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quinta-feira, março 21, 2013

O que fazer com embriões excedentes? (FIV)

(Prue Corlette e seus filhos gêmeos Teddy e Hugo / Foto: Anna Zhu)

(Prue Corlette e seu marido Aaron Sharp / Foto: Jacky Ghossein)

Prue Corlette, uma jornalista de Sydney (Austrália) e seu marido, Aaron Sharp, passaram cinco anos fazendo tratamento contra a infertilidade antes de terem os gêmeos Hugo e Teddy, agora com dois anos de idade. Da última fertilização in vitro que fizeram, sobraram seis embriões.

Agora, eles precisam tomar um decisão muito difícil, pois não pretendem ter mais filhos. No início do tratamento, Prue e Aaron planejavam doar os embriões para uma família que quisesse e ou precisasse. Mas, por conta de algumas considerações éticas o casal mudou de ideia.

Por exemplo, uma criança nascida de um dos embriões doados, pode ser geneticamente irmã ou irmão - dos seus gêmeos. "Como será se um dia, um dos meus filhos precisar fazer um transplante de rim, por exemplo? Eu me sinto muito dividida" diz Prue.

Prue e Aaron não estão sozinhos. Em 2011, cerca de 35.000 casais fizeram 70.000 tentativas de fertilização in vitro na Austrália e Nova Zelândia. Desses, 13.000 resultaram em bebês vivos. Muitos casais que utilizam esta técnica de reprodução assistida, tem ou terão, embriões excedentes – que podem ser armazenados por no máximo, 10 anos. Então, os casais precisam tomar uma decisão muito delicada sobre o que fazer com eles - destruí-los, doá-los para outro casal ou doá-los para pesquisa.

As leis estaduais e federais na Austrália, assim como as políticas das clínicas particulares de reprodução humana que regem este setor, não ajudam, dizem os pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Sydney.

"Animadas com a perspectiva de ter um filho através da FIV, poucas pessoas refletem sobre o que farão com os embriões excedentes. Muitas pessoas não conseguem entender as regras que regem a destruição e a doação de embriões – tema que precisa ser urgentemente discutido" diz a lider do projeto 'Enhancing Reproductive Opportunities', professora Jenni Millbank (foto).


Somente de 10 a 15% das pessoas que fazem FIV, doam os embriões excedentes à outros casais. As doações feitas para as pesquisas licencidas com células-tronco e estudos sobre a fertilidade, esta taxa é ainda menor. Mesmo depois que um casal decide doar os embriões excedentes, é difícil encontrar apoio suficiente para tornar essa doação em realidade.

"As pessoas pensam que o embrião doado é um possível irmão existente no futuro e não tem capacidade emocional para fazer a doação. E as pessoas que se sentem capazes de doar, encontram várias dificuldades para tal procedimento. As clínicas também enfrentam uma burocracia excessivamente complexa. É realmente um processo angustiante e muito desgastante" diz a professora.

O projeto liderado por ela, propõe que o estado crie agências especializadas para apoiar, debater, esclarecer, aconselhar e orientar (emocional e juridicamente) não somente os pacientes como também, as clínicas de reprodução humana. Essas agências do governo poderiam fornecer informação, consultoria e contratos entre doadores e beneficiários.

Apesar do alto custo mensal do armazenamento dos embriões congelados, o casal de Sydney, ainda não sabe o que fazer. "Não estou completamente pronta para tomar uma decisão" finaliza Prue Corlette.

Por Claire Thompson / The Sydney Morning Herald.

*Conheça as regras de Reprodução Assistida no Brasil

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