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terça-feira, abril 09, 2013

Isaak Klein, sobrevivente do Holocausto

"Fui salvo porque tinha um irmão gêmeo" diz sobrevivente do Holocausto

Isaak Klein, voluntário do Museu do Holocausto em Miami Beach, é um dos cerca de 500 mil sobreviventes do Holocausto. Depois de mais de sete décadas de ter sido aprisionado com sua família, ele recorda aquilo que qualifica como 'atrocidades dos alemães' como se elas tivessem ocorrido ontem. Klein, hoje com 82 anos, compartilhou sua história com o Terra.

Com a anexação da Checoslováquia pela Alemanha em 1938, os Klein foram retirados de suas terras e de sua cidadania pelo governo húngaro. A partir de então, eram outros os que decidiam por eles, e foram obrigados a fazer trabalhos como cortar pedras e espalhar cascalho para construir estradas. Crianças e adultos tinham que trabalhar para ter comida, cuja quantidade dependia de quanto trabalhavam.

Enquanto que, na Checoslováquia, Isaak Kliein e sua família eram forçados a trabalhar, na Alemanha nazista e na Áustria começava a Noite dos Cristais (Kristallnacht), uma série de ataques que, em novembro de 1938, deixaram pelo menos 91 mortos, 30 mil detidos e milhares de deportados sob as ordens de Adolf Hitler. Pouco depois, Isaac e sua família foram deportados.

No início de 1944, a polícia militar húngara tomou os judeus de sua comunidade e os levou a um gueto na Hungria, onde permaneceram por alguns meses até serem levados ao trem de transporte de gado que os levaria ao campo de concentração na Polônia. Com Isaak foram suas cinco irmãs, seus três irmãos e seus pais. Depois que subiu no trem, não voltou a ver seus pais. Somente ele e seu irmão gêmeo Tzvi Klein sobreviveram. As condições da viagem que durou 14 dias, eram subumanas. Somente metade dos passageiros sobreviveu à travessia.

Isaak Klein lembra que foi salvo porque tinha um irmão gêmeo. Foi por isso que não foi enviado à câmara de gás. O temível doutor Josef Mengele interessou-se pelos gêmeos. Mengele, militante do partido nazista, era um médico que realizava experimentos no campo de concentração de Auschwitz. Ele supervisionava a chegada de prisioneiros aos campos de concentração e determinava quem deveria ser executado, ou submetido a trabalhos forçados, ou servir para experimentos humanos. O médico nazista conduzia experimentos para mudar a cor dos olhos das crianças, enxertava pele, extraía órgãos.

"Estando na seção D do acampamento, todos os dias eu passava horas na clínica do Dr. Mengele. Não lembro exatamente o que faziam comigo, tudo que lembro é que tiravam meu sangue e me davam injeções. Lembro que um dia acordei com pontos na parte posterior da cabeça", conta ele, sem saber o que lhe haviam feito. Ele ainda carrega a cicatriz. Para Isaak, é difícil identificar o que foi o mais traumático como prisioneiro de um campo de concentração. Servir de cobaia e passar fome constituía uma simples parte das práticas dos nazistas contra os judeus. A ração diária era uma sopa com dois ou três pedaços de pão.

Desafios do fim da guerra - Em 1944, o Exército russo levou muitos judeus a Melk, na Áustria. Isaak e seu irmão gêmeo estavam nesse grupo. Isso foi ainda mais pesado no que quando viajaram em trens de gado. Desta vez, a viagem foi a pé. Durante três semanas, caminharam 700 km sem roupa apropriada para enfrentar o frio. Só levavam no corpo o uniforme do campo de concentração e um lençol que os cobria. Vários perderam suas vidas, conta Isaak. A liberdade chegou para Klein em 1946.

(Museu do Holocausto em Miami Beach)

A vida após a guerra - Assim que recebeu alta, Isaak foi com seu irmão gêmeo à Checoslováquia ver se encontrava parentes, amigos ou vizinhos. Sem sucesso. Eles partiram então em uma viagem de seis meses pela Europa até que pegaram uma embarcação na Bélgica para ir à Palestina, hoje Israel. As condições de um bote sobrecarregado com 700 pessoas não foram fáceis, mas chegaram a salvo.

Ao chegar ao porto de Haifa, organizações judias trataram de colocá-lo no contrabando para a Palestina, mas os britânicos os detiveram por dez meses. Depois que Israel ganhou um Estado em 1948, Isaak permaneceu ali por 16 anos. Entrou para o Exército, casou-se e teve dois filhos. Em 1962, decidiu viajar aos Estados Unidos. Viveu os primeiros anos no Brooklyn e, em 1969, mudou-se para a Flórida. Por Lyan Babilonia / Portal Terra

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