Nunca entendi exatamente, mas meus pais contam que não fizeram o exame de ultrassom e, durante o pré-natal, o médico não disse nada sobre esse “detalhe”. Nenhum de nós suspeitava, até porque minha mãe ganhou pouco peso.
Minha irmã mais velha estava com 10 anos e eu com 6. Como toda boa caçula, curtia meu reinado e nem pensava na hipótese de outro membro para nossa família. Mas minha irmã queria muito um outro irmão. Só para vocês terem uma ideia, chegou a esconder o anticoncepcional da minha mãe, tamanha era sua vontade de que ela engravidasse.
Por fim, em março de 1980, a notícia que ela tanto aguardava se tornou uma realidade: minha mãe estava grávida! Em tempos de “vacas não muito gordas”, lembro-me de que o enxoval foi modesto: algumas roupinhas compradas, outras ganhadas, um singelo berço no mesmo quarto dos meus pais.
Então imaginem a surpresa quando, somente no dia do parto, ficamos sabendo que receberíamos duas belezinhas em casa! É claro que meu pai chegou a pensar que poderia ser um menino, mas sempre manifestou sua alegria por Deus ter lhe concedido a graça de ser o “bendito é o fruto” entre as mulheres.
A correria foi grande e muitas pessoas ajudaram a reforçar o enxoval. Eu já tinha 7 anos quando elas nasceram e, da minha maneira, ajudava minha mãe nos cuidados do dia-a-dia. Recordo-me das roupinhas e dos penteados iguais até certa idade; elas não são idênticas, mas ambas são lindas por dentro e por fora.
Um episódio marcante foi quando as duas prestaram vestibular pela segunda vez e apenas uma passou. Não houve como comemorar. As duas prestaram para Educação Física e, pela primeira vez, iriam se separar. Mas tivemos que aceitar e compreender que, mais cedo ou mais tarde, isso aconteceria. Hoje as duas já estão formadas há algum tempo, são casadas e cada uma tem seu filho” @Oliveiraodiario
A crônica adaptada acima é de Lu Oliveira postada em seu blog no Diário de Maringá. Suas irmãs gêmeas são bivitelinas. Andreia mora em Maringá e Adriana mora em Florianópolis.
Maringá / PR
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