“Era janeiro de 1998, tirei férias e, após quatro anos e cinco tentativas frustradas de fertilização in vitro, ia, rumo à cidade de Ribeirão Preto para realizar o maior de todos os meus sonhos: ser mãe!
No dia 05 de janeiro do mesmo ano, quatro embriões foram transferidos para meu útero e após 15 dias...
Positivo! Estava grávida de Julia e Isadora!
Durante a gravidez, especialmente a partir de meados do segundo trimestre, já pude perceber que minhas filhas pareciam ser diferentes. Julia era tranquila, não chutava tanto, seus movimentos eram leves e, quando estava quietinha, eu pensava: Acho que está dormindo!
Isadora era agitada, parecia brincar o tempo todo na barriga e vivia dando chutes e cotoveladas. Nas ultra-sonografias, podia confirmar minhas suspeitas. Era fascinante perceber que, embora gêmeas, já demonstravam suas diferenças tão precocemente. Bem, após nove meses nasceram lindas e saudáveis.
Entretanto, no dia seguinte, fui vê-las no berçário e estavam chorando. Observei que havia o bercinho de um outro bebê entre elas. Pedi então à enfermeira que as colocasse lado a lado. Qual não foi minha surpresa ao perceber que, lentamente, pararam de chorar e ficaram bem mais tranquilas.
Naquele momento pensei: Ora, se dividiram a barriga durante nove meses e ficaram tão juntas, será que estão sentindo falta uma da outra? Se isto é realmente verdade ou apenas uma coincidência, não podemos saber, mas o fato é que, desde muito cedo, comecei a observar que havia uma especial relação entre elas. Outras situações foram fortalecendo cada vez mais essa minha suposição.
Uma delas foi por ocasião do parto, quando Julia teve uma fratura na clavícula e ficou, durante 10 dias, com o ombro e o braço imobilizados. Isadora, que nada havia sofrido, ficava com o braço na mesma posição que a irmã, dentro da manga do macacão.
Nos dois primeiros dias, insisti em colocar o seu bracinho para fora da roupa, mas depois de alguns instantes ia olhar e lá estava ela com a manga do macacão pendurada e o braço encolhido novamente. Achei que tinha algo a ver com a relação delas e fiquei apenas observando. Quando tiramos as ataduras da Julia e ela começou a reconhecer e a movimentar seu bracinho, Isadora fez o mesmo e nunca mais voltou a ficar naquela posição!
Assim tem sido a nossa história, recheada de cenas engraçadas como, por exemplo, quando ainda eram bem bebês e estavam próximas pareciam procurar-se. Se conseguiam se tocar, ficavam segurando a orelha ou o nariz uma da outra, ou ficavam de mãos dadas. Houve também cenas comoventes quando já eram um pouquinho maiores e, ao acordarem após uma noite de sono, diziam: ‘Ai que saudades!’ e trocavam um longo e carinhoso abraço.
Aqui começa minha experiência pessoal e minha entrada no fascinante universo dos gêmeos e, por que não dizer, o embrião de todo um trabalho desenvolvido com a psicopedagoga Cláudia Arbex, amiga querida e parceira profissional. Juntas, escrevemos uma coluna mensal no site da revista Crescer e orientamos pais de múltiplos em nossos consultórios, na tentativa de ajudá-los a lidar com as angústias, expectativas e dúvidas a respeito da criação de filhos gêmeos.
Como disse anteriormente, não temos como explicar as razões da ligação especial observada entre gêmeos, pois não há nenhum trabalho científico sobre o assunto. Mas posso dizer, pela minha experiência ao acompanhar minhas filhas e atender vários clientes gêmeos ou pais de gêmeos, ou ainda convivendo com alguns amigos gêmeos, que, sem dúvida, existe uma forte e profunda relação entre eles. Sem receio algum de errar, afirmo que educar gêmeos permite observar inúmeras particularidades e situações inusitadas”
No dia 05 de janeiro do mesmo ano, quatro embriões foram transferidos para meu útero e após 15 dias...
Positivo! Estava grávida de Julia e Isadora!
Durante a gravidez, especialmente a partir de meados do segundo trimestre, já pude perceber que minhas filhas pareciam ser diferentes. Julia era tranquila, não chutava tanto, seus movimentos eram leves e, quando estava quietinha, eu pensava: Acho que está dormindo!
Isadora era agitada, parecia brincar o tempo todo na barriga e vivia dando chutes e cotoveladas. Nas ultra-sonografias, podia confirmar minhas suspeitas. Era fascinante perceber que, embora gêmeas, já demonstravam suas diferenças tão precocemente. Bem, após nove meses nasceram lindas e saudáveis.
Entretanto, no dia seguinte, fui vê-las no berçário e estavam chorando. Observei que havia o bercinho de um outro bebê entre elas. Pedi então à enfermeira que as colocasse lado a lado. Qual não foi minha surpresa ao perceber que, lentamente, pararam de chorar e ficaram bem mais tranquilas.
Naquele momento pensei: Ora, se dividiram a barriga durante nove meses e ficaram tão juntas, será que estão sentindo falta uma da outra? Se isto é realmente verdade ou apenas uma coincidência, não podemos saber, mas o fato é que, desde muito cedo, comecei a observar que havia uma especial relação entre elas. Outras situações foram fortalecendo cada vez mais essa minha suposição.
Uma delas foi por ocasião do parto, quando Julia teve uma fratura na clavícula e ficou, durante 10 dias, com o ombro e o braço imobilizados. Isadora, que nada havia sofrido, ficava com o braço na mesma posição que a irmã, dentro da manga do macacão.
Nos dois primeiros dias, insisti em colocar o seu bracinho para fora da roupa, mas depois de alguns instantes ia olhar e lá estava ela com a manga do macacão pendurada e o braço encolhido novamente. Achei que tinha algo a ver com a relação delas e fiquei apenas observando. Quando tiramos as ataduras da Julia e ela começou a reconhecer e a movimentar seu bracinho, Isadora fez o mesmo e nunca mais voltou a ficar naquela posição!
Assim tem sido a nossa história, recheada de cenas engraçadas como, por exemplo, quando ainda eram bem bebês e estavam próximas pareciam procurar-se. Se conseguiam se tocar, ficavam segurando a orelha ou o nariz uma da outra, ou ficavam de mãos dadas. Houve também cenas comoventes quando já eram um pouquinho maiores e, ao acordarem após uma noite de sono, diziam: ‘Ai que saudades!’ e trocavam um longo e carinhoso abraço.
Aqui começa minha experiência pessoal e minha entrada no fascinante universo dos gêmeos e, por que não dizer, o embrião de todo um trabalho desenvolvido com a psicopedagoga Cláudia Arbex, amiga querida e parceira profissional. Juntas, escrevemos uma coluna mensal no site da revista Crescer e orientamos pais de múltiplos em nossos consultórios, na tentativa de ajudá-los a lidar com as angústias, expectativas e dúvidas a respeito da criação de filhos gêmeos.
Como disse anteriormente, não temos como explicar as razões da ligação especial observada entre gêmeos, pois não há nenhum trabalho científico sobre o assunto. Mas posso dizer, pela minha experiência ao acompanhar minhas filhas e atender vários clientes gêmeos ou pais de gêmeos, ou ainda convivendo com alguns amigos gêmeos, que, sem dúvida, existe uma forte e profunda relação entre eles. Sem receio algum de errar, afirmo que educar gêmeos permite observar inúmeras particularidades e situações inusitadas”
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