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quarta-feira, abril 13, 2011

"Caio, Fabio e Rafael" Por Kátia Barcellos de Sousa

"Demorei cinco anos pra engravidar e quando aconteceu, não acreditei. Com duas semanas, comecei a passar muito mal. Liguei pra meu médico e contei o que estava acontecendo. Ele disse: ‘Você está grávida minha filha!’ Foi quando caiu a ficha, mas ainda cética.

Fiz o teste e pela primeira vez tinha dado positivo. Fui ao laboratório, esperando o resultado pra falar pra todo mundo. Meu ginecologista bateu o olho e falou: ‘Tem mais de um menino aí dentro’. Sempre pensei que teria gêmeo, porque afinal, tem alguns gêmeos na família.

Mas ele não quis fazer a ultrassom, porque estava muito no início da gestação. Aguardei completar um mês, e já colocava na minha cabeça que seria mãe de gêmeos. Não dá pra explicar a felicidade que eu senti. Mãe de gêmeos aos 29 anos?!!

Fiz meu primeiro ultrassom dia 12 de junho (dia dos namorados). O médico muito brincalhão, falou: ‘Vamos ver quantos bebês tem nesta barriga. Vamos contar os corações’?! E eu, como assim?! ‘São três corações, mãezinha’. E minha reação foi rir. Não conseguia parar de rir, de felicidade, de susto e de medo. Depois descobri que eram 3 meninos.

No início foi tranquilo, mas no final, foi bem tenso, sentia dores, ia ao médico quase todos os dias, repouso absoluto. Quando estava com cinco meses, tivemos um problema no elevador do apartamento. Resumindo: Mudamos pra casa da sogra. Caio, Fabio e Rafael nasceram com 2.5 kg e 47 cm cada.

Quando eles estavam com 28 dias, fui pra casa da minha irmã. Ela e meu cunhado me ajudaram muito. Eles merecem todo mérito deste período difícil. Por ter saído da casa da sogra, meu casamento desandou. E quando os meninos fizeram um ano, meu marido foi embora sem avisar. Eles tinham começado a andar, logo voltaram a engatinhar, foi um sufoco.

Eu sozinha, com 3 crianças na noite de Natal.

Um trauma, um sofrimento sem fim. Tive depressão pós parto não tratada, passei por privações, grandes dificuldades. Afinal, quem quer empregar uma mulher separada com trigêmeos? Quando eles estavam com 3 anos, a depressão agravou, foi muito difícil, mas tratei.

Não tenho o apoio do pai biológico em nada, apenas a pensão obrigatória. Trabalho muito para prover tudo que meus filhos precisam. Mas o tempo passou e há um ano, conheci uma pessoa maravilhosa, que é o verdadeiro pai dos meus filhos. Hoje estou feliz e não preciso de mais nada, pois tenho Deus, saúde e o amor dos meus filhos que estão com 4 anos. Amo o meu trio mais que chocolate!" @kbarcellossousa

Kátia Barcellos de Sousa é mãe de trigêmeos *plurivitelinos.
kbarcellossousa@gmail.com
Aparecida de Goiás / GO

*Plurivitelinos: termo usado quando há mais de dois óvulos fecundados, sendo, portanto geneticamente diferentes.

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