"Fiquei imensamente feliz quando uma amiga me indicou este site. Porque na verdade, eu jamais esperei me identificar com tudo que li a respeito do gêmeo sobrevivente. São os mesmos sentimentos que ainda tenho! Pensei que fossem coisas da minha cabeça!Tenho 28 anos, sou produtora de moda e gêmea univitelina. Minha irmã faleceu com três semanas depois do nosso nascimento. O nome dela era Geysa. Tivemos um parto difícil. Ela nasceu com problemas respiratórios e infelizmente não sobreviveu. Dificilmente falo sobre esse assunto, mas tenho vários questionamentos. Sinto-me muito diferente e desde pequena sinto falta de algo, mas nunca sei o que é... Parece que sempre falta alguém para compartilhar, expor o que sinto etc.
Tenho algumas amigas confiáveis com quem divido isso, mas parece que estou sempre esperando alguém NOVO chegar, é muito estranho! Soube que era gêmea assim que tinha idade para entender e sempre tive muita curiosidade a respeito da minha irmã gêmea. Até pouco tempo, ainda guardava as roupinhas dela. Sinto-me sozinha. Sinto uma lacuna, parece que parte de mim não existe. Nunca falei disso com tanta convicção, justamente porque tenho medo de ser mal interpretada. Tenho receio que me julguem dramática.
Acredito que os gêmeos sejam pessoas diferentes, com uma ligação muito intensa, uma forte conexão - estabelecida desde a formação no útero. Acho este universo muito especial e sinto muito de não ter convivido com a minha irmã. Espero um dia entender o motivo pelo qual eu fique e ela se foi".
Rebeca Coimbra
São Paulo / SP
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