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sexta-feira, maio 03, 2013

Exposição em NY recupera filmes de Gordon Matta-Clark

Gordon Matta-Clark era gêmeo
Gordon Matta-Clark, um pioneiro da exploração de múltiplas mídias, deixou uma obra em desenho, fotografia, escultura e filmes. A exposição “Gordon Matta-Clark, Above and Below” reexamina a importância dos filmes no período final de uma carreira de apenas 10 anos. Mais do que a natureza efêmera de suas intervenções, a vida encurtada tragicamente por um câncer, aos 35 anos, deve ter contribuído para a memória fragmentada da obra de Gordon.

A nova-iorquina Jessamyn Fiore nasceu em 1980, dois anos depois da morte prematura de Gordon Matta-Clark, mas cresceu na casa que o artista tinha reformado quando era casado com sua mãe, Jane Crawford. Ela explica o foco da exposição na galeria David Zwirner: "Os curadores às vezes trataram os filmes como documento extra, mas não como um componente vital. Temos aqui filmes que são obras autônomas e merecem reconhecimento individual."

Um exemplo que confirma o argumento e abre a mostra é City Slivers (1976), um filme de 15 minutos. A tela é dividida em compartimentos verticais em que cenas diferentes da paisagem de Manhattan se desenrolam. O processo complexo usado para obter o efeito nunca foi explicado pelo artista. Pouco antes do final do filme, a perspectiva muda, a visão do Empire State Building e do Central Park tomam conta da tela e subitamente a câmera se volta para baixo. Uma tira de texto laranja diz: "Ele simplesmente bateu no pavimento, de cara". City Slivers foi filmado logo depois que Sebastian, o irmão gêmeo de Matta-Clark, caiu (ou se jogou) da janela do apartamento do artista.

Dois filmes que ainda não haviam sido destacados em retrospectivas anteriores, exibidos lado a lado, reforçam a importância da exploração dos subterrâneos - Substrait (1976) mostra as entranhas abaixo da estação de trens Grand Central e Sous-Sols de Paris (1977) se embrenha pelas catacumbas de Paris. O fascinante Conical Intersect (1975) mostra os cortes que Matta-Clark fez em dois prédios à espera de demolição para dar lugar ao Centro Pompidou. Os desenhos de uma obra nunca realizada sugerem a carreira expansiva e visionária que a doença abreviou. Por Lúcia Guimarães / New York – O Estado de São Paulo

Gordon Matta-Clark nasceu em Nova Iorque em 22 de junho de 1943. Seus pais também eram artistas, o pintor surrealista chileno Roberto Matta e a norte-americana Anne Clark. Gordon morreu de câncer no pâncreas em 27 de agosto de 1978. Seu irmão gêmeo Sebastian, também artista, cometeu suicídio em 1976.

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