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quarta-feira, julho 24, 2013

Grávidas reclamam do atendimento na Santa Casa de Suzano

(Eliane, grávida de nove meses, e o marido deixaram a Santa Casa de Suzano para tentar ter o filho em Mogi das Cruzes / Foto: Carolina Paes)

Superlotação e falta de ultrassom são alguns problemas da maternidade. Uma sindicância foi aberta para apurar a morte de mãe de gêmeas.

"A sala do pré-parto está cheia de mulheres, algumas até em trabalho de parto", diz Eliane de Oliveira, grávida de nove meses. Ela e o marido, Márcio Santos, foram na segunda- feira (22) até a maternidade da Santa Casa de Suzano (SP) preocupados com a saúde do bebê. "Faz dez dias que venho até a unidade, passo por exame e me mandam embora. Tenho medo de algo acontecer com meu filho. Já estou de 41 semanas e ele está parando de mexer", afirma Eliane. Receosos, o casal saiu da maternidade e foram até a Santa Casa de Mogi das Cruzes. "Vamos ver se conseguimos fazer uma cesárea hoje ainda. Não queremos esperar e correr o risco de perder nosso filho. Ouvimos os últimos casos de morte na unidade e não queremos isso", conta Márcio.

(Na delegacia de Suzano, José Albano segura a foto da 
mulher grávida de gêmeas / Foto: Carolina Paes)

Uma sindicância foi aberta pelo hospital para apurar a morte de uma mãe de gêmeas. "Estamos abrindo sindicância para apurar se houve falha", diz o interventor da Santa Casa de Suzano, Marcelo Godofredo. 

Na madrugada de domingo (21) Maguilene Antônio Marcelino, de 29 anos, morreu seis dias depois de dar à luz a gêmeas na Santa Casa de Suzano (SP). A família diz que houve erro no hospital. Segundo os parentes, uma bebê nasceu de parto normal e a outra de cesárea. Horas depois, foi constatada uma hemorragia na mãe. "Eles fizeram o parto normal da primeira, que estava atravessada na barriga da minha mulher. Acho que tentaram fazer a outra virar e não conseguiram, mas não era nem pra fazer parto normal. Desde o pré-natal sabíamos que os bebês não estavam na posição certa, mas o hospital nem quis ver os exames já feitos por minha mulher", diz José Pereira Albano, marido de Maguilene.

Albano disse ainda que a esposa chegou a ver as meninas. "Ela ficou na sala de recuperação e levaram as bebês para ela ver. Em seguida ela começou a sentir uma dor de estômago e depois o sangramento não parou. Eu sentia que ela não ia aguentar. Queríamos ter feito o parto antes dos nove meses". A mãe da jovem, Maria José Marcelino, disse que a filha tinha um médico que a acompanhou durante a gestação. "Era para minha filha ter sido levada para um hospital particular em Mogi, mas não deu tempo". A família pede justiça.

Na tarde desta segunda- feira (22) eles tentaram fazer um boletim de ocorrência na delegacia de Suzano. "Não conseguimos fazer, mas vamos voltar com advogado. Eu sei que isso não vai trazer minha irmã de volta, mas acredito que outras famílias não passarão por isso", ressaltou o irmão de Maguilene, Márcio José Gregório. O médico que fazia o pré-natal de Maguilene é Marcelo Godofredo, também interventor da Santa Casa de Suzano. "Durante toda a gestação ele foi um bom médico, mas como também é responsável pelo hospital acho que podia ter intervido", alega o marido da vítima.

Já o médico informou que cada médico age de uma maneira na hora do parto. "Não tinha indicação absoluta de cesárea. É sabido que parto normal de gêmeos pode haver complicações. Seria mais prudente fazer cesárea." Godofredo também falou sobre as causas da morte. "Parece que ela teve atonia, o útero não contrai. Houve hemorragia. Não necessariamente o problema seria evitado com cesárea".
Por Carolina Paes / G1 Mogi das Cruzes e Suzano

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