer ficar completamente sozinha, mas você sabe que ele vai estar lá.

Por outro lado, o ponto positivo é que você SEMPRE terá um COMPANHEIRO, não apenas uma companhia. É ter uma pessoa sempre presente, nem que seja pra ficar em silêncio junto de você. Mas, a parte mais legal é ficar falando besteiras. A gente tem mania de ficar cantando junto e como nossas vozes combinam - fica muito engraçado.

Quando eu e meu irmão estávamos na barriga de mamãe os médicos não sabiam o sexo dele, porque eu ficava na frente no ultrassom. Eu era violenta com ele, eu batia nele sem querer (rs). Temos uma série de fotos quando bebês, mostrando eu puxando os cabelos dele. Meu amor por ele é agressivo (rs).

Quando um de nós aprontava, os dois apanhavam. Exceto uma vez em que eu tive uma alergia a doces, ele recebia chocolates contrabandeados da minha mãe. Só fiquei sabendo disso ano passado. Vez por outra, falamos as mesmas coisas ao mesmo tempo e com a mesma entonação, quando não terminamos um as frases do outro ou pensamos na mesma cor de roupa pra vestir.

Ele trabalha até tarde e eu só o vejo uns dez minutos por dia, é aquela coisa básica do “Oi Gu! Boa noite Gu!” Só as Sextas-feiras que a gente fica até de madrugada conversando. Mesmo com o pouco tempo que a gente se vê, é super legal.

A gente vai pra balada junto, dá risada, fala bobagem. Apesar da distância a gente se fala por Gtalk, Msn, Twitter e um ajuda o outro nos respectivos blogs e trabalhos.
Vão desde ideias bacanas pra pautas (ambos somos jornalistas) até me pegar de modelo pra editoriais de faculdade. É meio estranho porque nós ficamos muito próximos no colégio, e agora que a gente mal se vê fica diferente, mas eu gosto dessa doideira.

Somos muito diferentes. Eu sou do tipo ‘molecona’, ele é mais recatado. Eu acho que a maior diferença entre nós é que ele é mais discreto, mais calmo e racional. Eu sou mais impulsiva, digo coisas sem pensar e faço estardalhaço.

Nossas preferências também: eu diria que ele é mais culto, ele gosta de música clássica e eu adoro rock e ‘animesongs’. Ele devora livros sobre Nietzsche e moda e eu prefiro livros de literatura policial e quadrinhos japoneses.

Somos ambos animados e sociáveis, mas acho que ele é um pouco mais tímido. Nosso jeito de vestir é diferente, ele gosta de estar sempre bem vestido e sabe o que coloca no corpo. Ele está sempre arrumadinho, mesmo pra ir à casa de alguém.

Já eu, coloco uma camiseta, uma calça, meu allstar e uma blusa. Pronto, tô linda. Claro que, eu sempre me apronto primeiro e fico esperando a “noiva” acabar de se embelezar. Sempre tiro sarro da cara dele, mas ele mesmo já aceitou a verdade”. Beatriz

Beatriz Paz é jornalista, escritora e gêmea de Augusto Paz.

Santo André / SP

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