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quarta-feira, julho 10, 2013

Como escrever um romance erótico de sucesso

A receita das escritoras atuais para um livro bem-sucedido. Não é preciso ter grande experiência sexual – nem literária

Na capa elegante de couro sintético, a chave estampada em tinta prateada promete revelar segredos. Não é um caderno qualquer. É o diário de uma 'deusa interior', figura que entrou para o hall de recursos infames da literatura por obra da britânica Erika Leonard James, a autora de Cinquenta Tons de Cinza. Na trilogia erótica que já vendeu 70 milhões de cópias em 37 países, Erika transformou a consciência de sua protagonista num personagem – não dos mais profundos. A autora reabilitou o gênero com o lançamento da trilogia e faturou R$ 27 milhões em apenas oito meses, em 2012.

Só as cenas de sexo, porém, não bastam. Elas podem ser o cerne desse tipo de obra, mas sozinhas não mantêm a trama. "Personagens empáticos e conflitos de difícil resolução são fundamentais, porque qualquer leitor se entedia com uma cena de sexo depois da outra", diz Donna Condon, diretora da Harlequin, no Reino Unido, editora especializada em romances eróticos que oferece disputados workshops para futuros autores. "Existem regras para escrever um romance erótico, e, para entendê-las, é preciso ler, ler e ler".

Primeira regra básica: Monte uma história de amor épica (do tipo que não existe). Não basta ser uma paixão arrebatadora, deflagrada à primeira troca de olhares. O sentimento que une os protagonistas é daqueles que incitam loucuras, como trocar beijos ardentes ao acordar de manhã. Em Fantasias Gêmeas, a autora canadense Opal Carew testa os limites do afeto humano – e da paciência do leitor.

O protagonista traído Ryan não apenas aceita ficar com a namorada, Jenna, grávida do irmão gêmeo dele, como transa com ela logo após a revelação da gravidez, aliviado por não ser abandonado. O envolvimento sexual de Jenna com dois homens idênticos é uma exceção no gênero. Só é permitido porque a fantasia abordada no livro é o sexo a três. No romance erótico feminino, a maioria dos casos são monogâmicos. Com direito a casamento e final feliz na última página.

"Os leitores esperam que, mesmo os conflitos mais extremos, sejam resolvidos de maneira emocionalmente satisfatória", diz a australiana Madeleine Morris, autora de histórias eróticas e estudiosa de seus clichês.

Texto de Marcela Buscato que você encontra na íntegra na Revista Época

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