Aliás, romper a bolsa, pra gravidez gemelar, é quase uma palavra em extinção. Praticamente todos que consultamos aconselhavam ao parto cesariano, ainda que existam casos do parto gemelar normal. Em nosso caso não, as crianças não foram "planejadas". Achei perfeito quando decidimos tudo, inclusive com reserva no hospital. Tudo agendado - restava somente aguardar.
Dia 24/01/2010, 7 horas da manhã. A parentada toda avisada e chegando junto conosco na maternidade, tivemos sorte. Fomos então para uma pré-sala onde nos vestimos adequadamente, ou pelo menos quase, no meu caso. Com uma lancha tamanho 44 e 1,95 de altura, saí do trocador com a calça que me deram na canela, o negócio que envolve o pé chegando só na metade e a camisa no umbigo.
Logo vem aquele engraçadinho que te pergunta "não vai desmaiar não"? Como eu vou saber? Eu sei lá, ué. Nunca entrei numa sala onde abrissem uma pessoa pela barriga! Só dá pra saber indo. E fui.
Na sala de cirurgia a descontração da equipe médica era total. Futebol, culinária, compromissos futuros, parecia que a qualquer momento iam jogar o baralho em cima da barriga de Giulli, pra começar o carteado. O que pra nós é extremamente angustiante pra eles é rotina. Injeção dada. Em pouco tempo, a obstetra já está com metade do braço dentro da barriga dela tirando o Thomaz. Logo em seguida sai Sophia. A cena foi surpreendente.
Logo vi a obstetra lavando alguma coisa em cima da barriga da minha mulher. Resolvi perguntar e ela, com ares de quem está lavando a calcinha no chuveiro, responde: "é o útero, temos que tirar a placenta que fica grudada". Diz aí? Sinistro, né não? Pra você que ainda não sabe se vai entrar, eis um relato que vai te ajudar na decisão. Agora, se você é daqueles que desmaia até com o sangue que sai do bife que tirou da sua unha, pode desistir, passa longe.
Ambos pra incubadora e a parentada toda babando no aquário.
É sempre bom evitar o quarto cheio, principalmente na hora do primeiro contato, quando você ainda está se adaptando com as crianças. E isso serve pra todo o primeiro mês. No meu caso foi ruim também porque não conseguia ver o jogo do Fluminense contra o Bangu pelo campeonato carioca, toda hora alguém passava na frente. Chegam os dois rolinhos e tu não sabe por onde começar.
Logo vem a primeira mamada dupla e o primeiro cocô, que é uma espécie de sabão em pasta, destes de lavar louça, mecônio, nunca mais esqueço isso. O primeiro choro, o primeiro desespero, a primeira noite acordado, a primeira troca de fraldas usando 39 gases pra limpar uma borradinha de nada...Tudo ao quadrado” Rogério Cappelli e Giullianna Câmara Mandarino.
Rogério escreve sobre sua experiência paternal com muito humor no blog “É tudo ao quadrado” Ele destaca uma frase que amei: “Lá em casa não tem visita: passou da porta é apoio!” Senso de humor é tudo nessa vida. Obrigada Cappelli!
Rio de Janeiro / RJ
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