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quarta-feira, janeiro 04, 2012

"Iguais, mas diferentes" por Peter Miller

Johanna Gill, de 6 anos, abraça a irmã, Eva. Ambas foram diagnosticadas com autismo leve, um transtorno associado à herança genética / Foto: Martin Schoeller

O esforço para saber por que gêmeos idênticos são diferentes apesar de terem o mesmo DNA – pode ser útil para todos nós. Matéria publicada na National Geographic Brasil.

Todo verão, no primeiro fim de semana de agosto, milhares de gêmeos afluem a Twinsburg (“Vila dos Gêmeos”), no estado americano de Ohio, um vilarejo a sudeste de Cleveland assim batizado por dois gêmeos idênticos quase dois séculos atrás.

A Festa dos Gêmeos é uma maratona que se estende por três dias, com piqueniques, espetáculos e concursos de semelhança, e que se tornou uma das maiores reuniões de gêmeos em todo o mundo.

As irmãs de 15 anos querem ir à mesma universidade e se tornarem cantoras de opera. Ambas também gostam de desenhar, mas têm uma diferença entre suas artes. Marta retrata muito bem rostos detalhados, enquanto Emma prefere imagens mais expansivas: o céu, a chuva e objetos em movimento.

Na infância, Spencer era muito tímido para posar no dia da foto. Ele deu sua camiseta ao irmão, que foi fotografado duas vezes. A mãe não era tola: ela percebeu a picada de um mosquito na testa de Skyler em ambas as fotos. Eles estão na universidade Lake Erie College, em Ohio, uma das poucas que oferecem bolsas a gêmeos - um paga a mensalidade integral, o outro não paga.

As meninas de 9 anos de idade se dão bem e tem um vínculo psíquico por compras. A mãe, às vezes, leva as garotas ao shopping em diferentes ocasiões. Mesmo quando uma gêmea não sabe o que a outra escolheu, elas geralmente querem comprar as mesmas roupas.

Há três anos, Loretta foi diagnosticada com câncer de mama. Lorraine estava no consultório com ela. Loretta perguntou se Lorraine deveria ser examinada também. O médico descobriu que Lorraine também tinha câncer na mama. Fizeram tratamento e estão bem.

Jeff Nagel e Steve se vestiam com roupas idênticas. Hoje eles tem diferentes empregos em Ohio, mas ainda confundem as pessoas. Jeff, um chefe de cozinha, pediu ajuda à Steve para servir em um evento. Os convidados ficaram tão assustados com a velocidade com que Jeff entrava e saia da cozinha que pediram para ele diminuir o ritmo, sem perceber que eram dois homens trabalhando.

Quando crianças, Ramon e Eurides eram tão parecidos que a mãe colocou braceletes com os nomes, para que não se confundisse e alimentasse o mesmo filho duas vezes. Hoje, aos 34 anos, os gêmeos são vizinhos na Flórida, vivendo em casas idênticas.

Christopher Griffen tatuou o número 2 no pulso como sinal de que era gêmeo. Cole tatuou o número 1 por ter nascido primeiro. Os gêmeos dizem que hoje se entendem melhor do que quando eram menores. Eles frequentam faculdades diferentes em Ohio, mas carregam um lembrete permanente do outro: ambos tem o nome do irmão tatuado na parte interna do lábio.

Carly e Lily Ayer, de Ohio, são de tal modo inseparáveis aos cinco anos de idade que a mãe delas, Lisa, chega a se preocupar: “Eu me pergunto se às vezes elas acham que são a mesma pessoa”. As meninas estão na mesma classe na escola e na natação. Quando os professores tentaram passar Carly para um grupo de natação mais avançado, Lily reclamou, pois não queria ficar longe da irmã.

Jessica e Jackie Whited frequentam a Universidade de Akron, compartilham os mesmos amigos, trabalham no mesmo lugar e até ensinam juntas na escola dominical. Quando mais jovens, elas se distinguiam pela cor do esmalte que usavam. De tão parecidas, o chefe delas no McDonald’s se confunde com frequência. 

