"Festival Australiano" Por Wendy Tuohy

Conversando com todos os gêmeos para esta matéria, uma coisa me chamou a atenção. Cada gêmeo tem uma relação tão especial que causa inveja em muitas crianças não gêmeas. Todos eles são idênticos e moram em Victoria, na Austrália. Eles dizem que se entendem muito bem e muitas vezes tem uma espécie de “telepatia”. Todos consideram que terem nascidos gêmeos – é uma benção.

De acordo com a Secretaria Australiana de Gêmeos, a cada 1000 nascimentos na Austrália, 80 são de gêmeos. Destes 80, cerca de 30% são idênticos. As últimas estatísticas mostram que em 2008, nasceram 1.189 pares de gêmeos somente no estado de Victoria. A cada três anos, os gêmeos australianos organizam um grande encontro. Este ano, eles esperam reunir 3000 participantes no Festival que será no próximo domingo.

Alicja e Amelia Modzelewski (23 anos)

"Ter uma irmã gêmea é como ter um anjo em sua vida. Amelia é complentamente honesta e sincera comigo. Ela sempre me apoia e me faz críticas construtivas. Me sinto mais confiante e mais segura ao lado dela. Com a escolha da profissional e a chegada dos namorados, é inevitável uma separação. O que é muito difícil porque somos muito dependentes uma da outra.

A melhor coisa de ser gêmea é saber que nunca estarei sozinha. Minha irmã estará sempre ao meu lado, em qualquer situação. Ela mantem minha auto-estima elevada, me sinto valorizada. Juntas, somos felizes" Alicja

"Ser gêmea é ter uma sombra. Não importa quem está na minha vida, minha irmã é minha parceira de alma. Estamos até pensando em usar um anel cada uma, com a frase “almas gêmeas” gravada. Nós somos muito cumplices, compartilhamos o mesmo guarda roupa e temos o mesmo senso de humor. Eu sei como ela está se sentindo apenas no olhar. Definitivamente, há algo especial em ser gêmea" Amelia

Peter e Paul Stefaniw (47 anos)

"A maioria das pessoas pensa que os gêmeos tem uma conexão telepática, mas isso nem sempre acontece. Embora, já tivemos em situações (separados) que inexplicavelmente sentimos a mesma coisa. Nós gostamos de ser gêmeos. Vale dizer que minha mulher é trigêmea bivitelina" Peter

"Quando éramos crianças, tudo era novidade, eramos a diversão na escola. Tivemos alguns problemas com as namoradas também. Mas a medida que envelhecemos – as piadas e as perguntas cansam. As pessoas esquecem que somos individuos, mas ainda assim, ser gêmeo é ter um bônus – é um presente da mãe natureza" Paul

Phil e Doug Griffiths (16 anos)

"Ser gêmeo é ter um melhor amigo para o resto da vida. É nunca se sentir sozinho. É um presente ter alguém que me ajuda em todos os sentidos. Há competição também, mas ela nos estimula a melhorar a cada dia. Apesar da falta de individualidade, é muito bom ter um irmão gêmeo" Phil

"É muito bom ter alguém por perto em qualquer situação. Ser gêmeo é nunca estar sozinho. É como ter um melhor amigo, mas 10 vezes melhor" Doug

Joanne e Jennifer Johnston (40 anos)

"Não sei como é ser única. Eu já nasci junto com minha melhor amiga. Partilhamos tudo, temos o mesmo gosto, dividimos a mesma casa, viajamos juntas, vamos as compras juntas. Nós não acreditavamos em telepatia até o dia que a Jennifer quebrou a perna. Minha perna começou a doer no mesmo lugar que ela quebrou, a ponto de eu não conseguir andar" Joanne

"Nós dividimos a vida. Até a casa compramos juntas. É muito bom ter sempre ao lado sua melhor amiga. O difícil é quando os parceiros estão juntos. Dizemos que nossa relação é sagrada, não permitimos a interferência de ninguém" Jennifer

Ryan e Owen Christopherson (1 ano)

"Descobri que esperava gêmeos na 9ª semana de gestação.Eu e meu marido (David) ficamos surpresos, foi maravilhoso. Quando eram bebês, eu tive que diferencia-los para não confundir. Eles são sincronizados. As vezes eu acho que eles não sabem que são individuos separados, porque eles estão sempre juntos – se divertem muito e se interessam pelas mesmas coisas" diz a mãe, Nadia

Barry e Eric Wootten (76 anos)

"Ser gêmeo é nunca estar sozinho, é ter um amigo confidente, um compalheiro para sempre. Quando éramos pequenos, nem nossa família sabia quem era quem. A única maneira de saber era olhando para o meu joelho – onde eu tinha uma verruga. Moramos na mesma rua e nos falamos todos os dias. Ainda falamos a mesma coisa ao mesmo tempo e terminamos a frase do outro com frequência. Eu amo ser gêmeo" Barry

"A maioria das pessoas nos confunde ainda. Nós somos muito parecidos, mas também somos indivíduos diferentes, temos nossos divergências. Apesar delas, somos unidos, companheiros e temos uma vida maravilhosa. Vale contar que minha esposa (Norma) é gêmea idêntica também" Eric

Kaitlin e Megan Skelton (12 anos)

"É bom ter uma irmã idêntica, é muito especial. Alguns amigos nos confundem ainda. Não gostamos de ser chamadas “as gêmeas”, preferimos que nos chamem pelo nome. Compartilhamos tudo! Divimos o mesmo quarto, estudamos na mesma escola, praticamos karatê e ballet juntas" Kaitlin

"Eu acho muito divertido ter uma irmã gêmea. Eu até adivinho os pensamentos dela. Muitas vezes pensamos a mesma coisa e falamos ao mesmo tempo. A gente cuida uma da outra. Geralmente, minha mãe compra tudo igual, mas com cores diferentes. Só gostaria que as pessoas soubessem que somos muito parecidas fisicamente, mas temos personalidades bem diferentes" Megan

Noah e Finlay Danbergs (2 anos)

"Os meus filhos são bons amigos e gostam de ficar juntos. Eles parecem ser capazes de saber o que o outro quer, em silêncio. Quando um se machuca o outro vai logo confortar. O que me ajuda a diferencia-los é que Noah tem uma marca de nascença no rosto. Quando eles brigam eu tento separa-los e eles se sentem frustrados por isso" diz a mãe, Brigid. Por Wendy Tuohy / The Herald Sun