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quinta-feira, março 01, 2012

"Mamãe Tá Ocupada" III Por Camila Colla Garcia

Caros leitores, hoje é um dia realmente especial.

Primeiro porque o Vizinhos de Útero celebra dois anos de vida. Segundo, porque a leitora Camila Colla Duarte Garcia, aceitou meu convite para participar com um segundo relato, escrito com o carinho e a delicadeza de sempre.

Camila é mãe de Manuela e dos gêmeos Pedro e Joaquim. O seu blog “Mamãe tá ocupada!!!” também nasceu em março de 2010. Ela é uma espécie de cumadre virtual, que acompanha o Vizinhos de Útero desde seu nascimento. É com muita alegria que compartilho o texto abaixo:

“Eu já tentei explicar para o Joaquim e o Pedro o significado da condição deles de irmãos gêmeos, mas não sei se entenderam bem. Contei que dividiram a minha barriga, cresceram e moraram lá juntos por quase 9 meses (vizinhos de útero!), mas a condição é realmente complexa e de difícil compreensão.

Gerar, carregar e parir duas crianças em apenas uma gestação e um parto só pode ser explicado através de um milagre. E quem é que entende e acredita em milagres?

Mas a verdade é que, no fundo, no fundo, eles sabem que existe alguma coisa muito forte e muito especial entre eles, tanto é que estão com a mania de sair contando para todas as pessoas que são gêmeos. Quando fui buscá-los na escola, após o 1º. dia de aula em mais um ano letivo, o Joaquim chegou em casa e logo me falou:

- Mamãe, eu contei para a minha professora nova que eu sou gêmeo!

Apesar dos meus menininhos estudarem em classes separadas, eu sabia que a professora já tinha essa informação sobre eles, mas achei bonitinho e quis perguntar:

- Joaquim, você sabe o que é ser gêmeo? Ele me respondeu sem a menor dúvida:

- É amor, Mamãe!

Eu me emocionei com essa resposta e me emociono ao escrever esse post pelo simples motivo de ter me perguntado, desde a gestação até o dia específico dessa conversa, o motivo de eu ter sido escolhida para ser a mãe dessas duas criaturinhas idênticas.

Nunca entendi e já elaborei as respostas mentais mais absurdas que uma pessoa pode pensar. Mas foi ele, o meu filho Joaquim de 3 anos e meio, que me acendeu essa luz. Não que eu nunca tivesse sentido ou presenciado, mas foi essa criança que colocou tudo, tudo em uma única palavra: AMOR.

Eu me tornei mãe de uma menina antes de ser mãe de gêmeos e fui preenchida de uma maneira inexplicável por esse amor de mãe incondicional, é algo que a gente vive dentro do próprio coração, da alma, do pensamento, do corpo.

Quando o Joaquim e o Pedro nasceram, não poderia ser diferente, foi igualzinho, mas com as suas particularidades por serem gêmeos. No momento em que eu achei que nunca mais viveria um amor tão intenso, eu fui “convidada” a observar, um pouco de fora - confesso - esse amor que existe na relação entre gêmeos.

Eu os amo incondicionalmente e sei que eles também me amam, mas o amor que eles tem um pelo outro não chega a me pertencer e me põe como parte de uma “platéia” de um espetáculo que eu aplaudo de pé a cada ato! Eu estou de um lado e eles estão nos bastidores, só eles sabem o que acontece lá atrás, mas me proporcionam algo de um encantamento que os olhos e a mente custam a compreender e colocar em palavras. Milagre e amor. Duas palavras abstratas e só entende quem as sente e vive” Camila

(Joaquim, Manuela e Pedro)

Camila e seu marido Rodrigo moram em São Paulo / SP.
Para ler seu primeiro relato, clique aqui!

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