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quinta-feira, julho 26, 2012

Univitelinos não são cópias perfeitas

Gêmeos idênticos não são cópias perfeitas, nem mesmo no nascimento. 
Gêmeos saem do útero com diferentes marcadores químicos em seus DNAs que influenciam a atividade de genes individuais, sugere novo estudo.

Conhecidos como marcadores epigenéticos, essas alterações não mudam a informação genética geral, mas ao regular a atividade de genes específicos, eles podem influenciar significativamente em como a matriz do DNA é usada para criar e operar um organismo vivo. Estudos anteriores mostraram que gêmeos idênticos carregam algumas diferenças em seus marcadores epigenéticos, mas era considerado que essas diferenças apareciam depois do nascimento, já que gêmeos passam por experiências de vida e por ambientes diferentes.

Neste novo estudo - o primeiro a mensurar perfis epigenéticos em recém-nascidos - sugere que diferenças sutis em condições intra-uterina, podem impactar os marcadores do DNA fetal que podem gerar consequências de longo prazo à saúde adulta. Esses marcadores químicos divergentes podem ajudar a explicar porque gêmeos idênticos são sutilmente diferentes na aparência, na personalidade e também na suscetibilidade às doenças.

Jeffrey Craig, um biólogo molecular e celular na Murdoch Childrens Research Institute em Parkville, Austrália, e seus colegas, reportaram essa descoberta semana passada no Genome Biology. Geralmente, gêmeos idênticos são mais parecidos epigeneticamente do que gêmeos fraternos, segundo os pesquisadores. A similaridade parte não necessariamente por dividirem o útero, mas pela genética e pelo acaso, eles sugerem.

Arturas Petronis, um pesquisador epigenético da Universidade de Toronto, tem outra ideia do porque gêmeos idênticos são mais iguais epigeneticamente do que gêmeos fraternos. Não é porque possuem os mesmos genes, mas porque herdam a mesma assinatura epigenética. Como óvulos e espermas carregam diferentes combinações de genes dos pais, as células também possuem marcadores de DNA diferentes. Portanto, gêmeos idênticos (univitelinos) vem da mesma combinação de óvulo e esperma, sendo que gêmeos fraternais (não-idênticos) são de duas combinações diferentes na mesma gestação.

Jeffrey Craig e seus colegas descobriram que as maiores diferenças epigenéticas entre gêmeos são os genes responsáveis por desenvolvimento e metabolismo. O peso do nascimento foi associado por diferentes marcadores epigenéticos do metabolismo, crescimento e doenças cardíacas. O baixo peso indicou risco de doenças cardíacas e obesidade na fase adulta. Fatores uterinos que também afetam o crescimento do feto, como o tamanho do cordão umbilical, podem gerar discrepâncias epigenéticas entre gêmeos, diz Craig.

Gêmeos idênticos que dividiram a mesma placenta tem mais diferenças epigenéticas do que gêmeos fraternos com placentas distintas, provavelmente porque um pegou mais nutrientes do que outro da mesma fonte. Arturas Petronis diz que é cedo para determinar se o peso de nascimento influi nas diferenças epigenéticas ou se os marcadores de DNA que influenciam o peso. Por outro lado, Karen Lillycrop da Univerdade de Southampton na Inglaterra, diz que as evidências sugerem que em termos de metabolismo, essas diferenças epigenéticas podem ter impacto a longo prazo.

Tina Hesman Saey / Science News / Foto Ilustrativa
Tradução: Olivia Pompeu

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