Translator Widget by Dicas Blogger

Quer anunciar aqui? Entre em contato: vizinhosdeutero@gmail.com

quarta-feira, outubro 02, 2013

Ex-siamesas, as gêmeas Kerolyn e Kauany foram separadas há um ano!

Kerolyn e Kauany, de um ano e oito meses, nasceram siamesas e 
foram separadas dia 02 de outubro de 2012 / Foto: Diogo Zanatta

Um ano depois da cirurgia de separação, gêmeas siamesas vivem fase de descobertas e sorrisos. Depois de acompanhar as filhas por um ano e 19 dias no hospital, os pais consideram cada descoberta grandes acontecimentos. Quando a habitual brincadeira no pátio da nova casa foi interrompida por um espirro da irmã gêmea, Kerolyn fez um esforço para caminhar e pegar uma toalha. Com o pano, limpou o rosto da irmã sob os olhos apaixonados da mãe: 'Limpa, limpa' dizia para a gêmea Kauany.

A cumplicidade das meninas, que hoje moram em Cruz Alta, no Noroeste, é a maior vitória da vida de Adriana Ribeiro, 32 anos. No quinto mês de gravidez, a mãe ouviu da médica um diagnóstico assustador: elas eram siamesas. Um ultrassom revelou que as gêmeas nasceriam unidas pelo abdômen e compartilhando órgãos essenciais, como fígado, intestino e bexiga. Um caso raro na medicina, que ocorre a cada 50 mil nascimentos. Depois da consulta, Adriana conta que correu para a internet pesquisar o que aquilo significava. E, ao conhecer a história de outros irmãos siameses, ficou ainda mais temerosa: "Eu li que na maioria dos casos os médicos não conseguiam salvar os dois irmãos. Tive muito medo de perder uma das meninas. Vê-las brincando hoje, me enche de orgulho".

Vinte profissionais estudaram os procedimentos cirúrgicos - A gestação de risco levou a mãe e o marido, Juliano do Amaral e Silva, 24 anos, a peregrinarem quase diariamente de Marau, onde moravam na época, para Passo Fundo, distante 40 quilômetros. O motivo era a busca por um tratamento mais adequado em uma instituição de alta complexidade, o Hospital São Vicente de Paulo. Após o parto, no dia 31 de janeiro de 2012, as meninas passaram nove meses unidas. Elas precisavam ganhar peso para enfrentar a delicada cirurgia de separação, que completará um ano no dia 2 de outubro. Vinte profissionais estudaram o procedimento, realizado pelo cirurgião pediátrico Gustavo Pileggi Castro e outros cinco médicos: "O fato de hoje elas estarem bem é uma vitória para toda a equipe. Ficamos muito felizes" relata o responsável pela cirurgia, que durou nove horas.

Depois da separação, as meninas ainda passaram outros quatro meses no hospital. Elas receberam alta em 19 de fevereiro e foram para a casa em Marau. Há três meses, a família decidiu mudar-se para Cruz Alta por motivos financeiros. Foi lá que Juliano conseguiu um emprego na área da manutenção industrial. Com a mulher ocupada com as gêmeas e as outras duas filhas do casal, Kemely, 10 anos, e Thauany, três anos, ele é único responsável pelo sustento da família. Apesar das dificuldades, a saúde das meninas é a recompensa do casal. Pela má formação do intestino, elas ainda precisam passar por pelo menos duas cirurgias. Em outubro, elas serão avaliadas novamente.

Os primeiros passos e palavras - Depois de acompanhar as filhas por um ano e 19 dias no hospital, os pais consideram cada descoberta das meninas grandes acontecimentos. Mais agitada, Kerolyn caminha e fala algumas palavras com clareza, enquanto Kauany ensaia os primeiros passos e palavras. As meninas hoje dormem em berços separados, mas no quarto dos pais. Costumam brincar no pátio e na sala da casa e, como a maioria dos irmãos, elas também brigam pelos brinquedos. A mãe conta que a motoca é o principal motivo de desavenças. "É só uma pegar a motoca que a outra começa a chorar. Mas, em seguida, uma já consola a outra e, às vezes, nem preciso interferir. Elas se entendem muito bem", conta Adriana.

Caso Delicado - Adriana descobriu que estava grávida de gêmeas siamesas no quinto mês da gestação. Segundo o cirurgião pediátrico Gustavo Pileggi Castro, há um caso de gêmeos desse tipo a cada 50 mil nascimentos. Por causa da gravidez de risco, a mãe teve de realizar ecografias de 15 em 15 dias, enquanto outras fazem o exame uma vez por mês. O resultado dos exames possibilitou o estudo do parto, realizado no Hospital São Vicente de Paulo, em Passo Fundo. As meninas nasceram unidas pelo abdômen, compartilhando órgãos como fígado, intestino e bexiga. Nove meses depois, quando estavam com 11 quilos, os médicos decidiram realizar a operação. A cirurgia foi realizada no dia 2 de outubro de 2012, com dois anestesistas, dois médicos e dois residentes. Depois de quatro meses do procedimento, as meninas receberam alta no dia 19 de fevereiro de 2013. Desde que nasceram elas passaram um ano e 19 dias no hospital. Por Fernanda da Costa / Cruz Alta / Zero Hora

Nenhum comentário:

Postar um comentário