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terça-feira, agosto 06, 2013

Pai viúvo assume o desafio de criar filhas gêmeas

Viúvo recebe apoio da família para cuidar de bebês. Psicólogo aconselha criar rotina, assumir paternidade e não delegar papéis. José Albano perdeu a esposa após complicações no parto das filhas gêmeas

José com a sogra e as filhas gêmeas
Aos 29 anos, José Pereira Albano se vê na difícil tarefa de cuidar das filhas gêmeas com menos de um mês de vida. O morador de Poá (SP) passa madrugadas acordado e suas filhas precisam mamar a cada três horas. Só que, em vez do peito da mãe, Sabrina e Camila recebem mamadeiras feitas com leite em pó especial para bebês. A esposa de José morreu devido a complicações no parto. "Está difícil, mas a gente vai aprendendo com a vida", diz.

Morador do bairro Jardim Manoel, José Albano vive em uma casa de três cômodos, onde moram 11 pessoas. São todos parentes de Maguilene Marcelino, mãe das gêmeas, que tinha 29 anos quando morreu. Os parentes ajudam nos cuidados com as crianças. “A gente vai conseguir. À noite, minha mãe e minha sogra me ajudam a cuidar delas”, conta Albano. Juntas, as meninas consomem 70 mililitros do leite especial a cada mamada. “Conhecidos da vila estão doando leite e minha ex-patroa também vai ajudar”, conta Albano, que está afastado do trabalho para cuidar das meninas. A sogra de José Albano, Maria José Luís Marcelino, divide o trabalho de costureira com a atenção às duas netas. “Eu estou o tempo todo com elas, são quietinhas, muito boazinhas. Elas vão ter todo o amor”, diz.

O apoio da família - e de mulheres como dona Maria José - é muito importante para homens que passaram pela experiência traumática de perder sua companheira e se veem sozinhos na tarefa de criar os filhos. Quem explica melhor a relação é o psicólogo Agostinho Caporali. "Nós nascemos para sermos criados por pai e mãe. Uma figura materna é importante, seja da mãe do pai viúvo ou a sogra. Fará um contraponto. A mulher tem uma sensibilidade diferente e isto faz muito bem para a criança", afirma. O psicólogo confirma que o caminho para o homem se reerguer após uma perda tão grande é difícil e que buscar apoio psicológico com um profissional pode ser fundamental. "Há casos em que o pai rejeita a criança porque a vê como o motivo da perda da mulher amada. Por isso é importante uma terapia para ele poder desabafar, chorar, passar por isso", explica.

O desafio de se tornar o principal responsável na criação do filho toma uma proporção maior quando é aliado à morte da companheira. "Existe ali uma perda muito grande em tudo. O pai se vê em um papel em que não estava 100% preparado. Não é natural ele cuidar da prole. A mãe já nasce preparada para isso. O homem seria um coadjuvante e isso traz para ele uma insegurança muito grande. Se ele não tiver apoio da família da esposa, fica muito complicado para ele. É importante que o pai assuma seu papel, sua paternidade, e ele não delegue para outras pessoas como avós da criança e outros parentes. Ele precisa criar uma rotina. Existem muitas famílias com a figura do 'pai-mãe' e dá muito certo", conclui Agostinho Caporali. Pedro Carlos Leite / G1 Mogi das Cruzes e Suzano

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