(Foto: Elizabeth Melo)
A foto acima tem cheiro de saudade. Essa era a casa da minha avó paterna, onde eu e minha irmã passávamos as férias escolares. Saudade dos momentos lúdicos que vivemos lá. Um lugar bucólico que mexe com minha alma rural.
Sim, eu amo a vida contemplativa do campo. Aprecio ouvir o canto dos pássaros, o mugirem das vacas, as modas de viola, o canto do galo ao amanhecer, o barulho das charretes e o som dos cavalos trotando.
Essa casa ficava num sítio em José Bonifácio, cidade do interior paulista - cercada de todos os tons de verdes possíveis, cachorros, porcos, galinhas e uma alegria inocente que, graças a Deus, ainda preservo.
Saudade do cheiro do café torrado, do esterco do gado, do mato orvalhado... Saudade de brincar no riacho, no mata-burro, de balançar nas porteiras.
Saudade do fogão a lenha, do pão caseiro, das compotas de doces, de comer siriguelas no pé, do pomar carregado, do milharal, da pamonha fresca, da lamparina, do ranger do assoalho, das jabuticabeiras, de um céu azul único, sempre limpo, desconhecia a poluição.
Nós nascemos numa época em que não existia internet, ipod, nem vídeo game. Não tínhamos televisão. Brincávamos o dia todo no quintal no meio da terra, correndo atrás das galinhas e disputando o balanço no pé de jambo até sentir aquela feliz exaustão. Bão-dimais-da-conta-sô.
Sou muito grata por ter tido uma infância abençoada!
Jemima Pompeu
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