(Dia das mães com Dona Zenília)“Olá, Jemima!
Descobri seu blog através do Tio Bonner no twitter. Muito legal!! Olha, tenho o maior orgulho de ser gêmea e me identifiquei totalmente com os seus depoimentos a respeito dos dúbios sentimentos que envolvem as relações gemelares. Eu já tive uma coordenadora que foi minha chefe e, alguns anos depois, coordenou também minha irmã. Ela nos disse uma vez que sua dissertação de mestrado seria sobre os gêmeos.
Eu me chamo Mayse Kelly e minha irmã, Mércia Kelly. Nascemos dia 08/01/1969 em Belo Horizonte, onde moramos. Cursamos a faculdade de Pedagogia juntas e somos professoras, mas não da mesma escola. Sou morena, cabelos e olhos escuros. Ela, loura e pele clarinha.
Na verdade, eu me pareço com meu pai e a Mércia, com minha mãe. Estamos casadas e somos mães também. Sabe que engravidamos praticamente na mesma época? A minha filha nasceu 2 meses antes da minha sobrinha!
O fato é que eu e minha irmã sempre fomos muito "coladas". Sinto uma energia "diferente" que me liga mais à Mércia do que à Maíra e ao Marcelo (nossos irmãos mais novos) E sei que a Mércia sente o mesmo em relação a mim. A nossa 1ª separação se deu em 1996, quando ela casou.
Tínhamos 27 anos e sofri bastante com a falta dela em casa, no quarto à noite e das nossas longas conversas antes de pegarmos no sono. Todos da família notaram minha tristeza. Só dei conta de vencer esta dor, quando saí da casa de meus pais aos 29 anos, também para casar.
Hoje em dia, nos falamos por telefone e por e-mail, quase todos os dias. Sinceramente, o que mais me incomodava e ainda incomoda, por ser gêmea, são as comparações! Todos ao nosso redor cobram que sejamos iguais nos gostos, nos êxitos, nos fracassos e nas escolhas.
Foi difícil para nós (e posso falar por ela) conquistar uma identidade pessoal. Hoje tenho consciência que nossos pais não contribuíram muito para isso. Antes, pelo contrário. Sei que não agiram por mal, mas o intuito deles era nos proteger, nos resguardar (coisa de mineiro!).
Ah, sabe que temos a mesmíssima voz? Até eu, quando escuto a voz da minha irmã em uma gravação, acho que sou eu que estou falando! A entonação e o ritmo da fala são idênticos!! Um beijo pra você e não deixe de postar mais sobre sua vida gemelar”
Mayse Kelly gêmea bivitelina de Mércia Kelly.
Belo Horizonte / MG
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