Ninguém acreditava que eu sobreviveria. De acordo o programa "Vida no Ventre" do canal National Geographic, "bebês que nascem com menos de UM quilo, tem menos de 40% de chance de sobreviver". Portanto, sou uma gêmea sobrevivente, pois nasci com apenas 890 gramas.
Também senti rejeição na escola. Esforçava-me pra tirar boas notas, mas cresci ouvindo que minha irmã era mais bonita, mais inteligente, sociável, articulada, simpática.
Por conta disso, quase acreditei nessa bobagem. É verdade que minha irmã gêmea era linda, uma morena de cabelos negros que gostava de estar sempre bem arrumada. Eu era desengonçada, magricela, dentuça e não gostava de pentear os cabelos. Mas, nunca me senti menos amada.
Só achava que as pessoas precisavam de um pouco mais de tempo para me 'enxergar'. Tornamos-nos pessoas interessantes, cada qual com suas características, estilo e beleza. A síndrome do 'patinho feio' até que tentou se instalar, mas caiu do cavalo. Fui abençoada com a singularidade.
Jemima Pompeu
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