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quarta-feira, novembro 21, 2012

Gravidez Gemelar: Saiba como se preparar

Saiba como se preparar para uma gravidez de gêmeos

As mulheres descrevem a maternidade como um dos momentos mais sublimes e marcantes da vida, além de uma das experiências mais fortes que poderiam viver. Mas e quando a novidade vem em dobro? Ou triplo? “Na família existem gêmeos, mas nunca imaginei que aconteceria comigo”, contou Sheila Oliveira, mãe de André e Guilherme, 9 anos. “Foi um susto enorme. Foi emocionante, mas te dá medo e você se pergunta, e agora como vai ser?”

Sheila não é a única a ter essa reação. Susto é o primeiro sentimento que transparece no rosto dos pais depois do anúncio de que a gravidez é gemelar. “A notícia de ter um bebê é sempre um motivo de alegria, porém é um susto frente à ideia de cuidar e dar conta de vários bebês”, disse a Dra. Cristiane Moraes Pertusi, Doutora em Psicologia do Desenvolvimento Humano pela USP.

Depois de passado o primeiro impacto, os médicos e psicólogos aconselham a buscar informações para entender o que está acontecendo com o corpo e como cuidar da gestação, dos bebês e da família da melhor maneira possível.

“Quanto mais ler, conversar com quem teve múltiplos e tirar dúvidas com o médico, pode ajudar a desmistificar algumas ideias, perceber quais as reais necessidades e aspectos importantes que a mulher precisa estar atenta para se organizar”, orientou a Dra. Cristiane Pertusi.

O Dr. Wagner Rodrigues Hernandez , obstetra da maternidade Pro Matre Paulista e especialista em gestação gemelar, contou quais as principais dúvidas aparecem no consultório. “Muitas pessoas perguntam sobre a chance dos bebês serem idênticos, quais as chances de ter diabetes, pressão alta, se o parto será cesariano ou normal, como cuidar de duas crianças, de maneira igual ou diferente”.

A psicóloga da mesma instituição, Flavia Lanvini, diz que a enxurrada de questionamentos é absolutamente normal para qualquer mulher que descobriu estar grávida e que, no caso de gêmeos, preocupações com a vida financeira e com o corpo também ocupam os pensamentos das futuras mães. “Grande parte das mulheres tem medo da gestação em si, do parto, se vai dar conta de criar os filhos. Elas também tem medo do corpo não voltar”, comentou.

Pré-natal - Os especialistas também aconselham que fazer um pré-natal bem acompanhado deve ser absoluta prioridade das gestantes. “O médico falou que a mulher é preparada para ter um filho só, que não é normal ter mais de um. Era mais difícil, mais pesado, mais complicado”, contou a mãe Sheila Oliveira.

O ginecologista Wagner Hernandez explica melhor o assunto. “Consideramos gestação gemelar um acidente, pois o útero foi feito para uma única gestação. A maior preocupação nestes casos é com a prematuridade, porque na metade dos casos, os bebês nascem antes dos nove meses. Em geral, os cuidados são dobrados” afirmou.

Segundo ele, diversos exames, como a medida do colo útero e ultrassom transvaginal, são capazes de observar de perto toda a gestação e diagnosticar qualquer problema de forma prematura. Inicialmente é preciso identificar se os gêmeos estão sendo gerados na mesma placenta ou não.

De acordo com o especialista, uma gestação com duas placentas “flui melhor” porque são duas fontes de alimentação. Quando é definido que tem apenas uma placenta é possível certificar que os bebês serão idênticos, mas é preciso também observar mais de perto, pois em 10 a 15 % dos casos, pode acontecer a chamada Síndrome da Transfusão Feto Fetal. Caso isto aconteça, é possível corrigir o problema dentro do útero.

