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terça-feira, outubro 12, 2010

Irmãos gêmeos não se bastam!

A necessidade de um irmão se afastar ou ser mais independente é um desejo que pode surpreender os pais:

Bruna e Rosa são irmãs gêmeas. Aos sete anos Bruna começou a manifestar o desejo de ter um quarto só para ela. Insistiu muito e isso se tornou um problema. O que Bruna buscava? Independência? Privacidade? Solidão? Identidade?

A primeira reação dos pais foi negar, e dizer a ela que era uma ideia absurda, já que dividir o quarto com a irmã era uma sorte! Bruna não concordava. O tempo foi passando, e Bruna continuou pedindo. Rosa se ressentiu desde o começo. Chorou, sentiu-se preterida. Ela não entendeu porque a irmã queria se afastar. Finalmente, os pais se deram conta de que era preciso ouvir seus argumentos.

Bruna disse a eles e à Rosa que gostava de coisas diferentes da irmã, queria ter um espaço só pra ela, com as coisas dela, com a cara dela. Ao ser acolhida pelos pais, conseguiu também acolher a dificuldade da irmã em se separar dela. As duas conversaram carinhosamente por um longo tempo.

Pais e filhas chegaram a uma solução alternativa que deixou felizes as duas irmãs. O quarto seria reorganizado. Assim, Bruna passou a se sentir mais identificada com o ambiente; metade do espaço era seu agora, tinha o seu jeito, seu formato, sua marca. E Rosa, não só adorou o “novo quarto”, como também se sentiu contemplada.

A ideia de fazerem coisas diferentes, com pessoas diferentes e em lugares distintos, pode ser muito assustadora, para aqueles que não tiveram a oportunidade de experimentar situações desse tipo desde cedo.


A tendência a achar que os gêmeos se bastam é equivocada. Mesmo sabendo que os laços entre irmãos gêmeos ocupam sempre um papel de destaque na história de vida deles, acreditamos que seja importante estimular a travessia das fronteiras para “outros lares”, “outros ares”, dentro e fora de si mesmos.

Por Sâmara Jorge e Cláudia Arbex / Revista Crescer

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