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quarta-feira, novembro 28, 2012

Representações de Gemelaridade Conjugada

(Gravura de 1869 retratando Maria e Eliza Biddenden / Gentleman's Magazine)

Representações de Gemelaridade Conjugada

Embora seja um evento raro, o nascimento de gêmeos siameses sempre fascinou a comunidade científica. Um dos primeiros estudos sobre a anomalia foi publicado no século XVI pelo excepcional cirurgião Ambroise Paré, que descreveu, dentre outros casos, o fenômeno dos siameses em sua obra De monstruos y prodígio. A gemelaridade conjugada ocorre quando há uma divisão incompleta do disco embrionário ou quando discos embrionários adjacentes se fundem. Os gêmeos siameses recebem nomes de acordo com a região pela qual estão acoplados. Assim sendo:

Craniópagos – irmãos ligados pelo crânio
Pigópagos – irmãos unidos pelo sacro
Isquiópagos – irmãos conectados pela pélvis.
Toracópagos – unidos pela parte anterior do tórax.

O termo xifópagos (xifós = espada, que se refere ao osso esterno), aponta a associação entre irmãos pelo tórax e abdômen, e é a forma mais comum de gêmeos conjugados.
Em alguns casos, os gêmeos siameses estão unidos um ao outro somente pela pele, ou por tecidos cutâneos ou outros, por exemplo, fígados fundidos.

Entre os gêmeos unidos mais antigos que se conhecem se encontram as siamesas Biddenden (gravura acima), nascidas em 1100 na Inglaterra, elas viveram 34 anos com apenas um par de extremidades superiores e inferiores.

Mary e Eliza Chulkhurst, registradas na história como as irmãs Biddenden, aparecem unidas por seus quadris e seus ombros em representações pictóricas da época. Quando Mary morreu, os médicos propuseram separá-las para salvar a vida da sobrevivente Eliza. Mas, a lenda conta que Eliza negou dizendo "Assim como viemos juntas, nós iremos juntas".

Aos 34 anos, Eliza morreu 6 horas após a morte da irmã. As duas são ainda lembradas graças a 20 acres de terra doados por elas a igreja local que, em reconhecimento a generosidade de ambas, prepara bolos e biscoitos com a imagem das gêmeas para dar aos pobres todos os domingos.

(Bolo com a imagem em alto relevo das siamesas Biddenden)

O procedimento cirúrgico empregado para a separação de irmãos conjugados não é novidade alguma, excetuando-se é claro o indiscutível aperfeiçoamento das técnicas. Uma miniatura da Idade Média nos apresenta uma imagem da separação do corpo de um dos siameses já falecido:

(Gravura medieval ilustrando um procedimento cirúrgico para separação de siameses. Manuscrito Skilitdés - Biblioteca Nacional,Madri)

Numa das igrejas "A la Scala", na Itália, há um baixo relevo representando gêmeos siameses florentinos, nascidos no século XIV, com três extremidades inferiores e superiores.
No século XV, os irmãos escoceses Scottish viveram 28 anos unidos da cintura para baixo.

Mas os gêmeos unidos mais famosos em tempos passados foram as siamesas húngaras Helen e Judith, nascidas em Szoony, no ano de 1701, que se tornaram objeto de grande curiosidade ao serem apresentadas em muitos países. Eram unidas pela região lombar.

Sem dúvida, os mais conhecidos entre todos os tempos dos que nasceram com esta malformação foram os meninos Chang e Eng Bunker, nascidos em Sião (atual Tailândia) no século XIX e convertidos em celebridades após se exibirem publicamente na Europa e nos Estados Unidos. Inclusive, a denominação popular 'gêmeos siameses' foi cunhada devido ao fato dos irmãos Bunker (1811-1874) serem de Sião. Chan e Eng trabalhavam no famoso circo Ringling Bros Barnum e Bailey Circus, ambos se casaram com duas irmãs e tiveram um total de 21 filhos.

Os problemas teóricos plantados pela realidade dos siameses são de uma complexidade notável, tanto que nos obrigam a remover conceitos mais fundamentais da Antropologia filosófica, como as ideias de unidade ou identidade dos indivíduos, da personalidade, de racionalidade, de consciência, de responsabilidade, de liberdade, e mesmo a própria ideia de natureza, que agora se nos apresenta como "monstruosa", sem deixar por isso de ser natureza. (Fonte: Infodoctor.org)

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