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terça-feira, outubro 05, 2010

Colin Cadier

"Cara Jemima,

Antes de qualquer coisa eu gostaria de parabenizá-la pelo seu muito interessante blog! Desde 2006 ando pesquisando na internet sobre gemelidade. Meu interesse por este fascinante assunto é pessoal.

Eu nasci no dia 14 de fevereiro de 1980 na maternidade Prof. Barros Lima em Recife (PE). O parto gemelar foi natural e sem complicações. O nome da mãe biologica que consta na escritura publica de adoção é Maria Carmita dos Santos (solteira na época). Nos meus primeiros dias me chamaram Geraldo.

Eu e meu irmão fomos entregues para adoção, pois nossa mãe biológica era solteira, jovem, analfabeta e sofria de violência doméstica. Poucos dias depois fomos internados, porque nossa saúde estava comprometida. Soube que meu irmão gêmeo faleceu e o orfanato conseguiu uma família adotiva (um casal de franceses) que tomaram as devidas providências e me adotaram.

Minha mãe adotiva que não conseguia engravidar apesar de inúmeros tratamentos, soube que estava grávida dois meses depois de ter me adotado. Nasceu minha irmã antes que eu completasse meu primeiro ano de vida. Três anos mais tarde ganhamos um irmãozinho e mais uma irmãzinha em 1989 (ambos biológicos também).

Fui criado com muito carinho e amor sem diferença de tratamento a não ser de ser o primogênito. Meus pais sempre me falaram sobre minhas origens (desde muito cedo), pois eu sou pardo e meus irmãos são todos loiros, de pele branca.

Moramos em Recife até que eu completasse doze anos. Depois de morarmos por cinco anos no Equador, meus pais resolveram voltar para a França onde realizei minha graduação e pós-graduação. Considero ter tido muita sorte por receber uma boa educação, instrução acadêmica de primeira linha e sempre muito amor.

Em 2004, tive a oportunidade de trabalhar em São Paulo. Aceitei a proposta, dois anos depois o contrato acabou, mas resolvi ficar para consolidar minha experiência profissional em assuntos internacionais. Em 2006, iniciei uma investigação sobre o falecimento prematuro de meu irmão gêmeo.

Lamentavelmente, até hoje eu não achei absolutamente nenhum rasgo sobre minha gemelidade (nem no cartório onde fui registrado, nem nos arquivos da maternidade). No decorrer da minha investigação acabei descobrindo inúmeros artigos, pesquisas e estudos sobre as gestações e partos gemelares.

Obviamente os casos (aproximadamente 60 recenseados no mundo) dos gêmeos criados separadamente em famílias diferentes que se reencontraram décadas mais tardes chamaram mais minha atenção. Percebi que existiam muitos bancos de dados de gêmeos (Twins Registry) em vários paises.

No Brasil, apesar de um número cada vez maior de artigos científicos envolvendo estudos sobre gêmeos, não há ainda uma iniciativa para estruturar um banco de dados, porém eu não duvido que possamos nos surpreender!"

Abraços, Colin Cadier
Contato: colincadier@hotmail.com


Buenos Aires / Argentina

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