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quinta-feira, fevereiro 14, 2013

Bebês gêmeos são afastados dos pais em Três Pontas (MG)

(Avó afirma ter condições de criar gêmeos até pais se cuidarem.
Foto: Reprodução EPTV)

Bebês gêmeos foram afastados dos pais, usuários de drogas, pela Justiça em Três Pontas (MG). A avó das crianças afirma que tem condições de criar os netos, porém foi surpreendida com a notícia de que a justiça já teria aberto o processo de adoção dos gêmeos. A mãe diz ainda que aceita fazer tratamento para largar o vício e ficar com os filhos. Agora, eles brigam na Justiça para terem as crianças de volta em casa.

O casal conta que não pode ver os filhos desde que eles nasceram em outubro de 2012. O parto, considerado de risco por causa das condições da mãe de usuária de drogas, foi na Santa Casa de Passos (MG), onde há UTI neonatal. Mas depois que as crianças nasceram, os pais afirmam que o Ministério Público solicitou à Justiça que as crianças fossem para uma associação evangélica, em Itajubá (MG).

"Eu não sabia que ia pra instituição. Me falaram que ia pra um hospital porque tinha nascido de oito meses", afirma a mãe das crianças. Ela diz ainda que uma enfermeira disse que os bebês passariam cerca de 20 dias no hospital, e que depois voltariam para os pais. "Procuramos saber depois dos 20 dias, e eles não estavam mais no hospital, estavam no instituto. E não tivemos mais notícias por quatro meses e não quiseram deixar a gente ver os gêmeos", contou a mãe.

Ainda segundo a família, a Promotoria alegou que os pais, por serem dependentes químicos, não teriam condições de criar as crianças. A avó paterna, que já tem a guarda provisória de outra filha do casal, de cinco anos, manifestou o interesse de educar os bebês, mas foi surpreendida com a notícia de que a Justiça teria aberto o processo de adoção dos gêmeos. "Eu mandei falar pra eles que eles tinham família, e não podia fazer isso", conta Maria Aparecida Cunha, avó dos gêmeos. Ela ainda diz que um mulher falou pra ela arrumar um advogado particular. "Eu não tenho condição pra isso", desabafa a avó.

Na casa de dona Maria Aparecida, ela guarda as roupas dos bebês, à espera dos netos. "Eu tenho condições de cuidar das crianças e ainda tenho a ajuda dos tios, pra poder cuidar deles enquanto os pais vão recuperar", afirma a avó.

"Eu quero fazer o tratamento pelo tempo que eles falarem, faço exame de sangue, eu faço, mas eu quero meus filhos aqui junto com a nossa família", diz a mãe das crianças. "Se a minha sogra puder ficar com eles até eu me recuperar, eu assino uma responsabilidade, eu aceito, que ela cuida muito bem sim", completa ela.

Segundo o Ministério Público e a Vara da Infância e Juventude de Três Pontas, o processo corre em segredo de justiça e, por isso, ninguém pode se pronunciar sobre o caso. Até a publicação desta nota, ninguém no Centro de Referência Especializada em Assistência Social, em Itajubá,foi encontrado para dar uma posição sobre o assunto.

Enquanto o caso não tem uma solução, a família sofre com a ausência das crianças. "Eu fiquei muito triste a hora que eu cheguei lá e a secretária falou que ela já tinha assinado o papel para adoção das crianças, porque as crianças não precisam disso, eles têm família", desabafa a avó, Maria Aparecida.

Reportagem de Rodrigo Dias de Três Pontas / Sul de Minas / G1

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