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segunda-feira, maio 21, 2012

A angioplastia dos siameses Jesus e Emanuel

O médico cirurgião Rogério Miranda, do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna em Belém, foi o responsável pela angioplastia

Os gêmeos siameses Jesus e Emanuel, que nasceram em Anajás, na Ilha de Marajó, completaram cinco meses de vida na sexta-feira (18/05).

Internados na UTI do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, em Belém (Pará) eles foram submetidos a uma angioplastia para desobstruir uma artéria do coração, o único órgão compartilhado pelos siameses.

O procedimento é raro na literatura médica neste tipo de paciente. A cirurgia foi realizada há um mês, mas, por causa da sua complexidade, foi divulgada apenas agora. A equipe médica, que luta para estabilizar as funções pulmonares dos bebês, considerou o procedimento um sucesso.

“Nós fizemos uma série de exames nos gêmeos logo quando eles foram transferidos da Santa Casa para o Hospital de Clínicas. Entre os exames, foi feito um ecocardiograma e um cateterismo. Identificamos a falta de oxigenação no sangue e a ausência do fluxo de sangue no pulmão do gêmeo Jesus e, por isso, optamos por uma angioplastia.

Neste procedimento foi implantando um cilindro de aço inoxidável na artéria do coração, que permite o fluxo de sangue para Jesus”, explica o médico cardiologista intervencionista pediátrico, Rogério Miranda, que ressalta o ineditismo do procedimento.

“Em toda literatura médica que pesquisamos nada parecido foi encontrado. É provável que seja a primeira angioplastia em gêmeos siameses no mundo. Com este procedimento, o quadro de saúde de Jesus evoluiu para a normalidade, mas agora buscamos estabilizar as funções pulmonares de ambos os bebês”, destaca.

De acordo com o médico, a respiração do gêmeo Emanuel interfere nas funções pulmonares do irmão, obrigando ambos a receberem respiração artificial e permanecerem na UTI.

“A respiração do Emanuel é muito forte, o que acaba descompassando a respiração da outra criança”. Para tratar este problema, os bebês de Anajás passam por fisioterapia para fortalecer a musculatura e permitir com que eles tenham respiração espontânea.

Além do tratamento cardíaco e de fisioterapia para estabilizar as funções pulmonares, no Hospital de Clínicas, os bebês são assistidos por vários outros profissionais, que estão envolvidos com a medicação, que se divide em antibióticos e drogas sintomáticas, e nutrição, que é feita por sonda.

“São várias equipes de profissionais, que envolve as áreas de cirurgia, clínica, hemodinâmica e de apoio, como nutricionistas, fisioterapeutas e enfermeiros. Se não tivessem acesso a esse tratamento e a toda esta atenção, as chances de vida dos siameses seriam bem reduzidas”.

O médico cardiologista que acompanha o caso, ressalta que o quadro é complexo pois os bebês compartilham o mesmo coração. Por isso, não há previsão de alta da UTI.

Texto: Thiago Melo - Secom
Contato: thiagomelo@agenciapara.com.br
Foto: Alessandra Serrão / Agência Pará de Notícias

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