Certa vez (tínhamos cerca de 5 anos) deixei cair em mim chá quente e sofri queimaduras. Por conta disso, fiquei um tempo sem usar camiseta e minha irmã (Joice) simplesmente decidiu não usar camiseta também no mesmo período.
Sempre fomos unidas! Além de irmãs, somos cúmplices, amigas e convivemos praticamente 24 horas. Posso dizer que 95% das atividades realizamos juntas. Sempre estudamos na mesma sala e passamos no mesmo curso na faculdade (Direito, Universidade Estadual de Maringá).
Aprendemos a jogar xadrez juntas - esporte que nos rendeu alguns títulos estaduais e nacionais. Até os 13 anos não tínhamos ficado uma longe da outra, mas por causa de alguns torneios, o xadrez nos separou algumas vezes.
Joice se classificou para um torneio escolar em Curitiba e eu não. Nessa época morávamos em Tamboara, uma cidade a 500 km da capital do Paraná. Este foi um dos momentos mais importantes da nossa vida. Foi marcante, porque pudemos perceber que temos vidas distintas e que queremos evoluir igualmente no xadrez.
Nós temos potencial para conquistar mais títulos sem rivalidade. Nunca fomos adversárias no tabuleiro. Nunca sentimos necessidade de provar qual é a melhor jogadora. Nunca houve competição interna, pelo contrário. Praticando o mesmo esporte, nos ajudamos muito.
A partir desse torneio que Joice participou sozinha em Curitiba, evoluímos como jogadoras e nossa relação fraternal se fortaleceu. Aprendemos a torcer uma pela outra, mesmo disputando torneios na mesma categoria. Ter uma irmã gêmea é ter alguém por perto, sempre!
Mesmo quando estamos distantes fisicamente, há uma boa sintonia. Sabemos que há alguém que nos entende, que nos conhece e que nos ajuda a tomar decisões. Mesmo garantindo nossa identidade conquistando nossa individualidade, nós somos “nós”. Convivemos com o plural com prazer”
Jéssica Cathcart, gêmea de Joice Cathcart
Contatos: @jessicathcart @johcathcart
Maringá / PR
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