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terça-feira, junho 29, 2010

Celia e Celma Mazzei

É uma honra postar a história interessante das gêmeas Celia e Celma, que com carinho enviaram o relato abaixo. Trecho da crônica “Chama a Parteira!...”, do livro “Por todos os cantos” de nossa autoria, lançado pela Editora Ibrasa.

(“...Quando nascemos, a surpresa foi geral. Ninguém sabia que vinham gêmeas, nem mamãe, nem Dona Custódia, nossa parteira, tanto que ela foi embora depois de trazer à luz a primeira de nós. Teve de ser chamada às pressas, para concluir o serviço... A placenta, como de hábito, foi enterrada no quintal de casa. Papai em sua vida, fez doze buracos no terreiro...)"

Temos
três horas de diferença! Celma nasceu às 10 horas da manhã e Celia às 13 horas, em nossa casa, na cidade de Ubá em Minas Gerais. A grande família, de origem italiana, comemorou as primeiras (e únicas) gêmeas da prole. Crescemos brincando muito nos quintais e nas ruas da pequena cidade. Estudamos juntas - sempre na mesma classe - e deixando de lado os livros e os brinquedos, dedicamos um bom tempo da nossa infância à música. Também encenávamos peças teatrais, em palcos improvisados no quintal, tendo como platéia parentes e vizinhos.

Na nossa casa se ouvia de música clássica a popular e aprendemos a cantar com as irmãs mais velhas e com nosso pai, fotógrafo e músico (tocava bombardino na banda). A Celia sempre fez a 1ª. voz e a Celma, a 2ª. voz. Com cinco anos, conquistamos o primeiro lugar em um concurso para cantores mirins, promovido por um circo armado na cidade. Dali para a rádio local foi um pulo: passamos a cantar aos domingos, no programa “A Hora do Guri”.

Nossa mãe, costureira das boas, fazia vestidos rodados e bonitos para nossas apresentações. Sempre rigorosamente iguais.
Deixamos o magistério para nos dedicar exclusivamente à profissão de cantoras. Também gostamos de fazer comidas típicas mineiras, como víamos nossa mãe cozinhar num fogão de lenha.

Até hoje conversamos “de-trás-pra-frente”, um costume que havia em nossa cidade, que consiste em inverter as sílabas das palavras.
A gente se diverte com isso...

Para nós, que trabalhamos juntas a vida inteira, ser gêmea é um ponto a favor. O público gosta de tentar descobrir quem é quem e por isso mantemos o mesmo corte e coloração dos cabelos. Mas, do pescoço pra baixo, nada igual, só mesmo no palco. O lado ruim da semelhança (e muitos iguaizinhos devem sentir o mesmo) é ouvir sempre a mesma pergunta: “vocês são gêmeas?”

Um fato curioso aconteceu quando fizemos a novela Ana Raio e Zé Trovão, como as personagens (iguais!!!) Luminosa e Luminada. Um telespectador nos perguntou: vocês são gêmeas só na novela ou na vida real também? É mole?...




Celia e Celma Casarim Mazzei são cantoras, atrizes, educadoras, apresentadoras de TV, compositoras, artesãs, pesquisadoras da nossa cultura popular e escritoras.

São Paulo / SP

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