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sexta-feira, março 18, 2011

"Marina e Pedro" Por Flavio Salles

“Já se vão cinco anos, mas ainda lembro bem quando, na clínica da ultrassonografia, a médica, sem tirar os olhos do monitor, disse com a voz mais calma do mundo: “Ih, tem outro ali atrás”.

Demoramos alguns segundos com a respiração suspensa, realizando que aquele outro borrão azul que víamos na tela significava uma nova vida sendo concebida. Foi uma emoção muito forte, talvez maior do que quando soubemos da gravidez.

Depois de 38 semanas, Marina e Pedro chegaram ao mundo. Logo após o parto, tivemos um grande susto: minha mulher, Roberta, teve que ser internada na unidade semi-intensiva, em função de uma cardiomiopatia periparto. Foi um sufoco, dias de muita apreensão, mas felizmente ela se recuperou muito rápido.

Os primeiros meses foram intensos, como todos os pais de gêmeos sabem. Mamadeira, fraldas e cueiros espalhados pela casa. Mas o mais difícil eram as noites: quando um começava a chorar, tínhamos que sair correndo para que não acordasse o outro. Foi bastante cansativo. Hoje em dia, acho que ter tido gêmeos foi maravilhoso.

A parte difícil, são as comparações. E eles próprios se comparam muito. Mas, por outro lado, eles são muito companheiros: brincam, conversam, se implicam, brigam, isso é muito bom. Outro aspecto positivo é que desde que estavam na barriga da mãe, eles já começaram a aprender a dividir tudo.

Vejo que nas outras famílias, quando nasce um irmão mais novo, isso geralmente é um problemão para resolver. Na nossa, isso é uma coisa natural (mas nem por isso sempre facilmente acatada)

Eu e Roberta sempre dizemos que, se pudéssemos voltar atrás e escolher, teríamos gêmeos novamente. Um casal: Pedro e Marina. Igualzinhos. Acredito que a experiência de criar um filho, no nosso caso dois ao mesmo tempo, é o prazer e alegria de ser surpreendido todos os dias. É como se nós tivéssemos reaprendendo a ver o mundo”

Flavio Salles é autor do livro Pai Crônico

contato@paicronico.com.br
Rio de Janeiro / RJ

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