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quinta-feira, janeiro 31, 2013

Ex-siamesas celebram o 1º aniversário em Passo Fundo, RS

(Kerolyn e Kauany completam 1 ano hoje!)


(As gêmeas se recuperam da cirurgia / Foto Ender Machado Monteiro)

(O cirurgião pediátrico Dr. Gustavo Pileggi Castro e sua equipe realizaram a primeira cirurgia de separação de gêmeos siameses no Hospital São Vicente de Paulo em Passo Fundo (RS). Foto: Diogo Zanatta)

Conforme postado aqui, as gêmeas siamesas Kerolyn e Kauany nasceram ligadas pelo abdome e passaram por uma complexa cirurgia de separação em outubro de 2012. Uma festa está sendo preparada para esta quinta-feira no Hospital São Vicente de Paulo, em Passo Fundo (RS), para marcar o primeiro aniversário das irmãs Kerolyn e Kauany Ribeiro do Amaral. Foi um ano de angústia e medo para a mãe, Adriana Ribeiro, que agora se prepara para levar as pequenas para casa.

"Elas continuam internadas porque precisamos controlar algumas infecções adquiridas depois da cirurgia, como no trato urinário. Mas isso está praticamente resolvido e a nossa previsão é de que, em fevereiro, elas deixem o hospital", afirma o cirurgião pediátrico Gustavo Pileggi Castro, que acompanha a mãe das meninas desde o quinto mês da gestação. Ele conta que Kauany é um pouco mais fraca que a irmã, pesa menos (cerca de 6 kg) e precisou passar por uma cirurgia para corrigir um problema na bexiga. Ela ainda teve uma infecção urinária recentemente, que está controlada.

Segundo a mãe, Kerolyn já começou a caminhar. "A Kauany tem um pouco mais dificuldade porque passou pela cirurgia e com a infecção precisou ficar bastante tempo na cama, com o soro. Mas acho que logo ela vai estar forte como a irmã", diz Adriana, que deixou de trabalhar para acompanhar o tratamento das filhas no hospital. A família mora em Marau, cerca de 40 km de Passo Fundo.

O médico explica que a cirurgia de separação foi um sucesso. Kerolyn e Kauany eram unidas por todo o abdome, desde o fígado, os intestinos, a parte da bexiga e a genitália. "A vantagem é que a parte óssea era separada completamente, o que permitiu manter as duas perfeitas", conta o cirurgião. Ele diz ainda que elas vão precisar passar por pelo menos mais uma cirurgia, de correção nas genitálias, que será feita quando forem maiores. Por enquanto, elas precisam usar um coletor de urina, mas, segundo o médico, a vida em casa será normal.

"Vamos continuar acompanhando a rotina delas, mas com os cuidados da mãe elas terão uma vida normal", afirma Gustavo, que só tinha visto um caso de gêmeos siameses quando estava na faculdade de medicina, na Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto. "A cada 50 mil nascimentos de crianças vivas, há probabilidade de ocorrer um caso de gêmeo conjugado", afirma.

O susto - Adriana Ribeiro conta que levou dois sustos de uma única vez: descobriu que estava grávida de cinco meses após sentir-se mal e resolver consultar um médico. A gravidez veio no momento em que preparava a documentação para solicitar uma cirurgia de laqueadura. Já com duas filhas, ela não queria mais filhos. "Minha médica resolveu fazer um exame mais detalhado e descobriu que eram gêmeos - e siameses. Chorei muito e não sabia o que dizer para o meu marido, para a minha mãe. Estava grávida de siameses".

Com o susto veio a busca por informações sobre casos semelhantes. "Eu só via tragédia, de cirurgias de separação em que uma das crianças acabava morrendo. Resolvi acreditar em Deus e seguir em frente". Quando as meninas nasceram, o pai, Juliano, precisou largar o emprego para ajudar a família. "Tínhamos outras duas crianças em casa que precisavam ir à escola, de comida. Meu marido começou a trabalhar como autônomo, mas a situação financeira ficou ainda mais difícil", conta a mãe.

Ela sabia de todos os riscos da cirurgia de separação, mas resolveu acreditar que tudo daria certo. "É uma coisa de mãe, a gente encontra muita força para ter esperança". Os berços estão montados na pequena casa do bairro Jardim do Sol. Com a ajuda dos familiares e de doações, Adriana e Juliano esperam que em breve a moradia esteja cheia de alegria. "Quando eu chego ao hospital e elas me olham com todo aquele sorriso, é a melhor coisa do mundo para mim. Conto os dias para ter tudo isso aqui em casa, todos os dias" finaliza a mãe.  

Por Angela Chagas / Portal Terra

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