"Seus filhos brigam e cada um quer que você tome partido por um dos lados. Você olha para eles e fica com medo de ser injusta. A saída que escolhe é - na falta de opções - dar um castigo coletivo! Uma de suas filhas quer que a outra corte o cabelo de um jeito diferente, para que não a confundam mais com sua irmã gêmea.A outra chora, e diz que não quer ser diferente, fica magoada e triste. Você compreende cada uma, seus desejos e anseios, sabe que nenhuma delas está mais certa que a outra. Então, na falta de opções, você sai de perto e diz que não quer mais saber de discussão.
Há muitos momentos, em que não encontramos uma resposta adequada ou que contemple as necessidades de nossos filhos. Eles nos pegam desprevenidos, solicitando de nós uma neutralidade impossível. Porém, talvez possamos respirar, perguntar a eles o que acham que seria justo e ouvi-los.
Em algumas situações controversas, nas quais algo nos afeta mais do que aguentamos ou sabemos, a cobrança de ter que solucionar um conflito pode ser desgastante e improdutiva. Não se cobre, peça um tempo, reflita, deixe a poeira baixar...Filhos não necessitam de respostas prontas sempre. Ser mãe ou pai também é um aprendizado que não termina, é uma construção periódica, gradual.
Falhar também faz parte do processo de educar e pode ser importante para que os filhos adquiram mais autonomia e tomem decisões próprias. Não é incomum que padrões externos nos guiem em nossos atos e resoluções, entretanto isso costuma acontecer quando encontra eco em nossas próprias vivências internas.
Desse modo, buscar apoio ou ajuda de um especialista em situações mais críticas também pode ser uma boa idéia.
Pois as pessoas com um ponto de vista distanciado podem ajudar também. Enfim, se você não sabe o que fazer, pode estar certo de que é humano"
Por Sâmara Jorge e Cláudia Arbex / Revista Crescer
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