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terça-feira, agosto 16, 2011

Juliana e Fernando: 'Os gêmeos do garrafão'

(Luis, com os gêmeos Fernando e Juliana.
Foto: Fernando Moraes)

"Eu engravidei minha namorada (hoje mulher, Ana Paula) e já no primeiro mês veio a notícia de que eram gêmeos. Na 20ª semana, fui informado da hidrocefalia de Juliana. Logo após o nascimento, soube também que ela sofria de mielomeningocele (má-formação da coluna vertebral). Como se não bastasse, aos 9 meses descobri que Fernando tinha paralisia cerebral. Eu não acreditei. Mas, por causa de todo o sofrimento anterior, estava treinado. Não bateu nenhuma tristeza diferente. Nada. Era só mais uma novidade.

E mais um problema para ser tratado. Os dois passaram por cinco cirurgias cada um. São batalhadores. Ela, principalmente, porque lutou desde o útero. Uma médica chegou a sugerir que o feto fosse eliminado. Ela disse que a possibilidade de o bebê sobreviver ao parto era muito baixa e que preservaríamos a outra criança. Mas nunca consideramos essa opção, não chegamos nem a nos informar sobre o aspecto legal. Não permitimos o aborto, decidimos ter os dois e pronto. O que me deu trabalho foi encontrar um colégio: acho que uns dez recusaram a matrícula, alegando inúmeros motivos.

O momento de que nunca me esqueço foi quando eles começaram a andar, com 4 anos e meio. Os médicos diziam que Juliana não conseguiria. E, de uma hora para a outra, ela ficou em pé, segurando na parede. Fernando viu a irmã e começou também. Foi uma festa. Aliás, em casa tem festa todo dia, a cada conquista. Os dois ainda encontram dificuldade para caminhar, mas só usam a cadeira de rodas para praticar basquete. Acho que o esporte ajudou muito. Será ótimo se forem atletas. Com eles, aprendi a ter paciência, ser mais tolerante. Eu era esquentado, não suportava desaforo no trânsito, em lugar nenhum. Mudei meu jeito de pensar e de andar. Mudei tudo" Luis Fernando de Noronha, um pai guerreiro. 
(Fonte:Veja SP)

Matéria indicada pela leitora Mari Hart Dore

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