(As gêmeas bivitelinas Jemima e Kesia aos 2 anos)
Em 9 de abril de 1969, mamãe foi surpreendida pelo médico na sala de parto. Sem esforço eu nasci e mamãe relaxou aliviada. Mas o médico avisou 'Dona, não descansa não porque tem mais um aí dentro!'. Assim ela soube que esperava gêmeas, típico para uma época que nem ultrassom existia. Nascemos na cidade de São Paulo. Eu, primeiro. Minha irmã veio 10 minutos depois.
Após ter compartilhado o útero, dividimos também os brinquedos, o quintal, o balanço pendurado no pé de jambo, o berço, a atenção de mamãe, o colo de papai etc. Apesar de termos sofrido as inevitáveis comparações, tivemos uma infância divertida. Brincávamos e brigávamos com a mesma frequência. Eu não gostava de me vestir igual a minha irmã, mas mamãe gostava de costurar roupinhas idênticas para suas gêmeas não idênticas. Mamãe NÃO amou todos os filhos da mesma maneira. Para cada filho, ela reservou um amor exclusivo, intenso e essencialmente verdadeiro. Não sei como ela conseguiu isso.
Deus nos abençoou com a singularidade. Somos dois individuos com personalidades distintas. Cada qual com seus defeitos, virtudes, sonhos e escolhas. Mesmo sendo bivitelinas, sabíamos que chamávamos a atenção dos adultos. Todavia, pudemos escolher nossos próprios estilos por volta dos 12 anos. Aos 16 anos minha irmã quis estudar no exterior e eu escolhi ficar no Brasil. Não sabia que este rompimento me afetaria. Em principio passei a usufruir os benefícios de ser filha caçula, mas com o passar do tempo assumi que não sabia lidar com a ausência dela e busquei ajuda na terapia. Com a maturidade pude compreender meus sentimentos e me tornei entusiasta do universo gemelar. A experiência de ser gêmea é sublime.
Em busca de outras histórias gemelares, criei este site no intuito de convidar os gêmeos adultos e seus familiares para compartilhar suas experiências também. Você é gêmeo ou tem gêmeos na família? Participe! Envie sua história com fotos para o e-mail: vizinhosdeutero@gmail.com
Jemima Pompeu
Jemima, quantas coisas para contar, não é? Muito fofas, você e Kesia. Parabéns pelo site!
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