As irmãs chinesas Gillian Shaw e Lily Leod foram adotadas ainda bebês por dois casais do Canadá - um caso raro de gêmeos criados separadamente, mas as famílias sempre se encontram / Foto: Jodi Cobb

Os gêmeos Phil e Doug Malm conheceram as gêmeas Jena e Jill Lassen, casaram e tiveram filhos. Phil e Jena são pais de Tim. Doug e Jill são pais de Rylie. Os casais vivem na mesma casa em Moscow, em Idaho (EUA) / Foto: Jodi Cobb

Líderes no ranking mundial, a dupla formada por Mike e Bob Bryan já venceu 73 torneios de tênis, entre eles o de Wimbledon em 2011. Os gêmeos de 33 anos se entendem tão bem na quadra que os adversários os acusam de recorrer à telepatia / Foto: Jodi Cobb

Declan Conrad, pesa 4,5 quilos mais que seu gêmeo idêntico, Finian. Os meninos começaram a crescer em ritmo distinto ainda no útero, onde tinham acesso desigual ao fluxo de sangue e nutrientes da placenta comum. / Foto: Jodi Cobb

Diana Bozza tranquiliza sua gêmea univitelina, Deborah Faraday, em uma casa de repouso em Front Royal, na Virgínia. Diagnosticada há oito anos com o mal de Alzheimer, hoje Deborah está incapacitada; já Diana não apresenta nenhum sintoma da doença. / Foto: Jodi Cobb

Mesmo quando não estão atuando em filmes como Creeporia, as irmãs Camille Kitt e Kennerly, preferem se vestir da mesma maneira. Elas também são harpistas e já foram instrutoras de tae kwon do. / Foto: Jodi Cobb

Ned Mitchell e seu irmão Fred desfrutam de uma taça de vinho na varanda da casa de Fred. Ned vive ao lado em uma casa idêntica, na cidade de Hollywood, na Carolina do Sul, onde durante 12 anos os gêmeos foram membros do conselho municipal. A existência sincronizada é algo natural para eles. Foto: Jodi Cobb

Para entender o processo de formação de gêmeos, o geneticista Bruno Reversade, do Instituto de Biologia Médica de Cingapura, colhe amostras de saliva de Ayush Yadav, um bebê de nove meses nos braços de sua mãe, Babita, no vilarejo de Mohammad Pur Umri, no norte da Índia. Nesse vilarejo, a taxa de gêmeos idênticos é dez vezes maior do que o normal. Para Reversade, isto talvez se deva a uma modificação genética específica./ Foto: Jodi Cobb

Tão parecidos, tão diferentes: os gêmeos idênticos John e Sam, de 6 anos, foram diagnosticados com autismo, mas funcionam nas extremidades opostas do espectro do transtorno. Enquanto John quase não fala e bate as mãos excitado, Sam concentra-se em um iPad./ Foto: Jodi Cobb

Liana Hoemke e seu irmão gêmeo idêntico Juan Barbachano seguram uma foto de quando eram meninas ao lado do irmão menor, Leon. Batizado como Juanita, Juan diz que desde pequeno sentia-se um homem aprisionado num corpo feminino. Aos 14 anos, tentou se matar. Há 10 anos, quando estava com 32 anos, Juan começou o tratamento para a mudança de sexo. "Nunca me senti tão confortável em meu corpo como agora", diz ele. / Foto: Jodi Cobb

"Saímos da mesma fôrma. Ele é mais bagunceiro, mas gostamos das mesmas músicas e temos o mesmo senso de humor" diz Don Wolf gêmeo de Dave, explicando como convivem há 18 anos na cabine de um caminhão.

Matéria de Peter Miller que você lê na íntegra na Revista National Geographic Brasil – Edição de janeiro / 2012.

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