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quinta-feira, fevereiro 09, 2012

"Dois anos de pesquisa" Por Jemima Pompeu

(Foto Ilustrativa)

Prezados Leitores,

Em março de 2010 este site nasceu por conta do meu desejo genuíno de compreender melhor os sentimentos dos gêmeos. Minha pergunta inicial foi: Como se relacionam os irmãos gêmeos quando chegam à fase adulta? Pois bem, há dois anos mergulhada no universo gemelar - um tema que considero perene e fascinante – encontrei dados interessantes, que inclusive, responderam minhas dúvidas internas. Particularmente, foram descobertas benéficas.

Eu acreditava que todos os gêmeos tivessem uma espécie de pacto bilateral – uma relação de confiança e amor incondicional, com necessidade de contato diário. Descobri que este tipo de relação não é comum a todos os gêmeos. Eu diria que isto acontece (geralmente) entre os gêmeos idênticos e representa 60% das relações gemelares. Entretanto, não estou querendo dizer com isso, que os bivitelinos não tenham uma relação de amizade fraternal íntima. Mas, há uma boa parte (cerca de 30%) principalmente os casais, que se relaciona sem intimidade e que não sente aquela vontade de estar sempre juntos. É uma relação fraternal comum, superficial, sem grandes emoções.

A tal 'conexão especial'- que muito se fala – não é cientificamente comprovada, mas alguns relatos mostram que ela existe sim. Posso citar quatro exemplos aqui: Os irmãos Mussard, os irmãos Gasparini e os irmãos Schumann e as irmãs Mazzei, foto abaixo:

Também posso dizer que, cerca de 10% dos gêmeos tem uma relação cheia de pendências emocionais. Recebo desabafos de irmãos que por razões obvias não querem que seus relatos sejam publicados. Eu respeito os sentimentos de todos que não querem se expor. Na maioria desses casos, há uma competição nociva, grandes conflitos e sérias pendências emocionais. Mesmo sabendo que não é fácil, torço para que eles encontrem o caminho do perdão e da paz.

Não posso deixar de mencionar também, os relatos dos gêmeos sobreviventes – que sempre me emocionam. Descobri que aquele que perde seu irmão (ã) ainda no útero ou logo após o nascimento, sente um enorme vazio. A psicóloga americana Nancy Segal falou sobre isso:

"Amputados, muitas vezes falam de uma dor fantasma no braço ou na perna que não existe mais. Da mesma forma, os gêmeos sobreviventes relatam ter a mesma sensação"

Ainda quero destacar os dois pontos negativos mais mencionados pela maioria dos gêmeos:

1) Comparações – o gêmeo não gosta de ser comparado, ele deseja que sua individualidade seja respeitada.

2) Sabe aquele ditado que diz “Em briga de marido e mulher não se mete a colher”? Pois bem, terceiros NÃO deveriam se intrometer na relação de irmãos gêmeos. Qualquer interferência prejudica muito! A relação gemelar tem dinâmica própria, é fechada, entrelaçada e incompreensível mesmo.

O ponto positivo mais ressaltado é a sensação de completude daqueles que são amigos inseparáveis e cúmplices. Termino dizendo que, somente um gêmeo é capaz de compreender o que sente outro gêmeo. A dor e a delicia de viver a experiência de dividir o útero é impossível de mensurar. Inexplicável.

Somos indivíduos duais e ponto. Jemima Pompeu

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