É difícil resistir à tentação. Ter um par de filhos iguaizinhos é praticamente um convite para arrumá-los da forma mais parecida possível. No entanto, há um erro nessa ideia: eles não são pessoas iguais. Podem ser muitos parecidos, mas só fisicamente. Por mais tentador e prático que seja, o ideal é que os responsáveis incentivem o quanto antes a individualidade dos filhos gêmeos, principalmente após os três anos de idade.
Durante a primeira infância, as crianças ainda tem pouca noção da sua individualidade, pois a construção da identidade se torna mais latente somente após essa fase. Segundo a psicóloga e diretora pedagógica do Colégio Global, Eliana de Barros Santos, os pequenos com idade inferior a três anos não costumam reparar se estão vestidas da mesma forma que outro, por exemplo. No entanto, as diferenças entre eles já podem ser percebidas desde bebês, como identificar que um é mais ativo ou sociável que o outro.
É importante que os responsáveis incentivem o máximo possível os gostos e as habilidades individuais de cada um. Levá-los para comprar as roupas e os brinquedos é um exemplo disso, assim como perguntar sobre que tipo de corte de cabelo preferem. Nem sempre a vontade poderá ser atendida, mas eles precisam perceber que seus interesses são respeitados, independentemente de coincidir com o do irmão.
Outro aspecto indicado é que as famílias delimitem quais são os espaços de cada criança, para que elas se sintam representadas e acolhidas num ambiente preparado para si. Deixar que elas contribuam na escolha das cores ou dos personagens da decoração faz parte disso.
Da mesma forma, é necessário que os pequenos tenham suas próprias roupas e afins. No entanto, não há motivos para impedi-las de dividir as suas coisas. Afinal, segundo a psicóloga do Hospital São Camilo, Rita Calegari, essa é, inclusive, uma das grandes vantagens dos gêmeos: eles aprendem a socializar e compartilhar desde cedo.
Separá-las em quartos diferentes não é estritamente necessário, assim como matriculá-las em escolas distintas. No entanto, de acordo com Rita, pode ser interessante para a criança estudar em uma turma diferente, pois poderá desenvolver o seu próprio círculo social. Ainda mais porque os próprios colegas tem dificuldade em diferenciar os irmãos.
De acordo com Eliana, também é interessante que os pais reservem momentos para darem atenção especial para cada filho. Pode ser positivo que levar um deles para ir ao parque e o outro para um evento esportivo, por exemplo, assim como inscrevê-los em atividades diferentes, como aula de natação e de tênis.
No entanto, se ambos quiserem fazer o mesmo curso ou ir ao mesmo lugar, não há motivo para impedi-los. É errado impor diferenças que não existem. Afinal, é natural e saudável que eles tenham gostos em comum.
Na casa de gêmeos, como a de qualquer família, uma prática deve ser proibida: a comparação. [Alías, é o ponto negativo mais ressaltado pelos gêmeos adultos conforme postado aqui]
Segundo Rita, os pais não podem usar um filho como exemplo para que o outro também faça alguma coisa. Da mesma forma, é importante entender que eles tem habilidades diferentes e, por isso, um vai ser melhor em matemática que o outro ou aprenderá primeiro a ler, por exemplo. Isso faz parte do desenvolvimento de cada um. (Fonte: Portal Terra)
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