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sábado, março 10, 2012

Jornal Máringa O Diário

(As bivitelinas Jéssica e Joice Cathcart / Foto: Ricardo Lopes)

"Site reúne histórias e até promove o reencontro de gêmeos"

Neste mês de março o parabéns é duplo, já que são dois anos desde a criação do site Vizinhos de Útero, que tem como objetivo reunir e compartilhar histórias, curiosidades e informações sobre gêmeos adultos. Se Jemima Pompeu aguardasse mais dois meses, teria chance de dar ao site a condição nascer sob o signo de gêmeos também.

Mas esperar já não era uma opção. A urgência na criação da página crescia na medida em que a irmã bivitelina de Kesia Pompeu ansiava conhecer histórias de outros gêmeos.

A blogueira de São Paulo conta que desde a criação da página, acumularam-se 190 relatos espontâneos, vindos de gêmeos adultos, pais, mães, avós ou cônjuges - sem contar os relatos que ela foi buscar. E o que era um espaço para reunir histórias, passou também a contribuir com muitas: no início deste ano, uma seção no site foi destinada exclusivamente a casos de gêmeos desaparecidos.

"Uma moça me escreveu pedindo ajuda, pela mãe, para encontrar a tia. E elas se reencontraram depois de 10 anos", conta.

Soa como história de ficção, assemelhando-se ao caso dos irmãos Luke Skywalker e Princesa Leia no filme "Guerra nas Estrelas". Mas isso acontece na vida real porque antes da nova lei de adoção, aplicada em agosto de 2009 (nº 12.010), irmãos poderiam ser adotados separadamente. Isso resultou em adoções separadas de irmãos gêmeos que, mesmo sabendo da existência de um semelhante, não sabem de seu paradeiro.

"Desejo sinceramente que este projeto seja a ponte para aqueles que procuram seu co-gêmeo", explica Jemima no site. A página também tem outros propósitos. Gemialidades, parafraseando a dupla Fred e Jorge Weasley do Harry Potter, não se restringem ao campo da realidade. As histórias, por vezes instigantes, encarnam também personagens de novelas, filmes e livros – prontamente listados no Vizinhos de Útero.

Relatos duplos são feitos desde a história bíblica dos irmãos Esaú e Jacó, também transformada em romance por Machado de Assis, até os mais recentes. Quem não lembra das irmãs Olsen, Mary-Kate e Ashley estrelando no SBT a série "Três é Demais"? Ou ainda os Supergêmeos, o casal de gêmeos alienígenas do desenho "Super Amigos"?

Apesar de semelhantes, os irmãos trilham uma busca incessante por um diferencial, isso abordado também nos personagens que, segundo Jemima, se parecem com histórias reais. No caso dela e da irmã, encontrar a individualidade foi fácil desde que Kesia Pompeu foi morar no exterior, com 15 anos. "Como a maioria dos gêmeos, principalmente bivitelinos, temos estilos diferentes", esclarece.

"Não sei quando descobrimos que tínhamos personalidades diferentes. Até hoje temos uma crise existencial", brinca a estudante Jéssica Cathcart, 19, de Maringá. A brincadeira pode até ter um fundo de verdade quando os amigos passam a chamá-las no plural: "as Cathcart", "as gêmeas" ou "as irmãs".

"Às vezes, falo para não fazer isso, apesar da semelhança, somos diferentes", diz. Elas contam que são bivitelinas, porém idênticas na aparência. "Se passa muito tempo sem alguém perguntar se somos gêmeas, nos perguntamos se estamos diferente", diz Jéssica.

Embora busquem uma diferenciação, dão os mesmos passos. Jéssica e Joice jogam xadrez desde os 11 anos. Têm o mesmo grupo de amigos e escolheram o mesmo curso para a graduação: Direito. "Além da aparência, fazemos as mesmas coisas", conta Joice Cathcart. "Sempre achamos que somos diferentes, mesmo sendo parecidas", complementa Jéssica. Gostam das mesmas músicas, citando o cantor guatemalteco Ricardo Arjana e a cantora portuguesa Mafalda Verga como as mais ouvidas.

Elas não entram em consenso sobre um filme preferido, preferem não elencar um. Mas o consenso é garantido quando questionadas se viveriam longe uma da outra. "Sempre conto com ela por perto. Mesmo se não está perto, se eu chamar ela vem", observa Joice. E Jéssica concorda. "Longe? Não".

Por Ana Luiza Verzola - http://maringa.odiario.com

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