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quinta-feira, janeiro 10, 2013

Jessica gerou os filhos da irmã Melissa

Jessica com os sobrinhos Brendan e Gabriella

Steve com Melissa e Jessica

Jessica e Melissa com a mãe Gail, já falecida

“Logo que casei, soube que não poderia ter filhos. Fiquei arrasada. Em 16 de janeiro de 2008 (meu aniversário de 26 anos) fiz uma biópsia e dois dias depois recebi o resultado: Eu tinha câncer de mama.

Minha mãe também teve câncer de mama também, aos 30 anos. Depois de um tratamento que durou três anos, ela fez mastectomia. Jessica, minha irmã (2 anos mais nova) estava com um ano na época. Por isso, não lembramos de muita coisa.

Antes da minha primeira quimioterapia, o mesmo médico oncologista que tratou da minha mãe, disse que, caso eu pretendesse ter filhos, seria bom congelar embriões e eu aceitei a sugestão. Meu marido (Steve) sempre solidário e companheiro.

Enquanto isso, minha irmã Jessica teve uma mastectomia bilateral em 2008. Os médicos haviam sugerido por causa do nosso histórico familiar de câncer de mama. Foi um momento surreal . Eu estava feliz no casamento, preocupada com minha irmã e ficando careca por conta do tratamento – realizado no Hospital da Pensilvânia, na Filadélfia (EUA).

Além disso, em julho de 2008, minha mãe faleceu. Foi o momento mais difícil da minha vida. Meu pai (Michael) e Steve me confortaram e eu tentei ser forte para eles. Decidi focar em algo positivo – ter uma família.

Eu e Steve queriamos ter filhos, mas meu médico disse que seria um risco o câncer voltar, por causa do aumento natural de estrogênio durante a gestação. Ele me aconselhou a pensar na possibilidade de uma mãe substituta. Fiquei chocada. Jessica estava comigo e apertando minha mão disse “A coisa mais importante é que você está viva”.

Algumas semanas mais tarde, ela nos convidou (eu e meu marido) para jantar. Entre uma garfada e outra, Jéssica disse: “Eu pensei muito sobre isso e quero ser a mãe substituta para vocês”. Eu, paralisei. Engoli seco.

Jessica tinha 25 anos, solteira, sem filhos. Sua vida estava apenas começando. Fiquei emocionada com sua atitude generosa, mas não podia aceitar. Ela não entendeu minha recusa. “O que são nove meses da minha vida, se com eles posso te dar uma vida inteira mais feliz?!”. Me derrubei em lágrimas e respondi ‘sim’ soluçando.

Depois de fazer algumas pesquisas, percebemos que ser uma mãe substituta não é fácil. Nossa médica, Dra Clarisa Gracia, diretora do programa de preservação da fertilidade da Universidade da Pensilvânia, disse que a mãe subtituta deve ser alguém que já teve seus próprios filhos. É o que se recomenda.

Mas, minha irmã disse que estava disposta a pagar pelo processo – que seria o preço da minha felicidade. Então, em 2010 começamos todos os procedimentos que custou 30 mil dólares pagos em prestações. (colheita, descongelamento dos óvulos, testes e medicamentos).

Jessica teve que receber injeções de progesterona durante três semanas. Foi doloroso, mas ela não reclamou. Dois dos quatro embriões que haviamos congelado em 2008, foram descongelados e transferidos para Jessica em 17 de agosto de 2010, durante um procedimento simples.

Tínhamos que esperar duas semanas para ver se ela estava grávida. Eu tentei não pensar nisso, mas era impossível. Foram 15 dias intermináveis até que chegou o dia do teste e deu POSITIVO. Estávamos em êxtase! Em setembro de 2010 descobrimos que eram gêmeos. Eu não poderia estar mais feliz. A esperança parecia ter voltado para nossa família.

Meu pai estava feliz, mas preocupado com a saúde de todos. Durante a gravidez, Jéssica fazia questão de dizer pra todo mundo que os bebês não eram seus filhos. “Eles são da minha irmã”, dizia orgulhosa. Ela deixava apenas eu e Steve tocar sua barriga. Em novembro de 2010 descobrimos o sexo dos bebês, então eu e Steve escolhemos os nomes, enquanto Jessica e eu faziamos o enxoval.

Jessica teve uma gravidez sem intercorrências até na 34ª semana, quando ela desenvolveu pré-eclâmpsia. (Uma hipertensão arterial específica da gravidez que pode evoluir para a eclâmpsia, uma forma grave da doença, que põe em risco a vida da mãe e do feto). Então, os médicos decidiram fazer o parto em 15 de abril de 2011.

Jessica não estava com medo, ela estava animada para conhecer os bebês. Mas eu estava nervosa, ansiosa...E assim, meu filho Brendan nasceu primeiro e um minuto depois nasceu Gabriella. Ambos saudáveis e perfeitos. Steve e eu choramos de alegria!

Melissa e Steve com os filhos gêmeos

Meus filhos estão com 20 meses de idade e toda semana vamos visitar a tia Jessica. Não sabemos quando nem com vamos contar aos gêmeos, como eles nasceram. Ainda temos dois embriões congelados, não sabemos se teremos mais filhos ou não.

Eu tenho a irmã mais incrível do mundo, que me deu DOIS filhos. Eu jamais poderei retribui-la por este presente. Jessica disse: "Eu amo meus sobrinhos. Terei sempre uma ligação especial com eles. Mas, durante a gestação eu repetia o mantra ‘eu sou apenas o forno’”.  
Melissa Brown, 30 anos, vive em New Jersey, EUA.

Matéria de Jemimah Wright / Friday Magazine

Um comentário:

  1. Que historia linda vc tem uma irman maravilhosa, eu tambem pela minha irmanzinha faria qualquer coisa!

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