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quinta-feira, outubro 18, 2012

Kim viaja com os filhos Muni e Miri

(Foto: Victor Moriyama)

Sul-coreano viaja com os filhos pelo mundo e é assaltado quatro dias após chegar ao Brasil.

O sul-coreano Kim Haeng-Chang, 48 anos, já passou por Tailândia, Índia, Istambul, Croácia, Alemanha e pelo Senegal. No último dia 8/10, desembarcou no Brasil e foi assaltado 4 dias após chegar no país – o que atrasou seus planos. Ele saiu da Coreia do Sul há cerca de dois anos com os filhos gêmeos, Muni e Miri de 5 anos. A ideia, segundo Kim, que deixou o trabalho de professor universitário para viajar, era "mostrar o mundo" aos filhos sem que eles tivessem de interromper os estudos. Desde então, os três já passaram por países da Ásia, Europa e África. O trio chegou ao Brasil de navio e, desde então, está em São Vicente, litoral paulista. De lá, deve seguir para Curitiba e depois a outros países da América do Sul, como o Paraguai.

Parte do percurso é feito em cima de uma bicicleta, ligada a uma carroça de madeira decorada com frases como "Your help make our world tour" (sua ajuda faz nossa volta ao mundo). Segundo o viajante, na estrutura coberta por lona cabem os filhos sentados, e, atrás, a bagagem: roupas, remédios, comida, uma barraca e sacos de dormir. A aventura deve acabar em agosto de 2013, quando Kim reencontrará a mulher e uma filha de sete anos, na China.

Mas, um imprevisto atrapalhou os planos do sul-coreano. Após a história de Kim ser exibida na TV, três homens, um deles armado, assaltaram o trio, que estava acampado em uma praia de São Vicente. Levaram US$ 600 e uma bolsa com documentos, incluindo os passaportes. "Já tinha sido roubado em outras viagens sozinho, na Nigéria, por exemplo. Mas levarem meu passaporte é a primeira vez", conta Kim, que não reagiu para preservar a segurança das crianças.

Após o roubo, ele recebeu ajuda de moradores e registrou um boletim de ocorrência. Na delegacia, encontrou o instrutor de voo Sérgio de Carvalho, 39, o Neco da Asa-Delta, que tinha sido furtado dias antes. "Na hora, senti que deveria ajudá-lo", diz o instrutor, que ofereceu abrigo em uma casa da família.

A vizinhança toda ficou curiosa para conhecer a história do "china". Hoje, Kim e os filhos ocupam um quarto na casa de Célia Carvalho, 65, a "brazilian mother" (mãe brasileira), na definição carinhosa da família. A estadia deve durar até recuperarem os passaportes. Ontem, estiveram no consulado, em São Paulo, para providenciar o documento, que deve ficar pronto em duas semanas. Célia diz que eles podem ficar o tempo que quiserem. "São como meus netinhos. Não vou soltar para o incerto jamais", afirma. Por Natália Cancian / Folha de São Paulo

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