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quinta-feira, abril 14, 2011

"Descobrindo a Individualidade" Por Tuka Siqueira

“Nos últimos dias vivi uma experiência nova com as minhas gêmeas: passar um bom tempo com elas separadas, um dia inteiro com cada uma delas, só eu e elas. Um dia viajei com a Aline e no outro, com a Camila. Nunca tinha separado as duas por tanto tempo, por isso pude curtir cada uma delas de um modo que nunca tinha curtido antes, conhecê-las mais profundamente, usufruir da companhia de cada uma e observar suas diferenças.

A Aline se comportou tão bem, que nem parecia ela. Normalmente ela é tão manhosa, sempre pede colo e choraminga por alguma coisa, mas desta vez só chorou em dois momentos. Parecia uma mocinha, chamou a atenção e quem viu pelo comportamento e a postura de "gente grande" inclusive na hora do almoço, sentadinha à mesa, cuidadosa e educada. Até os donos do restaurante vieram falar comigo elogiando o jeitinho dela.

Ouvi muitas vezes a expressão "obrigada mamãe" pra tudo que eu dava pra ela. Vi o quanto gosta de desenhar e como é bem articulada com as palavras. Ela tem um bom vocabulário, adora contar histórias e cantar. O detalhe que mais me chamou atenção: Aline não podia ver uma mulher de vestido que logo largava um: "olha mamãe, que linda de vestido!". Ela adora um vestido!

A Camila deu um pouco mais de trabalho, porque é mais teimosa, mas também nos viramos bem. Ela também é mais tranquila, menos agarrada e dependente de mim. Logo se soltou pra brincar e foi difícil mantê-la ao alcance das minhas mãos. Mas também dormiu tranquilamente por uma hora e meia deitada no banco à sombra das árvores.

Descobri que ela já reconhece várias cores, se atrapalha um pouco na hora de dizer os nomes, mas já identifica. Também gosta da caneta e do papel, mas em vez de desenhos ela diz que "escreve", mostrando outras preferências. Gosta mais de ouvir histórias que de contar, é mais atenta e absorve tudo que vê e ouve.

O detalhe que mais me chamou a atenção: Camila não tem preconceitos, como nós, adultos. Ao ver uma menina numa cadeira de rodas e com uma cabeça enorme, meio deformada (não sei que doença tinha, mas para mim não era muito bonito de ver) ela disse que a menina era linda porque tinha sapatos cor-de-rosa e laços de fita no cabelo.

Também foi interessante ver o quanto uma se preocupa com a outra. O reencontro também foi interessante. Apesar das diferenças de comportamento, ambas tem algo em comum: demonstram amor o tempo todo”
Tuka Siqueira, já enviou seu relato aqui.

*Lendo o relato acima, lembrei que mamãe só passou por essa experiência ‘exclusiva’, comigo. Aos 16 anos minha irmã foi morar no exterior e a partir daí, senti a dor e a delicia de ser filha ‘única’. Lindo texto Tuka. Obrigada! Jemima

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