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quinta-feira, fevereiro 02, 2012

Siameses ou Xifópagos

Entenda como ocorre a formação de gêmeos siameses / G1

O nascimento de gêmeos siameses é um fato raro e a chance de sobrevida é de menos de 10%, de acordo com um estudo brasileiro.
Segundo a literatura médica, a incidência de siameses é de 1% entre todos os casos de bebês univitelinos (idênticos).

A cirurgia de separação ocorre em alguns casos – quando os gêmeos tem coração e pulmão separados. De acordo com um estudo feito no Hospital das Clínicas de São Paulo, casos de gêmeos grudados pelo tórax são os mais comuns. E cerca de 72,% dos siameses são meninas.

A pesquisa foi publicada em setembro de 2011, na revista científica "Prenatal Diagnosis", envolvendo 36 pares de gêmeos siameses identificados ou atendidos pelo hospital ao longo de doze anos. Dos 36 casos, 19,4% eram meninos. “Quando siameses tem apenas um coração, as chances de sobrevivência são mínimas” disse Adolfo Liao – obstetra responsável pelo setor de gestações múltiplas do HC.

Ainda segundo o estudo, 91,6% dos siameses avaliados tinham problemas cardíacos. Cerca de dois terços das crianças unidas pela lateral apresentavam fusões cardíacas complexas, com átrios, ventrículos, veias e artérias compartilhados – o que torna impossível a cirurgia de separação, de acordo Manoel Carlos Velhote, especialista em operações do tipo do HC.

Gêmeos podem ser siameses por causa de uma separação tardia do zigoto (célula que resulta da união do óvulo com o espermatozóide). Nas gestações normais de gêmeos, isso acontece até o 9º dia após a fecundação. Nos siameses, é por volta do 12º dia. Os médicos não sabem por que esse atraso acontece, nem por que ele gera um erro na divisão.

Segundo o médico Adolfo Liao, o fato de haver mais casos de siameses meninas do que meninos faz alguns médicos acreditarem que exista algum componente hormonal na anomalia. Todavia, a maioria dos especialistas acredita mais na hipótese de um evento aleatório, sem ligação com problemas genéticos ou ambientais.

Quanto mais precoce for o diagnóstico, mais rápido se pode avaliar se há chances de cirurgia ou não. Ultrassons para detectar esse tipo de malformação tem sido feitos desde 1974, e hoje em dia a maioria é identificada precocemente. Muitas mulheres acabam abortando após o resultado - o que é permitido pela legislação brasileira com autorização judicial. Segundo Dr Liao, esse é o mesmo procedimento adotado com fetos anencéfalos (sem cérebro).

Dos 36 pares estudados pelo HC, 30 foram considerados, durante a gravidez, impossíveis de serem separados. Desses casos, 19 casais entraram na Justiça para interromper a gravidez e 14 conseguiram a autorização. Todos os 16 pares que nasceram desse grupo morreram. Manoel Carlos Velhote afirma que casos de siameses predominam em países menos desenvolvidos por falta de diagnóstico precoce e impossibilidade de interrupção da gravidez. Estados Unidos e Europa, por exemplo, abortam mais. Aqui se costuma levar a gestação até o fim.

A discussão sobre o melhor momento de separação é grande. Alguns médicos acham que quanto mais cedo melhor, por aspectos anatômicos e de desenvolvimento. Outros preferem adiar. O período médio indicado para a cirurgia de separação são 3 meses de vida. A cirurgia é longa e delicada - pode durar até 18 horas. Quem faz o procedimento é um cirurgião pediátrico, mas se forem unidos pela cabeça, quem opera é um neurocirurgião. "Se não houver malformações incapacitantes nem doenças, é possível viver dentro das limitações apresentadas" finaliza Dr Velhote.

Conheça alguns casos de siameses postados aqui.

Um comentário:

  1. Sou médica e acabo de fazer um exame ultrassonográfico onde constatei gestação gemelar de fetos xifópagos com uma idade gestacional de 8 semanas que, feliz ou infelizmente, não apresentaram sinais vitais.

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