Denise Correa está em busca da irmã gêmea

(Denise Correa está em busca da irmã gêmea)

(Denise, ao lado da mãe adotiva, entrou com uma ação judicial contra o hospital onde ela nasceu. Foto: Rinaldo Rori / TV Tribuna)

(Denise ao lado dos pais biológicos)

(Teste de DNA comprova o que as famílias já tinham quase certeza)

Denise Correa descobriu que foi trocada na maternidade de Juquiá, SP. Mãe biológica afirma que estava grávida de gêmeas e procura outra filha.

Depois de viver o drama de descobrir aos 31 anos de idade que foi trocada na maternidade no dia do nascimento, uma moradora de Miracatu, no interior de São Paulo, acredita ter uma irmã gêmea em algum lugar do Brasil. A dúvida se acentuou quando ela conheceu a verdadeira mãe, que afirma ter dado à luz dois bebês e diz que nunca recebeu o atestado de óbito da segunda filha. Denise Correa comprovou por meio de um exame de DNA, realizado em abril deste ano, que foi trocada na maternidade de Juquiá e pôde finalmente conhecer sua família biológica.

Nas reuniões com os familiares, Denise descobriu que pode ter uma irmã gêmea. "Minha mãe biológica conta que deu entrada no hospital e que o médico disse que seriam duas crianças. Ela estava com a barriga muito grande e até levou roupa para duas crianças. A enfermeira confirmou que eram duas meninas, mas o médico falou que uma criança havia morrido. Mas, não deu atestado de óbito, nem enterrou o corpo", conta Denise. Quando Denise ficou sabendo da história, começou a lembrar das várias vezes em que as pessoas disseram tê-la visto em algum lugar em que ela não estava. "Na cidade de Juquiá já disseram ter visto pessoas muito parecidas. Eles brincam de que se não é a Denise, é a irmã gêmea dela. Eu esperava encontrar só o meu pai biológico de início, mas achei uma nova mãe e teria uma irmã gêmea que também sumiu. Quero encontrá-la".

A irmã biológica, Maria Aparecida Ribeiro, conta que tinha 13 anos quando a mãe engravidou de Denise. "A gente via a barriga muito grande e ela fez a mala para duas crianças. A enfermeira falou que ela estava grávida de gêmeos, mas deu anestesia e ela não lembrava mais de muita coisa. Achamos que ela tinha tido uma depressão pós-parto. Ela ficou triste. Agora minha irmã quer descobrir quem é essa irmã gêmea. Queremos que ela pelo menos saiba da historia. Minha irmã ficou 33 anos longe de nós. Estamos muito revoltados. Isso abalou a saúde da minha mãe, que perdeu as duas filhas de uma vez. Passamos a vida sem poder abraça-la a vida toda", desabafa a irmã de Denise.

Lucélia e Denise, trocadas na maternidade
em Juquiá, SP

Denise entrou com uma ação judicial contra o hospital, pela comprovação da troca na maternidade, e agora aguarda também uma resposta sobre o suposto sumiço de sua irmã gêmea. "Tudo é muito confuso para mim, mas se trocaram dois bebês, podem ter trocado a gêmea também. Já fiz buscas nos cartórios da região, já fui ao hospital pedir para ver a documentação, mas eles dizem que uma enchente no passado destruiu os arquivos", afirma.

Questionados sobre a troca de bebês e a suposta irmã gêmea, a prefeitura de Juquiá afirma em nota que assumiu as atividades do Hospital Santo Antônio, como o Pronto Socorro e as demais atividades médicas e administrativas, somente em meados do ano de 1989, e que não poderá se manifestar sobre fatos ocorridos no passado, como no ano de 1979, quando a instituição filantrópica era administrada por voluntários da comunidade Juquiaense. Por Anna Gabriela Ribeiro / G1 Santos