Nesse período, uma tia muito querida sonhou que eu estava esperando dois bebês e após esse sonho, meu marido também só falava nisso. Eu achava uma grande piada! Eu grávida de gêmeos? Que absurdo! Não que eu não quisesse, simplesmente era algo muito distante para mim, algo que eu nunca tinha pensado. Isso sem contar que sou muita pequena e não concebia que uma pessoa do meu tamanho poderia carregar dois bebês!
Pois bem, chegou o tão esperado dia da primeira ultrassonografia! Ao entrar na sala, meu marido já foi logo perguntando para a médica: 'Doutora, já dá para ver se tem dois bebês aí?' (ele parecia ter certeza) e ela respondeu: 'Acho que sim'. Ao começar o exame, não estava entendendo muita coisa. Com apenas sete semanas não conseguia identificar quase nada naquela tela, quando de repente a médica fala:
'Olha aqui, dois corações batendo! São dois bebês mesmo!'. Olhei para o meu marido e ri, achando que aquilo ali não passava de uma brincadeira da médica. A essa altura, meu coração estava a ponto de explodir. Passado o susto inicial, começamos a assimilar a ideia de ter dois bebês de uma só vez. Isso tornou para nós, motivo de muito orgulho e alegria. São univitelinas e no exame seguinte descobrimos que se tratava de uma gestação gemelar MONOZIGÓTICA, MONOCORIÔNICA e MONOAMINIÓTICA.
Explicando: A maioria dos gêmeos monozigóticos (resultantes da divisão de um ovo fecundado e com a mesma carga genética) para os quais a divisão ocorre entre o 5º e o 7º dia após a fecundação, compartilham a mesma placenta, o mesmo córion, mas possuem sacos aminióticos distintos. Em apenas 2% dos gêmeos univitelinos, a divisão ocorre após o 8º dia (que é o meu caso), sendo que eles compartilham placenta, córion e saco amniótico, de modo que não existe nenhuma membrana os separando, eles compartilham tudo.
Assim que descobrimos, não imaginávamos o quão raro era essa gravidez e somado a isso, tudo o que eu lia na internet era bastante desanimador. Soube que todos os riscos eram maiores. O parto costuma ser ainda mais prematuro, a possibilidade de má formação é grande, há uma maior incidência da transfusão feto fetal e principalmente o perigo dos cordões umbilicais se enrolarem (já que eles estão juntos) e faltar ar para um ou mesmo para os dois bebês é muito grande. Cheguei a ler que em gestações como a minha, os fetos têm apenas 50% de chance de sobrevivência.
Em meio a tantos números, riscos e coisas ruins optei por crer em Deus e me esquecer destas estatísticas. Contrariando todas as expectativas, minha gestação está tranquila. Estou na 25ª semana e os bebês estão crescendo bem, fizemos a ultrassom morfológica e elas estão perfeitinhas.
Tenho absoluta certeza que Deus opera um milagre todos os dias em nossas vidas. Os nomes já foram escolhidos: Clara e Júlia. E dentro de pouco tempo, quero enviar um novo relato, desta vez com a foto das nossas princesas!"
Aline Zenha Macedo e Marcelo de Oliveira Furtado
aline_zenha@yahoo.com.br
Goiânia / GO
ja nasceram pelo jeito cade as fotos
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