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quinta-feira, maio 03, 2012

"Gabriel e Vinícius" Por Júlia Hipólito Usui

“Depois de dois anos namorando, casamos em 2009 já com o objetivo de formar uma família. Na segunda fertilização in vitro, tivemos nosso tão esperado resultado positivo. Foi um dia mágico, inesquecível. Eu não cabia em mim de tanta felicidade!

O marido fui buscar o resultado do exame e não agüentou, abriu sem a minha presença e me telefonou soltando foguetes de alegria. Parabéns Mamãe!!!!! Ficamos radiantes e muito gratos a Deus. No primeiro ultrassom ficamos confusos, achamos que eram dois bebês.

Porém, uma semana depois tivemos a confirmação de que eram TRIGÊMEOS! Saímos do consultório, boquiabertos, anestesiados, emudecidos, felizes e muito surpresos. Porém, preocupados e assustados também. Falei com a minha médica e com a minha mãe e tentei administrar o medo. Naquele momento pensei “Deus dá o fardo conforme nossa capacidade de carregar” A partir daquele dia, nos programamos e nos preparamos para ser pais de TRÊS ao mesmo tempo.

Tive uma gravidez muito, muito feliz e a família era só alegria. Meus pais imensuravelmente corujas faziam me sentir a pessoa mais realizada do mundo. Mas, na 30ª semana de gestação veio o susto, o maior susto da nossa vida. O terceiro bebê, que era nossa menina, se enrolou no próprio cordão umbilical e bloqueou o fluxo sanguíneo. Minha vida virou de cabeça para baixo, já não raciocinava direito, tudo correu muito rápido. Fazíamos ultrassom todo dia e para nossa tristeza a cada dia, um órgão dela estava sendo prejudicado. Foi uma semana de terror.

No quinto dia de angústia, dela e de toda família, Deus a levou para junto dele. Perdemos o chão, a direção, me negava a acreditar que aquilo estava acontecendo conosco! O desespero foi total, pois nós humanos não temos capacidade de entender como isso pode acontecer. Tendemos a perder a fé e até ficar "de mal" com Deus por causa de tanto sofrimento.

Com o tempo a dor foi ficando menos intensa, mas como é um fato impossível de esquecer, acho que nossos questionamentos nunca não terão fim. Não foi fácil digerir tamanha dor. Na época transformei essa dor em força, pois naquele momento eu precisava pensar nos bebês sobreviventes. Eu tinha que lutar pelo Gabriel e Vinícius, que estavam se desenvolvendo bem.

Na 33ª semana meus gêmeos bivitelinos nasceram lindos e saudáveis. Apesar disso, ficaram 17 dias na UTI Neonatal para ganhar peso. Foi um período desgastante, mas que acabou fortalecendo nossa relação e nosso amor. Sinto-me imensamente abençoada e plenamente feliz com os meus filhos e meu companheiro maravilhoso”

Júlia Hipólito e Álvaro Usui 
http://osgemeosdaju.blogspot.com.br 

Manaus /AM

2 comentários:

  1. Jê, obrigada pelo convite e pela confiança!

    Adorei o resultado do livro!

    Escrevi um post divulgando seu lindo trabalho! http://osgemeosdaju.blogspot.com.br/

    Bjs

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