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terça-feira, maio 31, 2011

Élsio, gêmeo de Emerson está desaparecido!

(Sr José Nonato, Maria da Piedade Pereira e o filho Emerson)

Aos 76 anos, Maria da Piedade Pereira e José Nonato de Aniceto alimentam um medo nada secreto: o de morrerem sem conhecer o filho. Em 22 de novembro de 1972, a dona de casa deu à luz gêmeos idênticos, no Hospital São Vicente de Paula, em Taguatinga, Distrito Federal. Mas teve de deixar o local com apenas uma criança nos braços, à qual deu o nome de Emerson. O outro menino, Élsio, desapareceu, sem nenhuma explicação, de dentro do hospital.

Os pais nem sequer chegaram a tocar no filho. Não restou foto de recordação. Nasceram prematuramente e Élsio precisou ficar na incubadora para ganhar peso. Depois de 26 dias de espera pela recuperação do menino, o pai foi buscá-lo. Ao chegar ao hospital, porém, recebeu a notícia de que o filho simplesmente não estava mais ali.

O pai pediu satisfação a médicos, enfermeiros e a quem mais encontrou pelo caminho. Um dos profissionais informou a José que o filho dele, provavelmente, estaria morto. Mas não apresentou atestado de óbito ou qualquer documento que justificasse a suspeita. José insistiu em falar com o diretor da unidade de saúde. O homem que o recebeu deu apenas um conselho: "Esqueça essa história. Melhor não mexer com isso".

A época era de repressão, ditadura. José e Maria temiam reclamar. "Saí do hospital atordoado. Nem sei como cheguei em casa", lembrou o pai. Eles iniciaram uma busca solitária pelo menino. Hoje, 38 anos depois, Maria e o carpinteiro José ainda têm esperança de encontrar o rapaz. Quando anda pela rua, a mãe sempre mantém o olhar atento.

Depois de ir a muitas delegacias e pedir ajuda a todo tipo de gente, a família Aniceto decidiu lançar uma campanha na internet, em busca de qualquer informação sobre Élsio. A família mantém a certeza de que o rapaz está vivo. "A gente sente que ele não morreu, que foi roubado, ganhou uma nova família, outro nome e vive sem saber de onde veio. Só queria conhecê-lo", afirmou Maria.

"Emerson só ficou sabendo aos 7 anos que tinha um irmão gêmeo, quando a gente foi matriculá-lo na escola. A professora viu no registro que eram gêmeos e perguntou se o outro não ia estudar. Tive de explicar todo o problema", lembrou Maria. Quando ela chegou à maternidade, não sabia que esperava dois bebês. Não fez o pré-natal nem recebeu qualquer acompanhamento médico durante a gestação.

Antes de ter Élsio e Emerson, Maria já tinha dado à luz dois outros gêmeos. "Eles também precisaram ficar na maternidade até ganhar peso. Por isso, estranhei quando só o Élsio teve de ficar no hospital. Eu nunca ia imaginar uma coisa dessas, que meu filho ia sumir como se fosse poeira no ar", conta Quem tiver informações favor ligar para José ou Maria. Fone: (61) 3371-3213

Artigo de Leilane Menezes para o Correio Braziliense.

Matéria indicada pela leitora Ana Claudia Vargas.

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