Nem tudo é dobrado em uma gravidez de gêmeos

Dr Hernandes citou ainda outros aspectos que também devem ser observados e citou que redobrar os cuidados nunca é demais. “Enjoar mais é normal, assim como sentir mais desconforto por causa do aumento do útero, mas não necessariamente tudo é dobrado. O risco sofre um aumento, pois consideramos uma gravidez de risco, no entanto, alimentação, por exemplo, não deve ser dobrada”. O médico alertou ainda para o acompanhamento já que a mãe apresenta “mais chances de ter diabetes e pressão alta”

É possível ter parto normal

O momento do parto é também outra fonte de preocupações, mas o bom treinamento do profissional e o posicionamento dos bebês são os fatores que definem o sucesso deste momento. Segundo o especialista em gestação gemelar, a cesariana normalmente é a primeira opção, mas é possível também optar pelo parto normal. “A primeira coisa é que a paciente tem que querer e depois o obstetra tem que estar habilitado para isso. Estando os dois lados preparados, os bebês tem que ter condições apropriadas, tendo que estar o primeiro sempre com a cabeça para baixo e o segundo não pode ser muito maior do que o primeiro, no máximo 20%. É possível sim conseguirmos fazer com grande taxa de sucesso”, informou o Dr. Wagner Hernandez.

E a vida começa...

Depois do primeiro choro, primeiro banho, troca de roupa, mamada e exames, é hora de ir para casa. “Foi uma loucura! Amamentar dois de uma vez é complicado. No começo, eles tiveram problema de refluxo, era bem difícil. Eles choraram bastante, me deram trabalho assim até os 4 anos e meio”, desabafou Sheila.

Compartilhar histórias e experiências com outras mães é essencial, mas é preciso ter calma para entender o que pode ou não servir como exemplo. A psicóloga Flávia Ianvini alerta para este cuidado. “É muito importante viver um dia de cada vez, não se apresse. Tem que pensar que cada situação é única, cada gestação é única e, não é porque aconteceu com a amiga, com a vizinha, que vai acontecer com ela também”.

Cuidado com a depressão pós-parto

Os bebês passam a ser então o centro das atenções, com as visitas, preparação de uma nova rotina, mas a psicóloga alerta que é preciso estar atento às reações da mulher durante a gravidez e ter acompanhamento médico antes e depois do nascimento dos bebês. A ressalva fica para qualquer mãe e não só para aquelas que tiveram gêmeos ou trigêmeos.

“Hoje tem umas série de estudos indicam que a mulher grávida de gêmeos tem 43% mais chances de ter depressão pós-parto. Isto por conta do estresse, da correria, de fazer tudo em dobro e também por questões físicas, pois quando os bebês nascem as mães passam por um maior desequilíbrio hormonal”, explicou.

Para a Dra. Cristiane Pertusi, o apoio dos familiares, amigos e babá é muito importante, tanto para dividir os cuidados com os bebês, como também para aliviar o estresse da mãe e ajudar a identificar possíveis sintomas do problema.

“A intensidade dos sintomas varia de acordo com o tipo de personalidade da pessoa, da história de vida e de questões fisiológicas e bioquímicas”. Segundo ela, há alguns sintomas que podem ajudar a identificar o problema, como a dependência excessiva da própria mãe e/ou do marido; o sentimento de incapacidade para assumir as responsabilidades maternas; a dificuldade de cuidar do bebê, sentindo-se incapaz de identificar (decodificar) o significado do choro do bebê, por exemplo; fala excessiva; sentimentos de depressão manifestado através de retraimento, isolamento, choro excessivo; sentimentos de fracasso frente ao papel de mãe e desilusão.

"É muito gratificante!"

Apesar da correria e dos cuidados redobrados, ter gêmeos também traz alegria, amor e experiências em dobro. “Meus filhos me ajudaram a crescer muito como pessoa, é difícil, são muitos cuidados, mas aprendi a pensar mais, a ter mais paciência e equilíbrio. Eu diria para as gestantes aproveitarem muito a gravidez, curtir bastante enquanto são bebês porque passa rápido, mas é muito gratificante!”, finalizou Sheila.

Por Aline Lacerda / Portal Terra / Foto Ilustrativa

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