
Não é raro ouvir ou presenciar este tipo de história quando se convive com gêmeos. São muitos os relatos que despertam nossa curiosidade e interesse. Embora não haja estudos ou pesquisas científicas que afirmem que sentem as mesmas coisas ou pressentem situações envolvendo o outro, há evidências de que isso ocorre.
Porem, não se trata de um privilégio ou uma particularidade apenas de múltiplos. Todos já ouvimos alguém dizendo que sente quando algo não vai bem, ou que teve um mal súbito no momento que um acidente ou fatalidade atingia o outro. Cria-se um mito em torno da relação dos irmãos, como se essa comunicação entre eles fosse algo especial e quase telepático. Não é bem assim. Muitos não sentem nada disso. E não há nada de errado com eles.
De um modo geral, a proximidade entre irmãos gêmeos costuma ser maior e mais prolongada porque eles partilham lugares e amigos comuns. Há também uma tendência a cuidar um do outro, proteger-se mutuamente e desenvolver uma cumplicidade. Essa extrema proximidade já é dada biologicamente, afinal são gerados a um só tempo e se mantém muito juntos, especialmente nos primeiros anos de vida. Mas não pensamos que isso acontece com todos, nem em todos os casos.
Em alguns irmãos múltiplos pode até aparecer um sentimento de culpa, por não terem a percepção de que o outro não estava bem, ou que sofria algo. Essa crença de que existe algo mais que especial entre eles, pode levar a uma cobrança desse tipo. O melhor é tratar os gêmeos de forma natural e encarar esses eventos com respeito, mas sem grandes alardes, para que o desenvolvimento de cada um se dê de forma saudável, possibilitando que se expressem e se relacionem com liberdade.
Por Sâmara Jorge e Cláudia Arbex / Revista Crescer
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